Associação Desportiva e Cultural de Figueiras não desiste do Pavilhão

A Associação Desportiva e Cultural de Figueiras foi fundada no dia 11 de novembro de 1984, tendo como um dos fundadores o atual presidente, Joaquim Moreira Cardoso, um apaixonado pelo desporto. Talvez por isso tenha siso delegado da AF Porto durante mais de vinte anos. Esteve também ligado à Federação Portuguesa de Futebol e à Liga Profissional de Futebol.
Aos 73 anos, 32 dos quais dedicados a esta Associação, Joaquim Cardoso continua de pedra e cal. Só durante três anos da vida desta associação é que não foi presidente. Durantes estas décadas, a paixão pelo desporto, associada à força de vontade, fez com que se fizessem “obras” propriedade da Associação: “Tudo isto que temos é nosso”, diz, com orgulho.

No decorrer desta entrevista, Joaquim Cardoso foi-nos mostrando um pouco da história desta Associação, que, em 1984, tinha como única modalidade o futebol de onze e a competição fazia-se em pequenos torneios nas freguesias: “Nós começamos em 1984. Temos aqui esta fotografia desse mesmo ano, no antigo campo do Lousada. Ficamos em quarto lugar.

Andamos muitos anos com futebol de onze nestes torneios”. Mais recentemente, a associação descreveu um percurso ascendente: “Fizemos dois anos na Superliga de Futsal no Porto. No primeiro ano, fomos campeões e ganhamos também a Taça. Foi uma espécie de preparação para entrarmos no Campeonato Distrital de Futsal da AF Porto. Agora, estamos lá a fazer o que podemos, mas sempre limitados”, desabafa.

Equipa de futsal anda com a “casa às costas”

A nível de infraestruturas, esta associação possui uma sede, com bar, e um campo exterior com balneários, “que qualquer equipa no distrital gostaria de ter”, acrescenta. Mas é no campo que os olhos do dirigente se detêm: “Temos este campo que está a ser pouco utilizado porque a intenção era ter aqui um pavilhão”. Este continua a ser uma das ambições, “um sonho, talvez, pois fica muito caro, mas é um dos nossos objetivos”, afirma, acrescentando que já concorreram a programas de apoio, “mas tivemos a infelicidade do dinheiro acabar antes de chegar à nossa Associação”, lamenta Joaquim Cardoso.

Pelo facto de não ter pavilhão próprio, a equipa de futsal, que compete numa prova da AF do Porto, tem de andar com a “casa às costas”: “A partir do ano passado, entramos nos campeonatos distrital de futsal, e estamos a ver se a coisa ganha mais ânimo, a ver se é possível. Quando fizemos estas instalações, pedimos dinheiro ao banco, mas hoje as coisas não são assim. Na altura, eu próprio me atravessei sozinho. O presidente da Câmara diz-me que os fundos não estão a disponibilizar nada para o desporto. Com a nossa entrada no futsal, estivemos a jogar no pavilhão do Valmesio, o que nos acarretava custos. Felizmente, este ano, com a desistência da GACER, de Sousela, podemos utilizar o pavilhão municipal”. Para o dirigente, o concelho de Lousada precisa de mais pavilhões. Para esta coletividade só com o pavilhão é possível avançar com as camadas jovens. Agora, “não tem condições para isso”, diz.

Convencido de que as equipas que “não apostem na formação têm sempre o risco de morrer”, encara o próximo desafio de frente: o pavilhão, que permitirá voar mais alto: “Sem essa infraestrutura, é difícil para nós irmos mais além”, considera.

▲Equipa de Futsal da Associação Desportiva e Cultural de Figueiras – Foto YES LOUSADA

Modalidades e atividades diversificadas

Esta associação figueirense, atualmente, além do futsal, tem um grupo de bombos, uma secção de BTT, que “está muito forte”, com participação em várias provas, e uma prova com mais de sessenta corredores organizada pela secção, que ambiciona realizar uma prova pela federação no próximo ano. As duas rodas têm mais um impulsionador, o ciclismo: “Têm feito coisas muito bonitas, mas são atividades que acarretam alguns custos”. Nas atividades, realça o Passeio da Pesca, um convívio pago pela coletividade, além de outras que têm vindo a desenvolver.

Arranjar pessoas para deitar mãos à obra é uma das principais dificuldades da associação. A angariação de receitas é outra dor de cabeça: “Há o subsídio dado pela Junta e o da autarquia, mas é muito pouco. Deram-me 750 euros e nem chega para pagar as inscrições. Pagam-nos os seguros e exames médicos, mas isso é uma coisa mínima”. O presidente dá o exemplo do concelho vizinho, Paços de Ferreira, onde as inscrições, seguros e exames médicos são pagos pela autarquia. “Ainda por cima têm um protocolo com a Lousacorpus para tratamentos”, compara.

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