A Câmara Municipal de Lousada e o ACES Tâmega III – Vale do Sousa Norte estão a implementar o projeto “Diabetes em Movimento”.
Este é um programa Comunitário de Exercício Físico para Pessoas com Diabetes Tipo 2 coordenado pela Direção-Geral da Saúde, através do Programa Nacional para a Promoção da Atividade Física e do Programa Nacional para a Diabetes, com o apoio científico do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) e da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD).
O programa centra-se na promoção de atividade física para pessoas com diabetes tipo 2, que teve início em 2009, no seguimento da tese de doutoramento em Ciências do Desporto do Prof. Doutor Romeu Mendes, com ligações a Lousada, que é o coordenador do programa nacional.

A equipa de trabalho conta com a colaboração de profissionais de ambas as entidades, nomeadamente na área da enfermagem e da educação física. As atividades são dinamizadas por técnicos de desporto do Município de Lousada, às segundas, quartas e sextas-feiras, das 16h às 17h30, no Pavilhão Polidesportivo do Complexo. Durante as sessões são desenvolvidos, sobretudo, exercícios aeróbios, resistidos, de agilidade e equilíbrio, e flexibilidade.
A primeira sessão teve lugar na sexta-feira, dia 4, e juntou utentes do concelho que se propuseram entrar neste projeto que, no final, pretende tirar conclusões.
Para ao Vereador do Desporto, Dr. António Augusto Silva, destaca que a implementação deste projeto no concelho “resulta do entusiasmo da autarquia e do ACES Tâmega III, na medida em que somente desta forma é possível prestar este serviço tão importante à comunidade.Também através deste projeto que junta os pelouros da Saúde e do Desporto, se procura generalizar a prática da atividade física na população, adaptando-as às especificidades de cada um”.
O responsável do ACES Tâmega III por este projeto, Dr. André Ribeiro, salientou que “os médicos de família são essenciais na referenciação dos utentes para participarem neste programa que tem lugar pela primeira vez em Lousada. Nesse sentido até dezembro, podem ingressar mais utentes com esta patologia, desde que indicados pelo clínico que os segue. Em junho, aquando do término deste programa, vão ser conhecidos os resultados da implementação do projeto”.
Para informações adicionais deve ser contactado o médico ou enfermeiro de família na Unidade de Saúde Familiar.
Sessões multidisciplinares
Durante o período em que decorre o programa são desenvolvidas atividades que passam, para além do exercício físico, pela educação para a saúde e pela celebração de efemérides e datas importantes para o grupo.
Assim, uma vez por mês as sessões contemplam algum tempo à educação para a saúde em que os temas trabalhados passam por alimentação saudável açúcares, alimentação saudável gorduras, alimentação saudável sal, pé diabético e cuidados com os pés, hipoglicemias, atividade física nas atividades da vida diária, hipertensão arterial, gestão da polimedicação e mudança comportamental.
No entanto, no decorrer das sessões podem ainda ser abordados outros pontos como a ansiedade e stress, a saúde oral, correção postural, interpretação de rótulos, planeamento de refeições, entre outros.
Estão prevista ainda atividades para celebrar efemérides como o Dia Mundial da Alimentação, que se assinala no dia16 de outubro, o Dia Mundial da Diabetes, 14 de novembro. Outras datas como o Carnaval, Dia Mundial da Poesia, Dia Mundial da Atividade Física, o Dia Mundial da Dança e o Dia Mundial do Ambiente, vão também ser assinaladas.
Critérios para integrar o grupo
O médico de família tem um papel preponderante na seleção dos utentes que são convidados a participar neste projeto, que devem preencher vários requisitos.
Em primeiro lugar os participantes devem ter a Diabetes tipo 2 diagnosticada clinicamente há pelo menos seis meses, ter idade compreendida entre os 50 a 80 anos de idade, não fumar, ter as comorbidades da diabetes controladas, nomeadamente o pé diabético, retinopatia e nefropatia. Para além disso não devem apresentar alterações graves na marcha ou equilíbrio, nem sintomas de doença das artérias coronárias, nem patologia cardíaca, pulmonar ou musculoesquelética grave.
O facto de ter uma vida independente na comunidade, não participar de modo regular em sessões de exercício supervisionado e estar inscrito e ser seguido em consulta nas Unidades de Saúde protocoladas são também fatores tidos em conta.
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