Ainda que sem concertos, marchas ou procissões, as festas do concelho começam, aos poucos, a querer entrar na “normalidade”. Aproximam-se as Festas Grandes, em Honra do Senhor dos Aflitos, e as Festas de São Tiago Maior, em Lustosa, que serão, novamente, celebradas de forma simbólica.
A paragem forçada, que já dura há mais de um ano, parece querer regressar, aos poucos, à normalidade. No entanto, ao contrário do que seria de esperar há um ano, por esta altura, a “normalidade” não regressou e teremos de voltar a viver as festas e romarias em circunstâncias especiais.
“Há um ano acreditamos que seria possível agora festejarmos as Festas Grandes em Honra do Senhor dos Aflitos, que estão programadas desde 2019, mas, infelizmente, a realidade dos últimos meses veio inviabilizar a sua realização. Obviamente que para este ano não temos grandes expectativas, mas vamos procurar marcar a data com alguns momentos simbólicos e com distanciamento social”, explica Leonel Vieira, presidente da Comissão de Festas em Honra do Senhor dos Aflitos.

As festividades serão reduzidas ao mínimo, cumprindo as regras impostas pela Direção Geral da Saúde, “mas não vamos deixar de assinalar com dignidade esta data que é tão importante para nós, Lousadenses”, refere.
“Vamos colocar mais de três mil tigelinhas a iluminar o monte do Senhor dos Aflitos.” – Leonel Vieira
Tal como no ano passado, será iluminada a Capela do Senhor dos Aflitos, com uma nova decoração. No domingo à noite, dia 25, “vamos colocar mais de três mil tigelinhas a iluminar o monte do Senhor dos Aflitos”.

A não realização das festas tem, naturalmente, implicações mais negativas: “o facto de não podermos conviver livremente com os nossos amigos e de estarmos preocupados com a saúde de todos tem seguramente implicações negativas no bem-estar de qualquer comunidade”, lamenta o presidente.
“Neste momento também não posso esquecer os comerciantes e empresários com ligações às festas e romarias e que estão a passar por momentos de muita angústia. Para todos eles um forte abraço solidário”, reflete.
O cartaz de espetáculos já anunciado manter-se-á no ano de 2022, assim como o grupo que compõe a Comissão de Festas.
De recordar que os artistas apresentados são: Banda Musical de Lousada, Banda de Música dos Mineiros do Pejão, Fulano X, Miguel Araújo, Zé Amaro e Matt Simons.
Festa sai à rua em Lustosa
As Festas em Honra de São Tiago Maior, em Lustosa, serão marcadas pela saída de um trio elétrico com a atuação ao vivo da banda portuguesa “4 Mens”, que percorrerá as ruas da freguesia, no sábado, dia 24, pelas 19:30 horas.
No que diz respeito à vertente cristã, será celebrada a Missa solene, no domingo, às 11:15 horas, e, durante a tarde, a partir das 15:20 horas, sairão os andores de Nossa Senhora de Fátima e de São Tiago, que também percorrerão as ruas da freguesia.

Ambos os dias serão encerrados com sessões de fogo de artifício, com destaque para a sessão de sábado, que promete ser “grandiosa”.
“Dada a conjuntura atual”, o Padre António Teixeira, pároco de Lustosa, afirma estar “expectante e confiante na adesão da comunidade à participação no programa que está proposto”.
“As festas religiosas estão na alma do povo e são um desafio para que as paróquias rejuvenesçam e se transformem em verdadeiras comunidades cristãs.” – Padre António Teixeira
“Creio que seremos capazes de marcar a data do São Tiago com a comunidade. Sem dúvida que teve de se dar aso à imaginação para que algo pudesse ser organizado e pudesse acontecer. As festas religiosas estão na alma do povo e são um desafio para que as paróquias rejuvenesçam e se transformem em verdadeiras comunidades cristãs evangelizadoras”, revela.

O pároco lembra que “a Missa é a parte mais importante das festas religiosas. Por isso, mantivemos a hora habitual, que me parece a mais conveniente, para a celebração da Eucaristia, de modo que a comunidade cristã possa fazer dela o centro da festa, participando pela presença ativa, pelo canto e pela comunhão sacramental. Esperamos que os Mordomos sejam os primeiros a dar exemplo desta participação. Durante a Missa deverá criar-se um ambiente próprio de celebração sagrada, ouvir-se-ão o repique dos sinos e o estralejar dos foguetes antes e depois da celebração”.
Acredita que “a impossibilidade de realizarmos festejos a que tanto estávamos habituados e que tanto eram desejados, fazem-nos tomar consciência de outros valores que, progressivamente, fomos pondo de lado. Afinal, a nossa casa e a nossa mesa são um lugar sagrado e mais importante do que tínhamos sentido até agora”.
Não poder celebrar, viver e ter os momentos e todos os bens que tínhamos como adquiridos, “fez-nos parar e pensar melhor: afinal menos é mais. Cada gesto conta”, garante o pároco.
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