O projeto “maisLousadaCLDS4G” pretende promover processos de integração pessoal, social e profissional, em grupos populacionais vulneráveis como as crianças, jovens, famílias de baixos rendimentos, desempregados e pessoas com deficiência ou incapacidade.
O CLDS é um projeto local de desenvolvimento social e apoiado por Fundos Europeus, tem a duração de 36 meses e iniciou em julho de 2020 e terminará em junho de 2023. O objetivo é “aumentar a coesão no concelho de Lousada e promover processos de integração pessoal, social e profissional”, afirma Antónia Silva, responsável pelo projeto.
Para o território de Lousada, foram identificados dois eixos de intervenção: “o eixo um é o emprego, formação e qualificação e o eixo dois é a intervenção familiar e parental preventiva da pobreza infantil”, explica.
O plano de ação é implementado por uma equipa multidisciplinar e numa configuração multiparcerias, as ações demonstram um esforço coletivo de todos os intervenientes sociais numa perspetiva de garantir um acesso a serviços holísticos com base na comunidade e entidades oficiais do projeto.
No primeiro eixo, as ações estão direcionadas para a capacitação e procura ativa de emprego, no desenvolvimento e aquisição de competências pessoais, sociais e profissionais. Pretende-se que sejam criados mecanismos de autoemprego e empreendedorismo a par da divulgação das medidas ativas de emprego e de todas as ofertas formativas da região.
Na população mais jovem, o CLDS apresenta ações de sensibilização, encaminhamento e orientação para a integração profissional no mercado de trabalho. A iniciativa, a criatividade, a inovação e o gosto pelo risco são capacidades empreendedoras que o plano de ação pretende estimular, por exemplo, nos alunos do ensino secundário.
“Temos uma base atualizada das ofertas formativas das entidades públicas e privadas existentes no concelho, de forma sistemática temos esta plataforma atualizada. Temos ações direcionadas para ações de sensibilização, encaminhamento e orientação para a integração profissional no mercado de trabalho. Temos também ações direcionadas para os alunos que entram em abstencionismo escolar de forma a capacitá-los e motivá-los para o regresso à escolaridade mínima obrigatória”, explica.

No segundo eixo, as ações do maisLousadaCLDS4G pretendem promover uma intervenção especializada junto de famílias e desenvolver processos de qualificação familiar. Contribuir para a promoção de estilos de vida saudável e a integração na comunidade através da participação e envolvimento em ações desportivas, culturais, lúdicas e pedagógicas, oferecendo oportunidades e vivências de experiências de cidadania plena para crianças/jovens oriundas de famílias de baixos rendimentos.
“Com as crianças e jovens tentamos proporcionar oportunidades de desenvolvimento que este público à partida não teria acesso. Com os empresários temos ações direcionadas no âmbito do eixo um, do emprego e formação, para os sensibilizar para uma integração profissional destes públicos que não têm tanto acesso como a população em geral”, confirma.
Projeto pretende ser descentralizado
O maisLousadaCLDS4G pretende ser o motor de desenvolvimento do concelho de Lousada, marcado por ações e proximidade da equipa à comunidade, participando e envolvendo todo o território.
“Estamos localizados em três Juntas de Freguesia: Caíde de Rei, Lustosa e Meinedo. Desta forma, conseguimos que a população não venha até nós, mas somos nós que vamos ao encontro das pessoas que nos procuram.”
“O projeto está direcionado para todas as freguesias e encontramos uma forma de responder de forma mais próxima possível da comunidade, estando descentralizados. Estamos localizados em três Juntas de Freguesia: Caíde de Rei, Lustosa e Meinedo. Desta forma, conseguimos que a população não venha até nós, mas somos nós que vamos ao encontro das pessoas que nos procuram”, refere.
A escolha de freguesias é justificada pela dificuldade em chegar até ao centro do concelho, onde estão sediados. “A escolha teve como objetivo colmatar esta dificuldade que é um problema no concelho. São freguesias mais distantes e porque também são freguesias com alguma fragilidade ao nível de cuidados de intervenção especial, mas estamos a trabalhar com o concelho na totalidade”, garante a responsável.
As necessidades são sinalizadas por toda a rede social do concelho, portanto, “qualquer entidade nos encaminha as situações”, afirma. O projeto é promovido pela autarquia e a entidade executora do projeto é a ACIP (Ave Cooperativa Intervenção Psicossocial C.R.L.).
“Já chegamos a algumas famílias e apoiamos algumas famílias que são intervencionadas pelo Tribunal e Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, algumas famílias que apoiamos no ensino à distância. Este é um momento muito complicado para desenvolver o projeto, porque as pessoas estão muito centradas nas próprias necessidades e, por vezes, a articulação não é muito fácil”, lamenta.
Também com os desempregados procuram ajudar a construir um currículo e carta de apresentação. “Tentamos construir competências sociais e relacionais de uma cidadania ativa, procura ativa de emprego e como devem apresentar-se numa entrevista de emprego. Trabalhámos o desempregado como um todo e fazemos o caminho todo até à procura ativa de emprego”, explica.
Pandemia alargou cuidados aos idosos
E por força da pandemia, entenderam apoiar também os idosos. “Apesar de não ser um público do projeto, decidimos apoiar a população idosa. Construímos um projeto para apoiar esta população e irmos ao encontro das suas necessidades. O projeto é identificado como ‘Abraço Casa’ e tentamos ser uma ferramenta junto dos idosos de combate ao isolamento, no apoio a situações problemáticas, promover a proximidade e interação digital com familiares diretos, com rede de vizinhança”, refere.
“Adquirimos tablets e levamos até aos idosos para desta forma proporcionar a interação com as pessoas mais significativas para estes idosos.”
Para isso, “adquirimos tablets e levamos até aos idosos para desta forma proporcionar a interação com as pessoas mais significativas para estes idosos, aproximar as famílias, criar oportunidades e combater o isolamento. Tentamos também apoiar na situação da vacinação, como o transporte, por exemplo”, confessa Antónia Silva.
“Este não é um público do nosso projeto, porque o território de Lousada não é identificado como um território envelhecido, por isso, não tem esse eixo direcionado, mas tentamos nesta fase de pandemia responder e apoiar esta população idosa”, enuncia.
Qualquer cidadão pode deslocar-se ao serviço no centro da Vila. Nas freguesias o serviço está disponível à terça-feira de manhã na Junta de Freguesia de Meinedo, à quinta-feira de manhã na Junta de Freguesia de Lustosa e Caíde de Rei. “Chegar até nós é fácil e a resposta é imediata”, garante.