Reviver Lousada significa recordar a nossa História, as nossas vivências, a nossa identidade… Reviver Lousada é também avivar e preservar as nossas memórias, sejam elas resultantes de momentos bons ou menos bons!
Nesta edição, a propósito do destaque à freguesia de Nevogilde, recordamos o terrível desastre de avião que acidente, que ocorreu em 1958 e que faz parte da memória coletiva dos lousadenses. Porventura, a maior parte nunca ouviu falar dele! Dos que sabem, uns recordam-no porque são desse tempo e assistiram ao desastre ou viram os seus destroços, outros porque lhes contaram! De facto, a memória deste acontecimento tem perdurando no tempo através da oralidade… Nesta edição, recorremos ao Jornal de Lousada e ao fotógrafo penafidelense António Pereira Guimarães (Foto Antony) para o conhecermos melhor…

Foi a 7 de outubro de 1958 que se deu o trágico acidente aviação que vitimou dois pilotos da Força Aérea. Por volta das 15h30min, depois de ter sobrevoado a Vila, o avião militar dirigiu-se para os lados de Nevogilde, despenhando-se no lugar de Lagoas. Os dois ocupantes morreram carbonizados. Próximo do local, andavam várias pessoas vindimar, tendo algumas sido atingidas pelas chamas e pelos destroços. Foi o caso de Elvira Magalhães, casada, de 29 anos, e sua irmã, Maria Luísa, de 31 anos, que tiveram de receber tratamento no Hospital Sousa Freire, na Vila.
Retirados dos destroços, constatou-se que as vítimas mortais eram o furriel-piloto Adriano Joaquim de Carvalho, de 23 anos, natural de Amarante, e o 1.º cabo radiotelegrafista Serafim Augusto Freitas de Sousa Lopes, filho de Abel Freire Sousa Lopes, que tinha 24 anos e era natural de Nevogilde, onde residia, na Casa do Cam, perto do local onde ocorreu o acidente.

Este acontecimento é mais do que um facto e uma memória… É parte da História dos envolvidos e das suas famílias e das pessoas que acorreram ao local, mas também é parte da História do concelho e das suas instituições locais, em particular dos Bombeiros de Lousada, que de imediato compareceram ao local o acidente, procedendo às operações de rescaldo, seguido do transporte dos restos mortais das vítimas que foram levados para o Hospital da Vila.