Tudo começou com uma brincadeira, quando um grupo de pessoas se juntou para atuar num cortejo no âmbito das festividades em honra de S. Pedro, padroeiro de Caíde de Rei. A brincadeira tornou-se um projeto mais sério e nasceu o Rancho Folclórico São Pedro de Caíde de Rei, fundado em 2002. É o mais jovem grupo de folclore do concelho de Lousada, integrando a Federação Portuguesa de Folclore.
Atualmente, o grupo conta com cerca de 50 elementos de todas as faixas etárias, não só de Caíde de Rei, mas também de freguesias vizinhas.
O caídense Joaquim da Silva Teixeira é o presidente do Rancho Folclórico de Caíde de Rei, ocupando o cargo desde 2018, apesar de ter já integrado as direções anteriores. Considera que esta não é uma função fácil, devido à necessidade de gerir as diferenças: “Nem sempre as opiniões são unânimes, mas tento sempre levar as coisas para um bom rumo”, afirma, agradecendo o “empenho, esforço e sacrifício” de todos os elementos.
Homens precisam-se
Apesar da vitalidade do grupo e de honrar os compromissos, o presidente conta que se debate com uma pequena dificuldade: a falta de “homens dançadores”. A somar a esta, está também a falta de meios financeiros, uma queixa recorrente nestas atividades: “Apesar dos subsídios que nos são atribuídos a nível camarário, junta de freguesia e de alguns particulares (aos quais muito agradecemos), não são suficientes para as despesas da nossa casa-sede”, explica.
Sede maior é uma ambição
É, aliás, um sonho do Rancho poder ter uma casa sua: “Neste momento, estamos sediados na antiga escola primária (Sobreira) em contrato de comodato, gentilmente cedido pela Câmara Municipal de Lousada, que colabora connosco. O espaço é bom mas não é suficiente. Por exemplo, se tivermos algum evento planeado que tenha que decorrer fora do espaço, se chover, não conseguimos realizá-lo no interior porque as salas são pequenas. Mas não quero dizer com isto que estamos descontentes, pelo contrário, só temos a agradecer por todo o apoio que nos é dado”.
Manter viva a tradição
Para além da participação em vários festivais e atuações em várias freguesias, o grupo organiza anualmente vários eventos, como o Festival de Folclore, a desfolhada, o magusto e a festa de Carnaval.
Manter a tradição é um dos principais objetivos. Por isso, no seu reportório, encontramos o Malhão, a Rusga, a Cana Verde, entre outras danças de romarias e trabalhos campesinos, dançadas nas eiras e terrenos. “A Chula é a dança mãe da gente de Caíde de Rei, e até o ilustre Zé do Telhado, que casou nesta terra, a dançou”, pode ler-se na história do Rancho.
Joaquim Teixeira considera “muito gratificante” saber que pode contar com as pessoas que tem a seu lado e, por isso agradece o apoio de todos, caídenses e não só: “Esperamos poder contar convosco no futuro para que possamos levar o nome da nossa terra pelo país fora e até quem sabe ao estrangeiro, um sonho que gostaríamos de realizar”. O líder não esconde que, para além de “manter a cultura e tradição das gentes da terra”, ambiciona “levar o nome de Caíde de Rei para fora do concelho, dando assim a conhecer a cultura e tradições da nossa linda terra”.
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