
(Candidato à Câmara Municipal de Lousada)
É impressionante, como, de repente, o Concelho de Lousada acorda mais vivo a poucos meses das eleições autárquicas. Buracos que durante quatro anos eram “património cultural” transformam-se em tapetes lisos e de asfalto novo. Passeios esburacados ganham outro brilhantismo, e, em alguns sítios, até os bancos dos jardins reaparecem renovados como se fosse uma obra de arte. Tudo serve para enganar os mais incautos.
É o chamado “milagre eleitoral”: de um dia para o outro, máquinas e trabalhadores aparecem como se tivessem sido guardados numa gaveta à espera de sinal verde.
Não importa se o planeamento é apressado, se o trânsito fica caótico, ou se a tinta da ciclovia ainda está molhada no dia da inauguração – o que interessa é cortar a fita antes do voto.
É impressionante, como de repente, Lousada acorda mais viva a poucos meses das eleições. Temos festas e bailaricos por todo o lado, até os chamados mais idosos e as crianças, e ainda bem, são convidados a participar na festa, Os buracos que durante quatro anos eram “património cultural” transformam-se em tapetes lisos e de asfalto novo. Passeios esburacados ganham calçada brilhante, e até o banco do jardim, que estava partido, reaparece com ar renovado.
Depois das eleições, claro, voltamos à programação habitual: obras que param ou caem no esquecimento, prazos que se esticam, buracos que voltam a crescer. Mas até lá, viva a temporada das obras! É como Black Friday, só que com pó de cimento e cheiro a alcatrão e os incómodos causados aos cidadãos.
Nos últimos dias tenho visitado algumas freguesias em Lousada, mesmo para quem não é dessas localidades, nota-se que temos obras por encomenda eleitoral. Acesso cortado ao transito, sinalização colocada a destempo e que por vezes até obriga a desvios desnecessários.
Obras em Bairros Sociais que se prolongam no tempo, como é o caso da freguesia de Lustosa, que obriga a que pessoas residentes sejam obrigadas a tomar banho em casa de vizinhos ou familiares. Mas também em Lustosa, encontramos moradores cujo acesso às suas frágeis habitações é feito em terra batida e sem o devido saneamento básico. Claro, as autoridades locais não passam por aqueles sítios.
Estas obras por encomenda eleitoral, fazem lembrar um pouco aquilo que acontece por todo o país aquando da chegada da época dos incêndios. O governo e as autoridades locais, já com o país a arder, vão a correr mandar limpar as matas ou abrir caminho de acesso aos bombeiros. No final, as referidas autoridades, aparecem para fazerem o balanço da desgraça, mas a conversa é sempre a mesma. Declaram ao país que tudo foi feito, que todos aprendemos com os erros e que para o ano estaremos melhor apetrechados. Estas políticas e os seus executores já demonstraram ao longo dos anos que não têm ideias nem iniciativas. É preciso mudar, nós somos capazes de fazem muito mais e melhor e com mais eficácia.













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