A Associação de Desenvolvimento “Despertar Vilar do Torno e Alentém” foi fundada em abril de 1999, em Vilar do Torno com o objetivo de desenvolver atividades socioculturais. Com o passar dos anos, acabou por ficar parada. Em 2010, um grupo voltou a criar iniciativas e iniciou o Movimento Sénior na freguesia.
Em 1999, nascia em Vilar do Torno a associação “Despertar” com o objetivo de desenvolver atividades socioculturais, desportivas e de apoio social. Devido a algumas dificuldades, em 2006 acabou por ficar totalmente parada. Em 2010, António Marinho, juntamente com os restantes órgãos sociais, deram uma nova vida à associação.
A Associação dá nome a dois grupos: o Movimento Sénior e o Grupo de Cavaquinhos “Os Amigos de Vilar”. O que mais usa as instalações é o Movimento Sénior, porque o grupo ensaia na Junta de Freguesia, enquanto a instalações não têm palco e som adequado.
“As coisas mudaram, as pessoas que deram início à associação saíram e foram-se afastando. Atualmente, as atividades que a associação desenvolve não são as mesmas a que a primeira direção se propôs”, explica António Marinho, de 72 anos e presidente há 11.
“Com a criação do movimento, tivemos necessidade de ter umas instalações dignas e próprias para que os seniores se pudessem reunir.”
Foi nessa altura que surgiram, a nível concelhio, os Movimentos Seniores. “Foi criado o Movimento Sénior de Vilar do Torno e Alentém na Junta de Freguesia, onde esteve durante algum tempo, era uma atividade da Câmara Municipal. Com a criação do movimento, tivemos necessidade de ter umas instalações dignas e próprias para que os seniores se pudessem reunir, um dia por semana, com mais dignidade”, refere.
A Escola Básica estaria para fechar, devido à construção do novo Centro Escolar, “foi-nos proposto que, se quiséssemos, poderíamos candidatar-nos à direção da associação e teríamos a possibilidade de vir para este local, porque esta escola teria de ser passada a uma entidade”, testemunha.

“Esta escola está entregue à Associação Despertar, eu candidatei-me a presidente da direção, com todos os elementos a que somos obrigados. A partir daí, o que tínhamos de provisório na Junta de Freguesia passou tudo para aqui e passamos a reunirmo-nos aqui, criamos o nosso espaço próprio, com boas condições”, esclarece.
Os encontros começaram por ser uma tarde por semana e, mais tarde, “foi-nos sugerido a possibilidade de serem duas tardes para conjugar as atividades que a Câmara nos propõe com os professores na área do desporto, como a ginástica e o Boccia, e com profissionais de saúde”.
As atividades desenvolvidas
Antes da pandemia de covid-19, participavam em diversas atividades como a ginástica, o Boccia Sénior e o Concurso Miss e Mister Sénior.
“Para além de presidente da direção sou também voluntário no Movimento Sénior, para além do José Matos, José Almiro e, na altura, Maria da Conceição Peixoto que, com ajuda da autarquia, nos iam sugerindo atividades e assim fomos desenvolvendo. O principal objetivo era o convívio, para criarmos laços entre nós que não tínhamos uma proximidade uns com os outros”, confirma o presidente.
À medida que os encontros iam acontecendo, “nós fomo-nos juntando aqui, fomos conversando, participando em atividades elementares. Como o Boccia sénior, uma atividade que os nossos seniores aderiram em força e pode-se ver pelos troféus que temos. O Movimento Sénior começou a crescer e a termos uma amizade uns com os outros. Neste momento já sentimos saudades de nos voltarmos a encontrar”, afirma, uma vez que as atividades foram canceladas e o Movimento Sénior ficou suspenso.
As grandes dificuldades da associação prendem-se no setor financeiro, pela falta de transporte para os participantes, e pela falta de voluntários, principalmente jovens.
“Também Susana Ferreira, uma jovem, disponibilizou-se, dentro das suas possibilidades, para estar connosco nos dias em que nos reunimos. Foi uma mais-valia. Também no princípio, tivemos uma voluntária jovem com formação, mas por força da vida profissional teve de sair. Ao longo de muito tempo também tivemos a Diana Torres, uma pessoa muito dinâmica, muito empenhada e uma pessoa extraordinária. Mas temos de compreender”, lamenta.
“No fim do dia, sentimo-nos satisfeitos por ajudar aqueles que têm mais dificuldades ainda, apesar de também termos as nossas.”
O transporte é o maior problema. “A Junta de Freguesia, desde que começou a ter carrinha própria, sempre nos ajudou e está sempre disponível para nos ajudar a levar a todos os locais que seja necessário, mas é quando pode, porque a carrinha não está só ao nosso serviço. Dentro dos horários da escola e o nosso horário, os serviços que eles nos podem ajudar têm de ser muito bem coordenados. O ideal seria ter um transporte próprio”, expressa.
Assim que a pandemia de covid-19 estiver controlada, o sonho é regressar com esse transporte disponível para todos os idosos que frequentam o Movimento duas tardes por semana. Apesar de todas as dificuldades, todo o trabalho é recompensado pelo sorriso dos idosos que têm a possibilidade de passar uma tarde diferente, longe do isolamento social. “No fim do dia, sentimo-nos satisfeitos por ajudar aqueles que têm mais dificuldades ainda, apesar de também termos as nossas”, brinca.