O conceito de guerra sempre fez parte da história da humanidade, surgindo, maioritariamente, associado à ascensão/queda de reinos, impérios e civilizações ou, mais recentemente, ligado a questões geopolíticas e económicas. Apesar de neste século os conflitos não serem tão frequentes e de não terem a dimensão dos do século XX, eles ainda existem sob a forma de guerras cibernéticas, financeiras, civis, etc.
Penso que o que leva um país a declarar guerra a outro pode depender de aspetos políticos, por exemplo, a tentativa de criar um império hegemónico com uma moeda, língua e costumes únicos, ou a vontade de conquistar um território, de modo a obter uma melhor posição estratégica face aos opositores. Um conflito bélico pode também ocorrer por questões relacionadas com o petróleo ou outros recursos naturais. É exemplo disto a mais recente guerra que tem atingido o leste europeu, colocando em lados opostos a Ucrânia e a Rússia, sendo que esta última nação invadiu os vizinhos de sudoeste, começando por anexar a Crimeia em 2014 (importante território que permite um rápido acesso ao Mar Negro). O conflito na Crimeia foi o mote para a atual tentativa de conquistar todo o estado ucraniano que o chefe máximo do Kremlin diz estar sob liderança de neonazis, mas na realidade fica a impressão de que apenas pretende reerguer a antiga União Soviética e ocupar uma posição mais favorável relativamente ao rival norte-americano.
Na verdade, o que está na base do sucesso e da grandeza de qualquer nação é o seu poder económico e este é afetado inequivocamente se esse país entrar em confronto com outro(s), não só pela existência de alianças, estabelecidas principalmente a partir da segunda guerra mundial, que permitem aos aliados interferirem direta ou indiretamente nas hostilidades, mas também devido ao investimento feito em artilharia e defesa nacional.
Nos dias que correm é visível o impacto que este tipo de conflitos tem na economia, sendo disso exemplo as sanções financeiras impostas por parte dos EUA, da UE e da NATO à Rússia que consistem, maioritariamente, no congelamento de contas a figuras importantes russas e na remoção deste país dos principais comércios internacionais, provocando deste modo uma grande queda do valor da moeda russa, seguida de uma brusca inflação dos preços.
Por isso, creio que qualquer questão política que envolva países com pontos de vista opostos deve ser resolvida de forma pacífica, com o objetivo de atingir uma resolução que seja favorável a todas as partes. No entanto, tal como vimos ao longo da história, grande parte das negociações não são bem-sucedidas, tornando-se impossível fugir aos conflitos armados. A meu ver, tais combates são prejudiciais para ambos os lados “da barricada”, na medida em que mesmo que se “vença” a guerra no terreno, o país vencedor enfraquecerá a sua defesa, a sua economia e a própria estabilidade política.
Apesar de estarmos mais desenvolvidos como sociedade, as guerras ainda acontecem, colocando todo o planeta em alerta, dado o elevado poderio nuclear que alguns países detêm. Assim, se tais confrontos se derem entre grandes potências, a economia mundial é afetada, podendo-se deste modo gerar grandes crises financeiras ou até mesmo destruir o globo.
João Campos
Agrupamento de Escolas de Lousada Oeste
+ literacia: Relação entre o poder político, conflitos bélicos e a economia

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