O Louzadense aproveitou esta conversa com Jorge Magalhães para conhecer a sua opinião sobre a atuação do atual executivo camarário em Lousada.
Qual a sua opinião sobre a governação de Pedro Machado?
O presidente já vinha de um mandato em que eu tinha estado na Câmara. Há formas de estar diferentes, pontos de vistas diferentes e isso é altamente respeitável, sobretudo neste processo governativo. Com a limitação de mandatos, deve haver alterações de perspetivas e de pessoas, para que a chama se mantenha, para que haja formas de abordar as questões diferentes e caminhos diferentes a seguir. Eu acho que a Câmara tem seguido um caminho consistente mas ligeiramente diferente do que eu próprio seguiria. Há coisas em que me revejo na íntegra, outras que não teria seguido por aí. Mas percebo que, com a entrada de pessoas novas, formas de estar diferentes, pessoas que viveram outras situações e outras perspetivas de enquadramento das coisas, tenham políticas substancialmente diferentes. Acho que os mandatos têm sido conseguidos com alguma tranquilidade. É óbvio que não se acerta tudo. Como em tudo na vida, há sempre momentos mais assertivos, outros menos, mas isso é próprio das circunstâncias.
Em que áreas gostaria de ver outro tipo de políticas?
Eu não direi que haja alterações muito significativas. Eu acho, e bem, que há uma preocupação ambiental grande. Vejo que o atual vereador é uma pessoa muito sensível para essas questões. Até resulta da própria formação dele enquanto jovem. Acho que a área do ambiente tem sido muito bem desenvolvida. Há aqui um refinar de alguns aspetos da área ambiental que me parecem interessantíssimos. Isso tem muito a ver com a sensibilidade da própria vivência de cada um. E a própria formatação de cada um é importante para as políticas que vai implementar. Eu entendo que o meu antecessor fez o melhor que pôde. Os meios que teve e as circunstâncias que encontrou não eram as melhores. Fez o possível, pois apreciava o seu município, as suas raízes.
Aquilo que qualquer um de nós pode ou não atingir depende muito das equipas que tem. Há aqui caminhos diferentes. Seguramente. O município entende que quer seguir outros caminhos e bem. Já me perguntaram se quero ser de novo candidato, mas isso é inconcebível. Não me vou envolver. Se me pedirem a opinião, dá-la-ei, mas não mais que isto.
A sua governação teve o centro do concelho como prioridade, a nível de equipamentos. Como vê agora, com Pedro Machado, a maior abertura às freguesias?
Eu acho que há um tempo para tudo, uma política para um determinado contexto e, quando se atinge um patamar, tem de se mudar o fio da agulha. De facto, quando partimos, nos anos 90, Lousada não passava de uma aldeia grande. Nós conhecíamos quase todas as pessoas. É óbvio que isto foi avançando e, quando entrei, houve uma alteração do paradigma e quisemos criar condições para que o centro urbano pudesse ter aquele conjunto de equipamentos que podem servir todos e que devem estar mais no centro do concelho. E agora vejo como natural potenciar as freguesias gradualmente, com novos equipamentos e, paulatinamente, as coisas vão evoluindo. Este é um processo evolutivo. Eu refiro-me de novo ao meu antecessor: a sua preocupação foram os caminhos, a viação rural, que naquele momento da história foi importante.
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