O Dia dos Namorados, ou o conhecido Dia de São Valentim, celebra-se a 14 de fevereiro. No ano presente, este realizar-se-á a uma segunda-feira. O mesmo representa uma data especial para solenizar a união entre casais e namorados. Porém, em alguns países a ocasião serve para demonstrar afeto e amor perante os amigos e família.
O momento comemora-se todos os anos e deve-se, exclusivamente, à história do Dia de São Valentim que remonta ao século III d.c. Esta inicia-se com a proibição dos casamentos, implementada pelo Imperador romano, Cláudio II. Após esta decisão abrupta, na época, um Bispo, de seu nome Valentim, infringiu o decreto imperial, traduzindo-se na realização de matrimônios. Este acabou por ser descoberto e, consequentemente, foi torturado, preso e executado no dia 14 de fevereiro. Assim sendo, a data deu origem ao célebre Dia de São Valentim.
O namoro é a bênção de todos os momentos e, mais do que nunca, é urgente saber amar com todas as particularidades desta sabedoria. Olhando de perto para os noticiários e toda a comunicação social, a violência é palavra de ordem em vários paradigmas e no namoro não é exceção. Desta forma, é imprescindível não abordar este assunto tão preocupante na sociedade.
É primordial prevenir. Prevenir sofrimentos, prevenir marcas irreversíveis, prevenir desgostos. O impacto psicológico que esta data, de expectável felicidade, provoca sobre muitas pessoas é o reverso da moeda, acabando por se tornar verdadeiramente preocupante.
As desilusões fruto da construção de uma história de amor ideal, são frequentes e é necessário encará-las com a leveza certa para prosseguir o caminho de cabeça erguida. Torna-se iminente abordar-se as relações de intimidade saudáveis e consentidas para desmistificar as ideias de certos jovens.
Efetivamente é muito comum rapazes e raparigas não terem noção do seu papel de vítima ou agressor, uma vez que, muitos conceitos apresentam-se baralhados nas suas cabeças. Continua a haver por parte das vítimas “uma desvalorização” em relação a certo tipo de violência seja psicológica ou física e é obrigatório alertar e ajudar.
Em 2020, a PSP recebeu mais de 2.000 denúncias, das quais 1.116 relativas a violência no namoro entre ex-namorados e 890 a relações de namoro ainda em curso, transversais a todas as faixas etárias.
Por amor não se pratica violência psicológica ou emocional, social, sexual e económica, não se insulta durante discussões, não se proíbe de estar ou falar com amigos, entre tantas outras coisas… não e não.
O amor é importante, seja familiar ou amoroso, e o ser humano nasceu a querer amar e ser amado, porém é essencial não abdicar durante uma relação de certas noções. O respeito, a segurança, a confiança, o amor próprio, o diálogo são alguns dos conceitos que jamais devem ficar de fora num relacionamento.
Nesta data tão famosa e, no tempo atípico que vivemos, demonstrar o nosso amor a alguém é a cura para muitos problemas. Há várias maneiras de criar um clima especial, desde as mais singelas até as mais elaboradas. Além dos pequenos gestos, pode-se incrementar algumas formas especiais, desde surpresas a presentes.
O Louzadense abordou, nas ruas da vila, três casais em situações distintas de vida, na qual se pode constatar o acima referido. Além do mais, interpelamos a proprietária da Sweet Bombom, uma mercearia gourmet situada no mercado municipal de Lousada.
Sweet Bombom

A dona da Sweet Bombom, loja característica pelos produtos diferentes e surpreendentes, referiu que a procura por presentes relativos ao Dia dos Namorados já tinha começado pois várias pessoas a procuraram com esse mesmo intuito. Todavia, o facto deste ano os fornecedores estarem atrasados nas entregas irá, por conseguinte, levar os clientes a comprar mais em cima da hora.
Apesar de considerar que a procura é feita de todas as faixas etárias, a maior incidência recai na população dos 30 e 40 anos, “a maior parte dos meus clientes, diga-se 80%, corresponde a esta faixa etária”. A adesão por parte dos jovens também acontece, porém com menor frequência.
A proprietária da mercearia considera que quem oferece ramos é mais o sexo masculino, por ser o mais fácil de dar. Salienta que o seu cliente é mais o feminino, mas desafia todos os homens a dirigirem-se à sua loja para surpreenderem as suas caras metade com artigos diferentes do habitual.
Este ano a Sweet Bombom apostou fortemente nos ursos com dedicatórias, e segundo a dona a procura e aderência está a ser significativa. Além destes, é possível comprar o Kit fantasias, as caixas com doces, espumantes, entre tantas outras coisas que se encontram à disposição no espaço físico.
“Se levar um presente daqui, come ou bebe e fica com alguma recordação”, conclui a proprietária da Sweet Bombom.
Maria Inês
O relacionamento de Maria Inês dura há 2 meses, havendo conhecido o seu namorado na Escola Secundária de Lousada.
Às perguntas sobre o problema da violência no namoro, a menina prontificou-se a responder apesar de não aprofundar muito este tema sério. Maria Inês acredita que as vítimas continuam a desvalorizar-se perante o agressor e que já verificou isso, porém com pouca regularidade. Quando questionada se o ciúme era uma forma de amor, prontamente afirmou que não. “Às vezes pode ser saudável, nas medidas certas, com medo de perder a pessoa, mas acho que num relacionamento deve haver confiança de ambas as partes”, salienta Maria Inês.
Diana Magalhães e Ricardo Ribeiro

Diana de 34 anos e Ricardo de 39 anos, são namorados há 15 anos, havendo casado há 10. O amor deste casal começou na freguesia onde habitavam.
À pergunta: conseguem manter a chama do amor acesa com a mesma intensidade que nos tempos de namoro, ambos referiram que tentam da melhor maneira a manter iluminada. “Na vida de casal há dias melhores e dias piores, mas por norma temos conseguido”, afirmam.
Diana e Ricardo continuam a festejar o Dia dos Namorados. O ritual habitual é o jantar e a troca de prendas no final.
Quanto a algum segredo, estes salientam que é importante existir compreensão de ambas as partes, dar o espaço preciso um ao outro, serem empáticos, haver boa comunicação, entre outras coisas também fundamentais para um relacionamento duradouro e saudável.
Relativamente à violência no namoro, o casal declarou não conhecer nenhum caso pessoalmente, mas estão a par através da comunicação social dos trágicos acontecimentos derivados a esta.
Por último, Ricardo finda que o ciúme não é de todo uma forma de amor.
Maria Aurora Teixeira e José Teixeira

Maria e José, 63 e 73 anos, respetivamente, encontram-se casados há 47 anos, prestes a completar daqui a dois meses mais um ano à longa conta.
Este notável casal acredita que o amor que nutrem um pelo outro é diferente daquele do início. “Conforme os anos passam o amor transforma-se em carinho, amizade. É outra forma, mas muito sólida e afetiva”, salientam.
Comparativamente aos seus tempos de namoro e aos namoros de hoje em dia entre os jovens, concordam que existem algumas diferenças no comportamento em geral. “São mais desinibidos em manifestar-se afetivamente e mais agressivos”, segundo Maria e José existe violência tanto física como psicológica e como se já não fosse grave o suficiente “não se inibem de mostrar essa agressividade em público”.
O casal acredita que os passos para se construir um relacionamento eterno e saudável é, principalmente, ter bem presente o respeito e a aceitação. Isto é, aceitar o parceiro conforme o é e basearem-se sempre no respeito um pelo outro.
“É fundamental adaptarem-se e terem a noção que a vida é como tudo, com altos e baixos, assim como o casamento”, finda Maria e José.

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