Com 73 anos de histórias, a Associação Desportiva de Lousada conseguiu, este ano, o que ansiava há muito tempo: ser certificada como entidade formadora e embaixadora para a ética no desporto. Recentemente, foi nomeado presidente Ilídio Magalhães, que deseja ver os lousadenses de volta na bancada.
Ilídio Magalhães, de 63 anos, natural de Vila Caiz, Amarante, é o mais recente presidente da AD Lousada. Atualmente, reside em Penafiel e a sua chegada a Lousada está ligada ao futebol: “o meu filho jogava no Penafiel e como o treinador veio para aqui, conseguiu que o meu filho e mais três colegas também viessem”, explica Ilídio Magalhães.
Desde que chegou à vila e integrou o futebol, já fez de tudo um pouco: “comecei por ser pai, fui delegado de jogo e fiquei responsável pela formação. Após umas eleições, fiquei ligado à comissão administrativa, passei a coordená-la e hoje sou presidente”, enumera. Apesar de não ser de Lousada, acredita que vive esta vila como se fosse a sua terra, “a minha vida mudou desde que aqui cheguei”.
Uma instituição com 73 anos e muitas histórias para contar, Ilídio Magalhães afirma que desde o momento que chegou, a AD Lousada mostrou sempre “ser uma associação bem organizada, não acho que desde que cheguei se sentiu uma evolução e uma melhoria tão significativa”.
No entanto, a nível da formação, onde esteve diretamente ligado, “tornou-se mais rigorosa, para que todos os atletas começassem a cumprir a sua obrigação perante o clube. Os pais que pagam as obrigações e as mensalidades não podem ser tratados da mesma maneira daqueles que não pagam”, reforça.
“Os pais que pagam as obrigações e as mensalidades não podem ser tratados da mesma maneira daqueles que não pagam.”
Este ano a associação conseguiu atingir um dos seus grandes objetivos que há muito ansiavam: “ser certificada como entidade formadora, com três estrelas, com uma percentagem de 84%”, avaliação que não permitiu alcançar as quatros estrelas, porque não têm nenhuma equipa a disputar os nacionais.
Ainda assim, “é fundamental para a Associação Desportiva de Lousada ser certificada”. Apesar de exigir mais responsabilidades e organização, o Presidente da AD Lousada acredita que estão no caminho certo: “tivemos de fazer um projeto da bandeira da ética, porque sem isso não tínhamos certificação, e fomos considerados pelo Instituto Português da Juventude (IPDJ), embaixadores para a ética no desporto”, menciona o presidente.
Vontade de levar o clube mais longe
Com vontade de fazer crescer, a cada dia que passa, este clube, o presidente admite que “em primeiro plano está a parte de solidificar a equipa, torná-la organizada, sem pressas e sem precipitações. Queremos, cada vez mais, ter atletas na formação para conseguirmos chegar ao topo com qualidade”.
Aos poucos, tencionam que cerca de 80% dos jogadores da equipa sénior sejam provenientes da formação, porém, “devemos, primeiro, estabilizar onde estamos, que é na Divisão de Elite”, reforça.
Atualmente, a AD Lousada é constituída só por futebol, dividida por vários escalões. “Começamos com os petizes e traquinas, a partir dos 5 anos, os benjamins, 9 anos, infantis, entre os 11 e os 13 anos, e depois os iniciados, juvenis, juniores e, finalizando, a equipa B e A”, refere Ilídio Magalhães.
Com a chegada da pandemia, a associação diminuiu o número de atletas: “num ano normal, conseguimos ter duas equipas em cada escalão e cerca de 300 atletas na formação”, afirma.
“É difícil para um jogador, principalmente para os mais novos, não terem os pais nas bancadas.”
Sem certezas do regresso de alguns jogadores e perante um futuro incerto, Ilídio revela que a falta de adeptos na bancada influencia muito a vida de um jogador dentro de campo: “se para os maiores é importante ter a bancada com adeptos, que fará para os mais novos. E, por vezes, um dos maiores apoios dos jogadores são os pais. É difícil para um jogador, principalmente para os mais novos, não terem os pais nas bancadas. No entanto, isto pode ter uma influência menos positiva, podem ouvir mais o que os pais dizem de fora do campo, do que o seu próprio treinador”.
Um dos grandes desejos passa por ter os lousadenses mais perto da equipa: “queremos os lousadenses nos nossos jogos, queremos sentir o apoio deles. Queremos quebrar este afastamento que há”, apela o presidente.