Alegria da distinção não apaga preocupações com o recomeço
O CCD Ordem é a primeira instituição do Vale do Sousa a obter a Certificação da Bandeira da Ética, atribuída pelo IPDJ – Instituto Português Desporto e Juventude, relativo ao PNED – Plano Nacional de Ética no Desporto. Para o Centro Cultural e Desportivo da Ordem, esta bandeira é o reconhecimento de uma visão e estratégia diferenciadora nas boas práticas da ética e fair play. O projeto “Jogas Comigo, sentes o que eu Sinto” foi determinante nesta conquista. Um projeto que tem como objetivo a promoção do conhecimento, consciencialização, valorização e fomentação dos valores da ética e fair play.
Certificação da Federação poderá chegar em julho
À espera da certificação por parte da Federação Portuguesa de Futebol, que poderá acontecer em julho, para poder competir nos campeonatos nacionais a partir da época 2022-2023, Jorge Furtado acredita que o trabalho desenvolvido será premiado com o “sim” da Federação. “Apercebemo-nos logo no princípio, que a formação seria a sustentabilidade dos clubes e, por isso, no ano passado, começamos este processo a sério, que terminará no dia 31 de julho. Nós temos a certeza de que iremos ser contemplados com a certificação da FP de Futebol e do Instituto Português do Desporto. Vamos ver qual a qualificação que nos vai ser atribuída, se uma, duas ou cinco estrelas”, comenta.
O CCD Ordem tem todos os escalões de formação e, na próxima época, terá também formação feminina, esperando, na época 22/23, obter a certificação no futsal feminino.
Interregno preocupa direção
A interrupção inesperada do campeonato veio criar constrangimentos na Associação. “Este interregno prejudicou-nos muito, pois vivemos do dia-a-dia. Não há clube nenhum que tenha uma perspetiva de longo prazo”, explica. O fecho das portas acabou com o que dá sentido à Associação. “Isto, financeira, desportiva e socialmente é violento”, lamenta. Relativamente ao campeonato, “muito se fala, mas não se terá uma decisão tão cedo. A resposta que nos dão é que, se até agora era difícil, daqui para a frente será ainda mais difícil”, afirma. Este dirigente está convencido que será necessário reinventarem-se e procurarem novas formas de se financiarem. Para já, a próxima época está a ser preparada com cautela, “para perceber qual será a recetividade das pessoas perante este receio de que alguma coisa possa voltar a acontecer”, explica. Quando surgir luz verde para o reinício das atividades, todos terão de se readaptar. Jorge Furtado salienta que se trata da saúde de meninos, alguns de 5 anos, que são difíceis de controlar e que querem jogar e divertir-se. “Sendo uma atividade coletiva é um ambiente de risco”, reconhece, acrescentando, que aguarda indicações sobre o recomeço.
Indecisão quando às subidas de divisão
Em termos desportivos, ainda persistem as dúvidas sobre quem sobe de divisão. Jorge Furtado reconhece que não se consegue agradar a todos e que o problema não é fácil de resolver. “No futsal ainda não há decisão nenhuma. Não movimenta o dinheiro de uma liga profissional. Estou preocupado com a nossa realidade e com a formação”, confessa.
Atualmente são 132 os atletas inscritos, com seguros válidos até 31de junho. Tratou-se de um investimento grande para doze meses, mas que acabou por ficar pelos dois terços. “Quero perceber o que as federações e associações vão fazer, sabendo de antemão que todas as ajudas vão ser poucas. Não tenho dúvidas nenhumas de que outros clubes provavelmente se vão extinguir”, lamenta. A preocupação maior do CCD Ordem são os escalões de formação, sendo os seniores a “cereja no topo do bolo”: “Se eu não tiver uma formação estruturada e com muita gente a praticar, o que vai acontecer é que não haverá equipa de seniores”, justifica.
A ajuda da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia tem sido importante, reconhece este dirigente. Critica, no entanto, os critérios adotados nos apoios atribuídos aos clubes. “Na próxima época, quando nos virmos privados de todas as fontes de rendimento, a Câmara vai dar-nos o apoio e a Junta também, mas acho que será sempre pouco para recomeçarmos. Isto é quase como começar do zero”, garante.
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