Louzada à espera do regresso a Londres
Os Louzada têm no nome a marca do concelho do qual alguns elementos da banda são oriundos. Esta banda de hard rock, “com um som peculiar”, tem feito furor em Inglaterra, onde Pedro Cabanelas Bessa estuda. Neste momento, o músico de 21 anos, encontra-se em Portugal, em virtude da pandemia.
O jovem lousadense admite que a primeira coisa que fez assim que percebeu que o surto pandémico seria duradouro, foi regressar a Portugal. “Percebi que a universidade iria fechar e de certeza não iria haver concertos. Se é um vírus que se espalha assim tão facilmente, não pode haver aglomerados de pessoas”, justifica.
Num período em que o isolamento é a palavra de ordem, o músico tem aproveitado para escrever o novo álbum com a banda. “Tenho uma concentração melhor para trabalhar, também nos projetos para a universidade”, explica.
Sobre a forma como o problema da Covid 19 foi gerido em Inglaterra, Pedro reconhece que a imunidade de grupo, que no início as autoridades pretendiam, não funcionou. Nessa altura, já não se encontrava no país. “Mas felizmente mudaram e estão a tomar as precauções que deveriam ter tido antes”, diz.
Saudades de Londres
Apesar de ter regressado a Portugal por considerar que estaria mais seguro, sente muitas saudades de Londres, “pois habituei-me ao estilo de vida da cidade e a fazer o que mais gosto, que aqui não consigo”.
No Porto, onde estudou música clássica, conheceu o professor de guitarra elétrica Óscar Silva, que o incentivou a ir para Inglaterra: “Fiz um programa chamado “rockschool” durante dois últimos anos e o professor sugeriu candidatar-me a Inglaterra, visto que eu gosto tanto de rock e em Portugal não havia essa possibilidade”, conta. Londres foi a escolha, pela vida da cidade, que proporciona mais oportunidades para singrar na música.
Em Londres, os Louzada atuavam quase todas as semanas e os ensaios eram diários. O tempo para compor era bem aproveitado, especialmente os espaços entre as aulas: “A universidade disponibiliza espaços para estudo e estúdios para a gente ensaiar”, diz. Agora, devido à pandemia, os encontros dos músicos são digitais. “Encontramo-nos pelo Skype, escrevemos o álbum, as letras… Estamos a trabalhar em várias coisas para nos prepararmos para voltar ao ativo”, conta.
Novo álbum mais voltado para o metal
O novo álbum trará uma “nova sonoridade” e cimentará a posição dos Louzada no panorama musical: “O EP serviu apara apresentar as nossas influências, os nossos backgrounds como músicos. Agora vamos fazer um álbum. Até já lançamos um single de uma das músicas que vai estar no álbum, mais voltado para metal, mas sem esquecer as nossas bases do rock. Estamos a tentar criar um som novo e esse álbum vai ser a nossa forma de assumirmos o género do metal e mostrar a nossa virtude, mais música sobre nós, quem nós somos”, desvenda.

Portugal é demasiado pequeno para os sonhos de Pedro Cabanelas Bessa, que não pensa viver no nosso país. “Ou fico em Inglaterra ou mudo-me para os EUA, Los Angeles ou Nova Iorque, por causa da indústria da música. É para isso que tento lutar e a trabalhar todos os dias”.
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