Opinião de Ana Margarida R. Teixeira
PharmD, Doutoranda em Biotecnologia
A Organização das Nações Unidas, mais conhecida como ONU, nasceu a 24 de outubro de 1945. Atualmente, é constituída por 193 estados-membros e liderada pelo nosso português António Guterres. A função deste órgão internacional é manter a paz, o desenvolvimento e a segurança, através da cooperação e união entre todos os povos das nações. Mas estará a sua missão a ser (bem) cumprida?
Este ano, 2021 (pode não parecer), o prémio Nobel da Paz foi atribuído a Maria Ressa e Dmitri Muratov. Dois jornalistas que denunciam o abuso de poder e a violência, nos seus países, Filipinas e Rússia, respetivamente, e que viram os seus esforços pela liberdade de expressão serem reconhecidos.
Ainda neste ano, o conflito no Afeganistão foi notícia em todo o mundo e continuará a ser, não por bons motivos, como todos sabemos. Se formos consultar a lista de atentados que ocorreram desde 1950 a lista é gigante e todos os dias, ainda, assistimos a episódios destes em vários países desde os Estados Unidos, Rússia aos países da Europa:
7 janeiro 2015: Massacre no Charlie Hebdo, França;
22 de março de 2017: atentado na Ponte de Westminster, Londres;
Agosto de 2017: atentados nas Ramblas, Barcelona;
16 outubro de 2020: professor Samuel Paty foi esfaqueado e decapitado em França;
13 de outubro de 2021: atentado com arco e flecha mata 5 pessoas na Noruega.
Alguns exemplos do que ainda acontece nos nossos dias e que nos leva a pensar se estaremos realmente seguros. Para além disto, crises comerciais que levam também a alterar a paz e segurança dos países em todo o Mundo. Quem não se lembra da guerra comercial de 2018, entre os Estados Unidos e a China – dois dos países fundadores da ONU -, com batalhas de tarifas em produtos importados e posteriormente com a tecnologia 5G, redes e gigantes empresas?
A instabilidade dos países da América do Sul, a insegurança, o medo… A crise dos migrantes continua ativa e cada vez mais se espera uma tentativa desesperada de um maior número de pessoas que são impedidas de viver a sua vida nas terras onde nasceram e tentam dar aos seus filhos e aos próprios uma vida melhor longe da guerra, da perseguição, do medo, da violação dos seus direitos mais básicos, como por exemplo, o acesso à educação. Onde sobrevive a igualdade e a dignidade?
Vivemos num Mundo em constante mudança e adaptação e por isso há que reforçar o esforço por combater a crise climática, poluição e crise dos combustíveis. A ONU apresenta a Agenda 2030 com 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, entre eles, erradicar a pobreza e a fome, energias sustentáveis e renováveis acessíveis, trabalho digno e crescimento económico, saúde e educação de qualidade, igualdade de género, produção, consumo e comunidades sustentáveis, e proteção do ambiente.
Não podemos culpar os outros pelas ações que nós próprios, muitas vezes, não tomamos. Está nas mãos de cada um fazer tudo para contribuir para um mundo melhor, em que todos nós vivemos, e deixar um legado melhor para entregar às gerações futuras.
A ONU apresenta um programa de voluntariado ao qual te podes candidatar, lê mais sobre isso no site das Nações Unidas (https://unric.org/pt/carreiras-voluntariado/). É necessário alertar mais, intervir mais e prevenir mais para vivermos todos melhor em comunidade, união e paz.
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