A mudança não é apenas uma palavra bonita: é uma necessidade real. Quando os mesmos rostos ocupam o poder durante demasiado tempo, instala-se um ciclo repetitivo: anunciam-se obras, mas falha a visão de conjunto. Surgem projetos que até podem ser importantes, mas continuam a faltar respostas estruturais em áreas decisivas como o emprego qualificado, os transportes, a habitação ou os serviços públicos de proximidade. É nesse ponto que estamos.
Mudar não é apenas trocar nomes ou símbolos; é repensar prioridades, trazer novas perspectivas e quebrar rotinas instaladas. Essa mudança só se torna possível quando existe confiança.
Confiança não se conquista com discursos fáceis, mas com seriedade e transparência. Ao longo dos anos, essa confiança foi sendo minada por uma governação demasiado focada no imediato, sem planeamento sólido para o futuro. Sim, houve obras. Mas obras avulsas não são sinónimo de estratégia. Uma comunidade precisa de mais do que tijolo e betão: precisa de visão, de ambição e de um rumo claro para as próximas gerações.
É por isso que a rotação no exercício do poder é essencial. Alternância não é capricho, é saúde democrática. É a forma de evitar acomodações, dependências e falta de escrutínio. Só com mudança real se renovam as ideias, se quebram rotinas instaladas e se abrem soluções diferentes para problemas que continuam por resolver. O verdadeiro risco não está em mudar, mas sim em deixar tudo ficar na mesma.
E convém lembrar: confiança não se alimenta de atalhos populistas. Nem sempre existem respostas fáceis, nem sempre as decisões certas são as mais populares. Mas é na honestidade – dizer a verdade, mesmo quando é incómoda – que assenta qualquer relação de confiança duradoura.
A verdadeira mudança não vive de slogans: vive da coragem de reconhecer que o que foi feito até agora não chega, e da seriedade de depositar confiança em quem representa esse novo ciclo. É essa escolha que pode abrir, finalmente, um futuro diferente para a nossa terra.
Comentários