
A Vila foi recentemente embelezada com a decoração, no edifício do Posto de Turismo, de um dos mais conhecidos poemas sobre Lousada. A quadra de Augusto Gorgel é, sem qualquer dúvida, um testemunho soberbo do seu amor à nossa terra. Foi uma ótima escolha, que poderá ser replicada noutros locais, noutras formas e com outros autores, mas com o mesmo sentimento!
O contexto em que foi escrita a quadra já faz parte da nossa História. Queremos ajudar os lousadenses a perceber o contexto em que foi redigida!
Para isso, temos de recuar a 1953… Nesse ano, a comissão de Festas em honra do Senhor dos Aflitos decidiu organizar os «Jogos Florais», um concurso literário com as modalidades de quadra, soneto e crónica, que teve o apoio oficial do Jornal de Lousada. O objetivo era fazer um concurso caseiro, reunindo a família lousadense, em que os trabalhos apresentados tinham de «cantar Lousada, na sua história, na sua beleza,..». Por isso, inicialmente, todos os trabalhos a concurso tinham de ser apresentados por lousadenses. No seu decorrer, a participação foi alargada a outros apaixonados por Lousada…
Os resultados foram dados a conhecer a 27 de julho, durante o baile das Festas Grandes, que decorreu na Assembleia Lousadense. O Jornal de Lousada, na sua edição do dia 1 de agosto de 1953, publicitou os autores vencedores e o resultado dos seus trabalhos, que aqui damos nota. Augusto Gorgel foi o primeiro classificado nas quadras, cujo original era ligeiramente diferente daquele que tem sido dado a conhecer.
Quadra – 1.º prémio (António Augusto Castro Gorgel)
Quando um dia o Criador
p’ra beleza quis morada
Chamou o Sol e o Amor
Que lhe mostraram – Lousada
Quadra – 2.º prémio (João Ressurreição):
Oh minha bela Lousada
És um livro de cantigas…
Terra airosa, sossegada
E de lindas raparigas!
Quadra – 3.º prémio (José Moreira Silva Coelho):
Como és formosa e galante,
Linda princesa encantada!
Quem te vê é teu amante,
Jámais te olvida Lousada!

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