por | 1 Out, 2025 | José carlos Silva, Opinião

Apenas três dias sobram para o início da campanha eleitoral – 30 de setembro a 10 de outubro: escassos 10 dias. Dez dias em que as máquinas eleitorais estarão no terreno – rua a rua, porta a porta, e nenhum palmo do território, dos trezentos e oito concelhos, ficará por palmilhar.

Dez dias em que os candidatos se desdobrarão em dois, três ou mais, percorrendo o seu concelho, mostrando que não se esqueceram de nenhum freguês (eleitor) e que assim será se forem eleitos.

Dez dias em que será dado mais do que o litro e meio: manhãs e tardes a palmilhar freguesias, visitar mercados e feiras, empresas e comércio, e noites marcadas pelos célebres comícios; importantes para «convencer» os indecisos.

Dez dias em que um ou outro debate – os mais determinantes já preencheram a pré-campanha eleitoral –, nos meios de comunicação, obrigará à gestão rigorosa do tempo para os habituais ou excecionais eventos: jantares com centenas ou mesmo milhares de militantes, simpatizantes, independentes e figuras oriundas da sociedade civil.

Dez dias de frenesim, em que o cansaço, a fadiga, o desgaste, estarão arredados da narrativa e liturgia política – é vital «dar tudo por tudo», pois o prémio, a vitória, a celebração e respetivos dividendos serão reais no dia eleitoral e nos seguintes.

Dez dias em que não haverá espaço para as minudências do quotidiano, a rotina será e terá de ser, necessariamente, inabitual. Assim, a pulsão nos candidatos terá de ser serena e sem apressar a ação.

É aceitável que incumbentes e desafiantes venham a ser dominados pelo impulso, pois, em certos momentos, a serenidade poderá ceder ao irracional, que poderá emergir quando a ansiedade der lugar à incerteza ou ao medo de não vir a ser vencedor – erro fatal, que levará ao desnorte e à derrota.

Assim, chegados à campanha eleitoral, formal e legalmente determinada pela CNE, apenas se poderá pedir aos candidatos a arte e o saber de serem merecedores da coroa de louros, pois é esse o foco. Daí que não poderão nem deverão desperdiçar os últimos cartuchos.

Diário, Lodares, 27 de setembro de 2025.

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