por | 1 Ago, 2022 | Sociedade

Inquéritos: Gostos e desgostos das Festas Grandes

Já diz o ditado que “não se pode agradar a gregos e a troianos”, daí que a organização de uma festa que agrade a todos da mesma maneira parece impossível. Nem todos desgostam das mesmas coisas, assim como nem todos têm os mesmos gostos. Sabe-se que até há moradores na Vila que não suportam a Festa Grande e vão para fora quando elas se realizam. Vejamos alguns exemplos de pessoas que gostam da Festa Grande e o que mais destacam de positivo e de negativo neste evento anual da Vila de Lousada.

EUGÉNIA LEMOS BESSA, 63 ANOS, PROFESSORA

Do que mais gosto é da iluminação elétrica e sobretudo da iluminação das tigelinhas e dos faróis no monte do Senhor dos Aflitos. Quando vim morar para Lousada fiquei logo encantada com isso e esse encantamento perdura até hoje. Do que menos gosto é do barulho até altas horas da madrugada e do lixo que é deitado no meu jardim pelas pessoas que passam na rua.

Eugénia Lemos Bessa

ANTÓNIO FERREIRA, 30 ANOS, VIGILANTE

O que mais gosto: o convívio e os reencontros com amigos que por motivos de força maior se viram obrigados a emigrar para outros países mas que, nesta altura do ano vêm cá pra matar saudades da terra e viver as festas. O que menos aprecio: a falta das famosas vacas de fogo, algo que nos foi arrancado a ferros. Devem pensar seriamente em trazê-las de volta, nem que seja em outro ponto da nossa «bila».

António Ferreira

FILIPA PINTO, 30 ANOS, SECRETÁRIA

Gosto de várias coisas: o bairrismo das pessoas; a vinda dos imigrantes que muitos deles tiram férias nesta altura; gosto dos reencontros e da boa disposição de gente que ama este lugar, esta festa e as tradições.

Gosto muito do domingo das festas desde a missa, a procissão e à noite o nosso Senhor do Aflitos todo iluminado de faróis de papel com as velas lá dentro, encerrando com o fogo piromusical.

O que menos gosto: do cartaz de espetáculos, há vários anos que não é nada de especial, mas não se pode agradar a todos…

Filipa Pinto

TIAGO ALVES, 44 ANOS, MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA

Fui um dos primeiros lousadenses particular a lançar uma vaca de fogo que por sua a vez a tradição acabou derivado a aspetos de segurança. O que tentaria mudar ou introduzir de novo seria as ditas vacas de fogo. De resto não mexia em nada, tentava sim não cair na repetição de anos anteriores, desde lugares de comércio, diversões, etc. Muitos falam, muitos criticam, muitos vendem água sem caneco, sempre o disse que nunca iria organizar as festas de Lousada, pois não se pode agradar a gregos e a troianos.

Tem que se dar valor a uma localidade vizinha (Freamunde) onde trabalham o ano todo em prol das suas festas e organizam eventos todo o ano para angariar o máximo de capital monetário. Mas é a minha simples e humilde opinião como Lousadense.

Tiago Alves

ANA CRISTINA CARVALHEIRAS, 50 ANOS, ADMINISTRATIVA FINANCEIRA

Há pouca coisa de que não goste nas nossas Festas Grandes! Para mim as Festas Grandes começam logo no início de Julho, com o levantar do mastro bem lá no alto da Capela do Senhor dos Aflitos. Quando se vê aquela bandeira a esvoaçar já cheira a Festa Grande! Depois a azáfama da montagem dos arcos de iluminação a montagem do palco principal, tudo começa a tomar o seu lugar pelas nossas ruas. Um dos pontos altos que mais gosto é a 5ª feira com a descida do Sr. dos Aflitos do altar, é um momento com uma carga emocional muito grande. Só quem é de Lousada e devota do Sr dos Aflitos é que perceberá! Gosto da feira de sábado e de ir “feirar”; no domingo gosto de ver as bandas a tocar no adro e de ver a procissão a sair da Igreja. Gosto de ouvir a sirene dos Bombeiros tocar com a passagem do Senhor dos Aflitos e depois à noite as místicas tigelinhas a arder no monte do Senhor dos Aflitos e depois para finalizar ver a Banda de Lousada a tocar a marcha “Os Louzadenses” em forma de despedida em frente igreja do Senhor dos Aflitos. É um momento mágico! O que menos gosto, e perdoe-me a juventude, é o comportamento pela falta de limites e bom senso de alguns jovens. Não percebo a necessidade de beber até cair para se divertirem. A sujidade nos passeios e ruas que ficam todas pegajosas, com falta de uma boa mangueirada de água e o cheiro nauseabundo a “mijo” pelos cantos e esquinas do centro da vila, principalmente na rua da CGD até ao auditório, devido à falta de civismo das pessoas…

Ana Cristina Carvalheiras

LINO BARBOSA, 48 ANOS, FORMANDO CURSO EFA

O que eu tenho a destacar de forma positiva sobre as festas da Vila é a intensidade e a alegria com que as pessoas vivem esses dias, de uma forma quase única, pois só nós lousadenses sabemos o real significado que estas festas têm. Quanto aos aspetos negativos não tenho muito a dizer, apenas acho que devíamos fazer algo mais de cultural e divulgar mais um pouco o que se faz de melhor na nossa terra e acima de tudo relembrar quem sempre batalhou pelo bom nome de Lousada e das suas festas, pois foram um exemplo para a nossa geração e também o serão para as gerações futuras.

Lino Barbosa

2 Comments

  1. José António Reis Pedro

    Festas agradáveis por excelência, centradas na diversidade de eventos e muito bem organizadas o que prova a dedicação e profissionalismo de quem se empenhou nas suas organizações… Muitos parabéns ao Vereador Leonel Vieira por liderar a excelente equipa… A participação dos munícipes prova – o.

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  2. Manuela videira

    Este ano estão de parabéns 👏 gosto de tudo os foguetes deitados aqui nos campos em Silvares é o que menos aprecio .Mas desde que não queimem nada está tudo bem.Este ano superou todas as espectativas bons cantores ,música dos anos 70,80. Tudo bem organizado e a horas

    Reply

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