A escrita com destinatário
Ler e escrever, em contexto escolar, ao nível do ensino básico e secundário, muito especialmente no tempo presente, terá que forçosamente conhecer várias formas, valer-se de todas as oportunidades e revestir-se das mais diversas motivações, sob pena de não existir ou de se confinar ao estritamente indispensável e obrigatório.
A aprendizagem da escrita não se pode confundir com o domínio de um conjunto de habilidades motoras ou de outros pré-requisitos que se treinam antes de se começar a escrever, mas pela prática efetiva da escrita. Aprende-se a escrever, escrevendo. Através de formas de interação dentro da sala de aula e de trabalho de cooperação, os alunos devem ser incentivados a produzir os seus textos e revê-los com os seus pares, e assim melhor os compreender e ultrapassar os problemas de escrita em conjunto. É necessário escrever e reescrever para aprender a escrever. É a escrita que pode desenvolver a leitura e não, como se tem preconizado na maioria das páticas educativas, ler para saber escrever.
A perspetiva social da escrita, segundo investigadores, é determinante para o processo da escrita. Quem escreve, para além do assunto e das condições em que escreve, tem de ter uma finalidade, um objetivo e um destinatário, isto é, a funcionalidade do seu escrito. O jornal escolar, ou um jornal de tiragem local ou regional, a este nível, cumpre uma missão insubstituível. Parabéns ao “Louzadense” por esta iniciativa ao serviço de uma melhor literacia da escrita e da leitura, nos nossos jovens lousadenses.
Orlando Pereira
+ literacia: Editorial AE Lousada Este

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