por | 11 Jul, 2022 | Associativismo, Sociedade

Associação Coração Solidário

A formação da Associação Coração Solidário IPSS remonta ao ano de 2003, mais tarde em 2004 iniciou a atividade com a valência de ATL (Atividades de Tempos Livres). Na época em que estes começaram a surgir dá-se o nascimento da associação com o apoio da Junta de Freguesia de Silvares. Desde 2011, transitou de ATL para Creche. Nos dias de hoje, é uma referência a nível concelhio.

O Presidente da junta de freguesia de Silvares, na altura, o Engenheiro Couto Reis foi o elemento que promoveu e potenciou a criação desta instituição. Nas eleições tomou posse como Presidente e foi o membro que esteve mais tempo neste cargo. Atualmente, ainda pertence à direção, mas com outra função. Tiago Cunha, de 38 anos, é o Presidente da associação há 6 anos, ou seja, encontra-se a meio do segundo mandato. Os mandatos têm a duração de quatro anos por obrigatoriedade da Segurança Social, na qual esta mantém protocolo.

Tiago teve várias passagens nesta. Em 2009, foi coordenador do CLDS (Contrato Local de Desenvolvimento Social) que se tratava de um projeto concelhio onde a primeira edição ficou ao encargo da instituição. Neste tempo, era funcionário e tornou-se sócio. Passou por algumas empresas… e hoje a sua atividade profissional é relacionada ao comércio de alumínios, embora cumpra com o máximo profissionalismo a sua responsabilidade social como Presidente da Associação Coração Solidário IPSS.

Corria o ano de 2007 quando a instituição sofreu um interregno onde deixou de ter atividade, mas continuou a existir. Este deveu-se ao facto de as escolas começarem a ter a valência de ATLs, isto é, após as aulas os jovens dirigiam-se para a ocupação de tempos livres. A partir do instante em que o Ministério da Educação suprime essa necessidade, os ATLs existentes ficaram sem suporte e, diga-se, sem razão de subsistir.

Após algum tempo, no sentido de revitalizar a instituição, concorreu-se ao projeto “PARES” da Segurança Social para conseguirem a valência da creche. Após a candidatura ter sido submetida foi aprovada para 33 meninos. A partir de então, a Instituição Privada de Solidariedade Social (IPSS), sofreu obras de requalificação nas atuais instalações, situadas na Rua António Gomes Ribeiro. Estas foram todas revistas para poderem receber uma creche.

A Creche Coração Solidário teve início no dia 30 de maio de 2011. Como referido, a sua capacidade máxima é de 33 crianças, desde o berçário até aos 3 anos de idade. Esta possui 9 funcionários, de referir que o número não engloba os três membros da direção. O Secretário, o Tesoureiro e o Presidente encontram-se a título gratuito, sem qualquer tipo de remuneração. “Dar sem querer receber”, afirma Tiago.

O único espaço físico que a associação dispõe é na localização acima mencionada. O mesmo resultou de contrato de comodato com o município de Lousada que detém algumas frações do prédio em questão. A loja à direita no rés do chão é onde é desenvolvida a atividade.

Neste momento, a instituição alberga apenas uma valência, porém, já albergou duas em conjunto. O CLDS começou a 3 de agosto de 2009, no momento em que o projeto “PARES” para a creche estava a ocorrer. Na época, não existia fisicamente, mas estava na fase inicial do concurso e da atribuição da verba. A Associação Coração Solidário desenvolveu a primeira edição do CLDS que abrangia quatro eixos: emprego e empreendedorismo; tecnologias da informação e comunicação; apoio familiar e parental; e atividades para a terceira idade.

Este projeto pioneiro da Segurança Social que atuava de acordo com as necessidades do concelho foi implementado em vários concelhos do distrito do Porto. O mesmo acabou em 2012. Posteriormente o mesmo passou a ser desenvolvido por outra entidade do terceiro sector a operar no concelho. Segundo Tiago, o orçamento era muito grande e pesado para a dimensão da instituição.

Quando questionado sobre a seleção das crianças, Tiago evidencia que é consoante a ordem de chegada. Além do mais, conta que a instituição tem sempre lista de espera, logo, demonstra o quanto é concorrida e bem cotada no mercado. Não privilegiam e nem discriminam ninguém, auferindo todos os géneros e estratos sociais. A única diferença que existe diz respeito à comparticipação que os progenitores pagam à creche porque é em função dos rendimentos e do IRS.

A creche possui um protocolo com a Segurança Social, na medida que esta atribui um valor mensal a cada criança em atuação da frequência nesta e depois atribui um valor aos pais que é realizado através do cálculo de uma fórmula, a partir dos rendimentos da família. “Há crianças a pagar 50€ e outras a pagar 200€”, descreve.

A Associação Coração Solidário pertence a alguns organismos, contudo o protocolo físico com a Segurança Social é o único da qual resultam rendimentos. É fundamental o mesmo para levar a instituição a um bom porto. Além do mais, possui uma boa relação com o município de Lousada, um dos muitos exemplos, é a atividade conjunta realizada há poucos dias, o Iluminar Lousada.

Neste momento, a creche encontra-se em velocidade cruzeiro com uma situação financeira estável. Todavia, nos últimos tempos a inflação subiu de forma considerável e a compartição da Segurança Social não tem acompanhado esta. Deste modo, será necessária uma gestão mais criteriosa e rigorosa para conseguir suprimir esta situação. “Existem mais despesas e a receita continua igual, logo o grande desafio é a gestão corrente e diária da instituição”, reforça.

Contudo, os investimentos de antigamente foram amortizados e a situação financeira encontra-se estável, permitindo pensar mais além. A associação tem a constante preocupação de estar atualizada a nível de equipamentos e infraestruturas. Posto isto, no decorrer de uma candidatura à Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa renovaram todo o interior da creche, desde mosaicos a caixilharias. A reestruturação a fundo começou o ano passado e terminou este ano.

“Naturalmente, ao fim de 10 anos as instalações sofreram um desgaste substancial e foi fundamental esta renovação”, declara. Além disso, o material didático é todos os anos atualizado.

A creche Coração Solidário alberga cerca de 60 sócios ativos que pagam um valor simbólico. De referir que qualquer pessoa pode ser, no entanto, de acordo com Tiago é muito difícil as IPSS captar sócios e corpos sociais. “A maior parte das pessoas usa a associação como um prestador de serviços e não se dedica à parte associativa”, afirma, evidenciado que muita gente alheia-se desta responsabilidade meramente social.

Posto isto, em jeito de finalização, Tiago Cunha apela a que a sociedade esteja mais disponível e predisposta ao setor social.

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