Presidente está de saída
Uma das associações mais acarinhadas pela população de Caíde é o Caíde de Rei Sport Clube, fundado em 24 de Fevereiro de 1977. Tem como única modalidade a prática de futebol, estando atualmente a sua equipa principal, os seniores, na divisão de Honra da Associação Futebol do Porto.
José Maciel, de 56 anos, já foi um pouco de tudo neste clube, desde roupeiro, jogador, treinador e agora presidente, durante “muitas décadas de amor ao Caíde”, diz.
A liderar o clube há três anos, considera que foi muito difícil e que chegou a hora de sair: “Cheguei à conclusão de que a minha paixão é o banco de suplentes. Realmente gosto de ser é treinador. Entendo que chegou ao fim o meu ciclo, pois sinto algumas divergências que não sei justificar, como a razão de algumas pessoas tentarem que eu deixe de gostar de futebol. Mas isso não irão conseguir, serei sempre um dos mais apaixonados por este clube, pois já estou aqui há alguns anos. Sinto que existe algum interesse de algumas pessoas que eu não esteja cá, não sei explicar o porquê. Talvez seja pelas instalações serem boas e pelo clube estar numa boa divisão, ou para outros assuntos. Futuramente, vou perceber quais são os motivos, certamente. Foi uma experiência”, desabafa o dirigente.
Sintético é “espetacular”
Natural de Caíde e a morar a cem metros do campo de futebol, viveu sempre ligado a esta instituição. A requalificação do campo foi sem dúvida uma das obras mais importantes para o clube, dotando-o de condições excelentes para um futuro risonho: “Temos uma bancada excelente, e agora, com o novo sintético, a qualidade para a prática de futebol é muito melhor. Essencialmente na formação estas condições são excelentes, e o futuro passa por aí. O jogo é outro. Tanto em qualidade, como para a beleza do futebol, o sintético é uma coisa espetacular”, refere.
Embora o clube não seja muito destinado a formação, para além da equipa de veteranos, “que são as velhas guardas”, tem duas equipas de formação: “A formação só tem interesse se vier a dar frutos com os seniores. Estas condições chamam mais jovens, mas outros clubes aqui em redor também já têm estas condições”, explica.
Sobre o seu caminho enquanto presidente, salienta o patamar que o clube atingiu: “Como treinador, levei o clube à primeira e no ano passado, já como dirigente, consegui subir à honra”. Importante foi também a manutenção do clube nesta divisão, “pois, normalmente, quando subíamos, logo a seguir descíamos. Por isso, conseguir esta manutenção para uma freguesia como a nossa é no fundo como ganhar o campeonato”, salienta José Maciel.
Outro dos momentos altos foram as novas as instalações, apesar de terem implicado algum sacrifício prévio, pois, enquanto decorriam as obras, para colocação do sintético, os jogos eram realizados fora: “Esse ano foi difícil, andamos com a casa às costas, entre o Macieira e o Aparecida, que tiveram muita hombridade e muito respeito por nós. São pessoas muito acessíveis, a quem devo uma palavra de gratidão”.
À espera de nova direção
De saída da presidência do clube, José Maciel espera que surja uma solução para que todo este trabalho tenha continuidade: “Já houve três assembleias e espero que surja na próxima, que é dia 21, uma nova direção, pois é importante começar a trabalhar a próxima época. É muito importante para fazer o planeamento da época, pois é uma divisão que já exige muito cuidado”. O ainda presidente teme um vazio diretivo, mas tem esperança de que possa aparecer uma nova direção: “Não me passa pela cabeça surgir esse problema e deixar de haver prática de futebol nestas instalações. Seria muito mau. Existem aqui pessoas com muita capacidade para assumir e o meu maior desejo é que para o ano se faça melhor do que nós fizemos, com mais sustentabilidade financeira e que sejam anos de sucesso, que este clube bem merece”, defende José Maciel.
Satisfeito com o apoio dos adeptos e da comunidade nestes três anos, o dirigente salienta também o papel da autarquia, visto que, sem o seu apoio, não seria possível a requalificação do campo de futebol, e da Junta de Freguesia, que sempre apoiou o clube dentro das suas “competências e possibilidades”. A nível de instalações, falta apenas fazer mais um balneário e acabar o parque de estacionamento. Essas obras serão efetuadas pela autarquia.
Despesas com sintético podem ser incomportáveis
Relativamente às novas instalações, o presidente chama a atenção para os custos com a manutenção, “que as associações não têm capacidade para pagar, pois a despesa é muito forte tanto de água como de eletricidade. Sei que a autarquia está disponível para ajudar. A manutenção do relvado requer no futuro despesas que podem ser difíceis de comportar por parte das direções dos clubes”, avisa.
No futuro, espera que exista espírito de união, mais forte do que aquele que existe atualmente. Para tal, as pessoas ligadas ao projeto “têm de gostar do clube, do desporto e da modalidade do futebol”, afirma. E dá ainda outro conselho: “Os jogadores do clube são na sua maioria de fora da freguesia.
No futuro, deverá ser retificada esta situação, pois é importante ter aqui jogadores da terra, mas não é fácil, pois temos muitos clubes aqui em Lousada e até nos arredores, o que torna difícil segurar aqui os jogadores”, lamenta.
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