Com o país em estado de emergência, a dinâmica cultural sofreu naturalmente alterações, a que não ficou alheia a Rota do Românico. Os espaços públicos ligados à cultura foram fechados, incluindo as igrejas, cessando toda a dinâmica turística à volta do românico. A situação é ingrata, pois o mês de março é importante em termos turísticos, como explica Rosário Machado: “O mês de março é para nós um mês importante. Este ano tínhamos já muitas marcações. Estava a ser um excelente mês a nível de procura da Rota, e foi tudo cancelado. O turismo tem sido um dos setores, que mais tem sentido as dificuldades”, lamenta.
Apesar de terem cessado as atividades no terreno, a equipa da Rota do Românico continua a trabalhar em regime de teletrabalho. A diretora da Rota salienta que, apesar da distância, a equipa se mantém mais do que nunca unida e acrescenta até que, nestes momentos, a solidariedade é ainda maior entre pessoas e instituições: “A união é muito forte, desde os parceiros nacionais, entidade Turismo Porto e Norte, as câmaras e outras entidades nacionais, até internacionais, de Espanha, com a fundação de Santa Maria La Real.”
Paralelamente a isto, continuam as obras na Praça do Românico, embora a um ritmo mais lento, seguindo as regras vigentes do distanciamento social, e o trabalho de apresentação de candidaturas: “Abrimos uma frente de trabalho para uma fase pós-Covid. Temos de pensar no dia a seguir. A conjuntura e o futuro não dependem totalmente de nós. Temos de ter confiança e, mas se há coisa, que este vírus nos faz, é diminuir-nos a confiança”, reconhece. Acrescentou, que “o recolhimento é completamente o inverso do que se pretende com o turismo”.
O período da Páscoa é tradicionalmente de mobilidade e uma época de grande espiritualidade, em que as pessoas procuravam a Rota, tanto a nível nacional como internacional. Rosário Machado prevê que as coisas possam demorar a recuperar a normalidade: “Vai demorar para que as pessoas entrem em autocarros, porque estão juntas”, explica. Além disso, “o turismo não se coaduna com o receio e a inibição, pois está ligado ao bem-estar e ao prazer”.
Visitar a Rota do Românico a partir do computador
Os meios digitais são neste momento, a aposta da Rota do Românico. Em casa, as pessoas podem ver “a riqueza deste património”. “Estamos a tentar de uma forma controlada, dar uma resposta através da comunicação para despertar a curiosidade, para que depois, quando for possível, as pessoas possam vir e conhecer o nosso património”, explica.
No período da Páscoa em particular, os internautas podem aproveitar para conhecer a arte relacionada com o tempo pascal. “Tínhamos tudo preparado para o dia 18 de abril (Dia dos Monumentos e Sítios). Agora temos de utilizar as redes sociais para que esse dia seja celebrado de forma especial”, concluiu.
Centro de Interpretação do Românico galardoado no concurso ArchDaily
O Centro de Interpretação do Românico ficou em segundo lugar na categoria Prémio Obra do Ano 2020, no âmbito do concurso promovido pelo ArchDaily Brasil. Foi com surpresa, que Rosário Machado, diretora da Rota do Românico, recebeu a notícia. “Nem nós, nem os arquitetos estávamos à espera que o centro ganhasse o segundo lugar a nível mundial”, disse aO Louzadense.
Comentários