Li hoje, no Facebook (através de um comentário da Armanda Sousa numa partilha da Anabela Ribeiro, duas colegas e amigas reais), a entrevista completa de Manuel Sobrinho Simões ao JN (Jornal de Notícias). Uma entrevista pequena, muito simples, mas muito, mesmo muito interessante! Aconselho vivamente a leitura integral!
O título da entrevista, que partilhei, obviamente, na minha página de FB, é “O maior problema de Portugal é a pobreza”. Esta sentença direta, clara e esclarecida foi dita nessa entrevista pelo médico e cientista português que é, entre outras coisas, o patologista mais influente do mundo e uma autoridade a nível internacional do cancro da tiroide. Ora, a determinada altura da entrevista, para responder à pergunta “Que diagnóstico faz do país além da pobreza?”, Sobrinho Simões afirma que “a coisa mais importante (em Portugal) … é, de longe, a Educação.” Depois ainda acrescenta a Justiça e a Saúde, como áreas a necessitar de atenção e de investimentos.
Acontece também que, há poucos dias, o nosso Primeiro Ministro anunciou a contratação de um gestor, também chamado António Costa (Silva) para desenhar “um plano” para sairmos desta crise. Talvez não fosse má ideia o Sr. Primeiro Ministro, para além de ouvir o gestor nomeado por despacho, ler também a entrevista de Sobrinho Simões, no sentido de encontrar pistas para o que importa fazer em Portugal com os milhões de euros que a EU (União Europeia) nos vai enviar nos próximos anos, no sentido de nos ajudar a “sair da crise”.
António Costa, o Primeiro Ministro, sabe perfeitamente quem é Sobrinho Simões, sabe que é um médico e cientista português com 73 anos, com uma carreira internacional brilhante e respeitado em todo o mundo, sendo, por isso, frequentemente convidado para conferências em todos os continentes. Para além disso, tem dado o seu melhor por Portugal e pela ciência/medicina portuguesa desde 1989 no IPATIMUP (Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do porto).
Suponho que o outro António Costa, o gestor, também deve conhecer a vida, a experiência, os méritos, a inteligência e a dedicação a Portugal e aos Portugueses de Sobrinho Simões.
Espero que estes dois Antónios leiam esta entrevista e valorizem devidamente as opiniões de um dos portugueses mais considerado em todo o mundo. O médico/cientista/professor Sobrinho Simões colocou as prioridades do nosso plano de desenvolvimento com uma clareza e com uma simplicidade, a que nem os dois Antónios podem escapar: em primeiro lugar, em Portugal, é preciso combater a pobreza; em segundo lugar, investir na Educação das futuras gerações; e, em terceiro lugar, investir nos nossos sistemas de Justiça e de Saúde.
Tudo o que seja contornar, escamotear, alterar, disfarçar estas prioridades será sempre um erro e pagaremos isso muito caro no futuro. Está anunciado um “envelope” financeiro de muitos milhões de euros da EU para Portugal, mas se não houver o cuidado de o investir com critério e honestidade, os nossos filhos vão herdar as dívidas e os problemas que não resolvermos. Devíamos aproveitar esta oportunidade para recuperar algum do atraso económico, social e cultural que ainda temos em relação aos países europeus mais desenvolvidos. Será imperdoável que não o façamos.
Manuel Sobrinho Simões tem a autoridade de quem já viveu muito, de quem fez uma carreira internacional ao mais alto nível na sua área e de quem viajou por todo o mundo. Era bom, para variar, que o ouvissem. Era bom, para variar, que quem manda ouvisse quem tem “honesto estudo com longa experiência misturado” e não quem lhes apetece ouvir. Era bom, para variar, que quem manda não ouvisse os mesmos de sempre a defender os mesmos interesses de sempre.
Se os Antónios fizerem um plano não para salvaguardar os interesses dos Portugueses, mas para salvaguardar interesses dos bancos, dos banqueiros, das grandes empresas e dos grandes gestores portugueses (que estão a enriquecer os multimilionários chineses, americanos, russos, etc… a quem esses bancos e empresas pertencem), então, Portugal terá, nos próximos anos, dinheiro como nunca e nós, os Portugueses, continuaremos pobres como sempre…
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