Infelizmente, o número de casos de Covid-19 tem registado uma tendência de subida, no país e também no concelho. O Louzadense esteve à conversa com alguns lousadenses para saber o que pensam da situação, numa altura em que a abertura das escolas será a grande prova de fogo na luta contra o contágio.
- Como é que tem encarado o aumento de casos de Covid19 no concelho?
- Qual a avaliação que faz do trabalho das entidades públicas a este respeito?
- Como avalia também o comportamento das pessoas neste momento?
- Teme que a abertura das escolas possa piorar o problema?
- Quer deixar uma mensagem aos nossos leitores?
Rui Cunha, diretor comercial, 44 anos

- Com muita preocupação, uma vez que a rede de contágio tem sido muito abrangente.
2. Apesar de considerar que estão a fazer o melhor possível, penso que as medidas a nível de contacto social têm que ser mais restritivas, até mesmo ser implementadas as regras do estado de emergência.
3. De uma forma geral, agem com muita negligência e minimizam o risco de contágio.
4. Sim, sem margem para dúvida.
5. Com o empenho de todos e os cidadãos e responsabilidade de todas as autoridades, poderia ser minimizada a probabilidade de contágio. Nada que não estivesse previsto acontecer o que vivemos neste momento, pois verificou-se muita negligência no período de férias.
José Carlos Magalhães, escriturário, 32 anos

- Tenho encarado o aumento dos casos de Covid19 com muita preocupação, pois no início ninguém tinha consciência da gravidade e da forma fácil como o vírus se propaga. Agora já todos sabemos, mas ele continua a propagar-se de forma fácil. Não podemos facilitar e continuar a ter em atenção todos os cuidados.
2. A nível local, o Município faz o que está ao seu alcance para que o vírus não se propague. Certamente que podiam fazer mais, mas para isso o governo teria que atribuir verbas para o efeito. Mas também só sei de forma superficial o que está a ser feito, pois as informações são poucas.
3. Sou um cidadão que trabalha e vive em Lousada. Durante o dia, vejo que as pessoas cumprem o que lhes é pedido, uso de máscara, desinfeção das mãos à entrada e saída dos edifícios. Alguns locais aos quais as autoridades deveriam ter mais atenção são a zona do parque urbano, ao fim de semana e à noite, pois tem sempre um grande aglomerado de pessoas até de madrugada.
Entendo que o comércio não pode parar, mas deveria haver limite de horários, assim como um controlo na venda de álcool. Tenho conhecimento de festas em que às 2.30h da manhã há fogo de artifício, música, álcool e aglomerado de pessoas, o que em tempo de pandemia não deveria existir. Entendo que os mais jovens precisem de se divertir, mas também entendo que é preciso responsabilizar todas as faixas etárias, para que esta pandemia não seja mais dramática do que está neste momento a ser.
4. A abertura das escolas vai piorar o problema, mas as escolas precisam de ser abertas. Às vezes passa-nos ao lado, mas as escolas são das coisas mais importantes que temos para que a economia não pare e nós não estamos a perceber isso, os políticos não estão a perceber isso. Se as escolas encerrarem, os nossos filhos ficam em casa, ficam em casa com quem? Com o pai ou com a mãe, significa que um progenitor não pode trabalhar, então começa a economia a fraquejar e em pouco tempo estamos novamente em confinamento total e é o colapso da economia. Já temos exemplos nos países vizinhos, Espanha e França, que estão a ter dias caóticos. França fechou as escolas 4 dias depois de as terem aberto. Temos de dar o devido valor às nossas escolas. Porque é que os professores e os funcionários das escolas não são obrigatoriamente testados antes do início das aulas? Fica caro, o Município não pode suportar a despesa obviamente, o governo deveria, mas marimba-se para isto. O importante é não divulgar muitos casos a ver se isto passa… Se não aguentarem o barco, demitem-se e depois que se salve quem puder. Quem padece? 10 milhões de portugueses.
5. Acima de tudo responsabilidade. Responsáveis por nós e responsáveis pelos outros. Não podemos ouvir, perceber que é preciso fazer diferente e dizer que sim, mas depois fazer tudo igual, porque só acontece aos outros. Estamos todos sujeitos e já percebemos que não nos podemos pôr a jeito.
Tito Brandão, sócio-gerente de agência de viagens e transporte de passageiros.

1. O aumento já se estava a prever, pois as pessoas começaram a facilitar. Com a deslocação de pessoas para férias e os imigrantes era de esperar uma segunda vaga.
2. Muitos serviços não estão a funcionar bem e a Covid é a desculpa. Que medidas tomaram?
3. Sinto que as pessoas estão mais preocupadas.
4. A PenaTravel, nos serviços regulares ainda vai trabalhando (transporte de trabalhadores e escolas profissionais). Neste momento, estamos apreensivos. Como vai ser o transporte escolar, uma vez que a lei só permite 2/3 nos transportes públicos e escolares? Será que os pais vão autorizar a transportar as crianças nos transportes de carreiras públicas onde não há controle?
5. A mensagem que deixo é para terem cuidado, irem em frente e seguirem o melhor caminho, pois não podemos parar
Maria Teresa Pacheco Fernandes, aposentada, 56 anos

1. Infelizmente, fico preocupada. Como é o centro, é provável que seja essa a razão.
2. A avaliação que faço em relação às entidades é que estão a trabalhar muito bem.
3. Atendendo ao número de casos, a situação pode tornar-se mais complicada para os alunos.
4. Atendendo ao número de casos, a situação pode tornar-se mais complicada, para os alunos e também para os professores.