por | 10 Mai, 2022 | Associativismo, Sociedade

Associação de Patinagem Artística de Lousada

A Associação de Patinagem Artística de Lousada (Apalou) teve início no ano de 2019 e, neste momento, conta com 32 atletas nos diversos escalões etários. Porém, o clube já existe desde 1993 incorporado como uma das modalidades do Lousada Académico Clube. O Apalou oferece todas as condições necessárias à competição que, por conseguinte, resulta nas conquistas de pódios individuais e de equipa em vários torneios e testes.

O clube possui uma história vasta e profunda. Até há três anos atrás, fazia parte do Lousada Académico Clube (L.A.C.), mas, entretanto, uma necessidade de reformulação levou à fundação da Associação de Patinagem Artística em 2019. O L.A.C. abrangia várias práticas desportivas, e, cada modalidade sentiu vontade e premência em se separar uns dos outros.

A partir desse momento almejado há muito tempo e concretizado no ano anterior à pandemia da COVID-19, cada organismo ficou autónomo. Todavia, é necessário realçar o objetivo aquando da criação do L.A.C. Este adveio da abertura de algumas modalidades inexistentes no concelho de Lousada até à data. 

Os treinos da Associação de Patinagem Artística são efetuados no Pavilhão Desportivo Municipal de Lousada, uma infraestrutura desportiva dotada de todas as condições para a prática, situada na freguesia de Pias. Ao clube é fornecido quatro dias de treino, sendo que cada escalão treina três dias por semana. No entanto, às vezes a Apalou desloca-se a outras estruturas derivado à ocupação ou à necessidade da prática de mais treinos. 

A equipa técnica é composta por duas treinadoras experientes e formadas, que estão ao serviço dos atletas de forma incansável. Elisabete e Joana são os nomes que merecem destaque, graças ao percurso que trilham com cada desportista. Os objetivos e sonhos pertencem a realizações pessoais que, mais tarde, se tornam realizações de todo um grupo. 

As atletas da Apalou com uma das treinadoras

Maria José Magalhães, presidente há 15 anos da Associação de Patinagem Artística de Lousada, deu os seus primeiros passos nesta aquando da entrada no ano de 2009 dos seus dois filhos. O menino acabou por desistir, mas a menina continuou o seu percurso.

Na categoria de mãe galinha, levava a sua filha aos treinos até que a invitação para ajudar surgiu. Maria José sempre gostou de o fazer e, desta forma, aceitou de bom grado o convite proposto. Começou a trabalhar em prol do bem do clube e, sem se aperceber da rápida introdução de tarefas a que se propunha, as atividades e funções de presidente chegaram-lhe de maneira natural. O fazer bem feito e com vontade fazem parte de algumas das suas características intrínsecas enquanto profissional.

Durante dois anos, não foi presidente porque não quis. Todavia, chegou a um momento da sua vida que decidiu conversar com o seu marido acerca do facto de assumir o cargo. O apoio foi crucial para que avançasse e, desde há 15 anos, a par do trabalho passou a ter também o título. 

“Então vamos lá”, frase dita pela própria no momento em que assumiu a presidência da Apalou. O impacto desta foi tão grande que poderia ser pronunciada atualmente, uma vez que a dedicação que emprega em todas as suas ações e a gestão ao pormenor em benefício da patinagem artística são intemporais. 

Apesar do título, Maria José sublinha que “o cargo não representa muito para mim, na medida em que trabalhava à mesma se não o ocupasse”. O gosto por tudo aquilo que faz, a paixão que nutre pela sua equipa e pela modalidade em si, o querer o bem-estar do clube… definem Maria José enquanto Presidente da Associação de Patinagem Artística de Lousada. 

Hoje em dia, a Apalou possui atletas dos dois gêneros, apesar da forte incidência feminina. E neste registo, apenas existem 32 atletas em competição nos vários escalões, nomeadamente: benjamins, infantis, juvenis, juniores e seniores. A idade não é um problema, havendo meninos a partir dos 5 anos de idade e depois não há limite para a prática desta modalidade de grande beleza. 

O sentimento de orgulho, ao longo dos anos, ao observar o crescimento enquanto pessoas e atletas não tem preço para Maria José. “Vê-los crescer tanto a nível de idade como de desempenho é mágico”, evidencia. As “suas” meninas e os “seus” meninos foram expressões utilizadas recorrentemente para abordar os seus desportistas ao longo da entrevista, o que denota a proximidade e carinho que nutre por todos. 

A presidente da Associação de Patinagem Artística de Lousada, Maria José

Inquirida sobre algum episódio interessante que desejasse contar ao Louzadense, Maria José não vai muito longe no grau do tempo. “No fim de semana passado uma menina ficou em terceiro lugar”, declara visivelmente vaidosa pela conquista da atleta.

Um dos hábitos da Associação de Patinagem Artística de Lousada é realizar anualmente um festival, mas desde o começo da COVID-19 ainda não o fizeram. O facto do espaço físico que dispõem estar em obras encaminha a que também não seja concretizado este ano pois a qualidade e segurança são primordiais na execução de um evento deste calibre. “Nós enchemos o recinto e necessitamos dos balneários em condições para receber outros clubes que, amavelmente, se juntam a nós neste dia”, reforça. 

Contudo, Maria José almeja fazer uma pequena festa para as famílias dos atletas por estas apreciarem assistir à modalidade que alia a técnica, a precisão, o equilíbrio, a proeza e a estética numa perfeita sintonia com a música. Logo que se possa, o festival continuará a ser feito, em virtude de funcionar como uma tradição do clube. 

No decorrer da entrevista, a Presidente destaca os pais dos seus atletas pois conforme afirma, “se não fossem as ajudas dos progenitores muitos projetos não seriam concretizados”. Os adjetivos carinhosos e de gratidão a estes são constantes. 

O mais importante para Maria José é os atletas estarem felizes, independente de qualquer título que possam alcançar. E, depois de estarem alegres e satisfeitos, se conseguirem conquistar algo a que se propõem torna-se “a cereja no topo do bolo”. A felicidade dos desportistas, das treinadoras e dos pais é a prioridade.

Maria José gostava que a Câmara Municipal de Lousada construísse outro pavilhão para que, dessa forma, os seus atletas tivessem mais horas de treino. “A Associação de Patinagem Artística precisava de ter o dobro do tempo para proporcionar uma melhor formação aos atletas, preparando-os para o futuro”, salienta. 

Como uma nata sonhadora, ambiciona construir uma infraestrutura para a Apalou. Apesar das dificuldades, acredita que um dia irá conseguir alcançar o que tanto deseja com a ajuda dos progenitores maravilhosos. Para finalizar, ressalta a importância da prática do desporto para o crescimento e o desenvolvimento e, sobretudo, ressalta também que esta modalidade não é de elite, em contrapartida, ao que a sociedade pensa.  

Atletas femininas

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