Ao sermos confrontados com o democrático e positivo Direito de Resposta assinado pelo grupo do PSD na Assembleia de Freguesia de Silvares, Pias, Nogueira e Alvarenga, cumpre-nos esclarecer alguns pontos junto do redator de tal documento.
“Impreparação”, “bota-abaixo”, “demagogia”, “leviandade”, “enganar as pessoas”, “discurso preparado”, “postura incorreta”, “envenenar pessoas” foram algumas palavras dirigidas aos membros democraticamente eleitos para assumirem um cargo na oposição desta Assembleia de Freguesia, quando resolvemos divulgar junto da comunicação social, uma série de questões que em primeira mão, tivemos o cuidado de expor nos locais próprios ao abrigo dos direitos que nos assistem.
Parece que a liberdade de oposição só assiste ao PSD quando estes são oposição, mas quando são poder, cai o “Carmo e a Trindade” quando uma simples nota de imprensa retrata fielmente e com provas, aquilo que dissemos em local próprio – este é portanto um mau cartão de visita para que as pessoas possam ver o como se comportam os responsáveis deste partido quando no poder alguém ousa questioná-los.
Ainda assim, iremos sempre cumprir com o papel que nos foi atribuído pelo povo, alertando sobre situações que esse mesmo povo nos faz chegar e aos quais demonstra preocupação.
Não se preocupe pois o PSD com aqueles que “votaram PS nas últimas eleições” para esta União de Freguesias, porque foram estes que nos mandataram para fazermos oposição, para estamos atentos, vigilantes, colaborativos, mas também apontar falhas quando achamos que estas existem. Quereria pois o PSD que os eleitos do PS servissem de meros objetos de decoração num espaço democrático onde a opinião de todos deveria ser respeitada e não adjetivada desta forma – essa sim, incorreta.
Face às críticas no referido direito de resposta, cumpre-nos também tecer algumas considerações.
- Não é possível acusarem-nos de “impreparação” e ao mesmo tempo de termos um “discurso preparado”.
Se os eleitos do PSD nesta Assembleia de Freguesia, não reúnem entre si, limitam-se a aparecer às Assembleias e votam aquilo que lhes mandam ou aceitam aquilo que lhes põe à frente sem sequer serem ouvidos, o mesmo não acontece de nossa parte. Temos sim o tal discurso preparado, mas não encomendado, porque somos capazes de esgrimir argumentos na hora, com frontalidade e respeito.
Apesar de não termos salários de total exclusividade em funções políticas ao mesmo tempo que mantemos as nossas atividades profissionais (o que seria ilegal…), nós reunimos previamente, preparamos as Assembleias na medida das nossas possibilidades, falamos com as pessoas e tentamos desde a primeira hora expor as nossas dúvidas e preocupações com máximo respeito por todos os órgãos eleitos, exigindo também que sejamos respeitados (coisa que no passado também não aconteceu).
- Na nossa nota de imprensa limitamo-nos a retratar aquilo que achamos que seria essencial, excluindo destas questões – tal como referimos – outras preocupações de âmbito legal e que também nos preocupam. Não ofendemos ninguém e todas as dúvidas não mereceram qualquer esclarecimento cabal, senão vejamos:
- A nossa preocupação não é simplesmente o “inventário”. Isso sim foi demagogia por parte do PSD em transmitir essa ilação. Na verdade, essa foi uma das muitas preocupações no meio de tantas outras que de facto a Junta de Freguesia assumiu não estar a cumprir.
- O PS nunca disse que se devia “despejar” dinheiro nas Associações – isso sim também é mentira e demagogia. O que o PS defende é que dentro do possível, os apoios sejam atribuídos mais atempadamente e não passados muitos meses ou até anos.
Achamos bem que as associações participem com o seu esforço voluntarioso nas atividades sob alçada da Junta, mas parece-nos abusivo que lhes seja prometido apoios que chegam recorrentemente tarde e a más horas.
- Nem uma palavra foi dita, ou respondida, sobre a nossa questão relativamente “às razões que levaram à Junta de Freguesia prever em orçamento gastar 4.000€ com as associações das freguesias mas só ter gasto 2.814€, havendo desta forma um diferencial de 1186 € que não foi distribuídos pelas associações”. Continuamos sem saber o que foi feito a esse dinheiro.
- Nunca questionamos se o Orçamento Participativo fazia ou não parte do programa eleitoral e quanto às ideias programáticas, todos sabemos de quem surgiu a ideia de um Orçamento Participativo neste concelho. O que questionamos foi a razão desta iniciativa meritória ter desaparecido – o que é um facto inquestionável.
Reiteramos que a Junta assumiu que não conseguiu envolver a população neste projeto e, pelos vistos, já estão a tentar culpabilizar o PS e os seus elementos como possíveis “forças de bloqueio” imaginárias a um putativo fracasso num Orçamento Participativo Associativo que fizemos e faremos questão de apoiar e sugerir!
- Quando nos acusam de não saberem como “iriamos gerir financeiramente uma Junta”, julgamento que o relator não será a pessoa indicada para dar lições neste campo, não achamos que tudo pode ser gratuito, mas achamos sim que muito poderia ser poupado para se investir em reais prioridades para as 4 freguesias.
- Por fim e quanto aos exagerados gastos de gasóleo, é falso que a União de Freguesias de Cristelos, Boim e Ordem tenha gastos em gasóleo em média com a nossa União e que tenha o mesmo número de carrinhas. E para além disso tem uma abrangência bem maior em termos de extensão territorial, havendo até viaturas que percorrem o concelho inteiro com serviços diários a associações que curiosamente estão no nosso território.
Alegarem que há centenas de freguesias que entregam transportes, pode ser verdade, mas não para alguns dos exemplos que mencionamos porque isto foi-nos confirmado pelos próprios autarcas locais e isso poderemos facilmente provar.
Por isso devolvemos a questão: Será assim tão difícil compreender?
Concordamos com as bonitas palavras do Sr. Presidente de Junta quando escreveu na semana passada que há muitos que “revoltam-se facilmente e insurgem-se com chispas de azedume e cólera, quando surgem pessoas com ideias, sejam elas iguais ou diferentes do seu senhor”… pena é que estas palavras só sejam aplicadas aos outros…
Com este último esclarecimento, o assunto ficará por aqui, na certeza porém que continuaremos a exercer o nosso mandato de forma responsável, atenta e vigilante – emitindo a nossa opinião quando entendermos necessário e sem medos.
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