por | 30 Jul, 2022 | Sociedade

Pe. Paulo Godinho anuncia regresso de dois atos importantes

 “Vamos retomar a descida e a subida da Imagem do Senhor dos Aflitos”

Dois anos depois, a Festa Grande em Honra do Senhor dos Aflitos vai regressar, denotando-se já uma certa ansiedade na população, devido à saudade que o grande evento tem provocado. Que novidades e que expectativas tem o responsável eclesiástico pela Festa Grande? A esta e outras questões respondeu-nos o reverendo Paulo Godinho que é uma das figuras de proa das festividades. Numa breve entrevista falou-nos do que espera em termos religiosos, e da festa em geral também.

O pároco da Capela do Senhor dos Aflitos começou por dizer que “O regresso das realidades boas da vida é sempre tão bom, é algo mesmo muito desejado por nós, assim é com tantas dimensões da nossa vida e assim será este ano com o realizar de novo da Festa em Honra do Senhor dos Aflitos, um momento muito desejado e esperado. Viver esta festa em anos anteriores habituou-nos à enorme intensidade com que a mesma é vivida pelas pessoas. O que espero este ano? Que as pessoas desfrutem desta Festa, com sentido de gratidão pela vida e pela amizade, que as pessoas aproveitem o melhor que a Festa pode oferecer e dar, num verdadeiro espírito de partilha e convívio, que as pessoas usufruam deste tempo, como tempo para conhecer, para respirar os ares desta bonita Vila de Lousada, e claro está para visitar a Capela e rezar ao Senhor dos Aflitos, que tanto é preciso e estes últimos anos têm-nos dado imenso motivos para isso (Pandemia e tudo o que ela originou e origina, a realidade das famílias, da doença, da guerra,…). Enfim, movidos pela saudade, pelo sentir da falta da nossa Festa, que seja um momento carregado de momentos bons, que Lousada se torne durante esses dias o lugar onde se vive e experimenta a alegria”.

A pandemia da Covid-19 obrigou ao cancelamento e à adaptação de celebrações e momentos religiosos da Festa Grande, mas sem nunca deixar de assinalar tão importante data: “Em boa verdade, ao longo destes anos de pandemia foi sempre possível celebrar religiosamente a Festa do Senhor dos Aflitos sempre de forma adaptada ao momento concreto que estávamos a viver. Sem acontecer a descida ou a subida da Imagem do Senhor dos Aflitos, centramos o ano de 2020 e 2021 na imagem do Senhor dos Aflitos que se encontra na sacristia da Capela. Estes dois anos também marcaram o começo e a introdução no programa Religioso da Festa do Triduo de Preparação (4ª, 5ª e 6ª feira, celebração da Eucaristia com Caminhada em torno da Cruz). Este ano, do ponto de vista religioso, teremos o retomar dos momentos e celebrações da descida e da subida da Imagem do Senhor dos Aflitos (quintas-feiras, 28 de Julho e 4 de Agosto), o Tríduo de Preparação (dias 27, 28 e 29 de Julho), a Eucaristia Solene e a nossa bela procissão (Domingo, 31 de Julho). Portanto, nestes últimos anos tem-se já aprofundado a vivência da Festa e da relação com o Senhor dos Aflitos. Que estes momentos tragam oportunidade de aprofundar e viver a Fé”.

Em sintonia com a Comissão de Festas

Um relacionamento importante e até decisivo para o desenrolar da Festa Grande é o que se estabelece entre o Pároco e a Comissão de Festas. Acerca disso diz o clérigo: “A relação com a comissão de festas tem decorrido com toda a normalidade e cooperação. Obviamente, que no que me diz respeito, numa coordenação apenas voltada para a dimensão religiosa da mesma. Embora tenha havido o cuidado da parte da comissão em partilhar outros aspetos da Festa”.

Um dos momentos mais solenes e mais concorridos das festividades é a Procissão, que implica imensos trabalhos preparativos e tomadas de decisão. No que diz respeito a disso, esclarece que “a Procissão, que acontece na tarde do domingo da Festa, é um momento muito alto e expressivo da religiosidade e da Fé manifesto no mar de gente que habitualmente participa seja no corpo da procissão seja através da expressão humana que preenche as estradas por onde passa. Logicamente, a grande preocupação é mesmo que tudo corra com tranquilidade e seja um momento que proporcione crescimento da Fé e aprofundamento da interioridade. Quanto às dificuldades, prefiro falar antes em apelo, apelar à participação de todos, sobretudo das crianças, como figurantes que tanto embelezam esta expressão forte da nossa Fé”.

Numa perspetiva mais pessoal e menos clerical, perguntamos ao Padre Paulo Godinho sobre as suas preferências e expectativas face às festividades profanas, ao que respondeu: “Confesso que passados estes anos já me sinto um apreciador da nossa festa que valem pelo seu todo, mas sobretudo por aquilo que esse todo proporciona e possibilita. É claro que são importantes os concertos (dos músicos, das bandas, este muito apreciado por mim), os divertimentos, as marchas, as animações de rua, toda a envolvência, mas o que mais aprecio é mesmo o que tudo isto possibilita de encontro, de conversa e de partilha. A Festa no seu todo é uma oportunidade das amizades se fortalecerem, das famílias se juntarem e das pessoas se encontrarem. Vale muito por isto e com toda a certeza “estou e estarei presente”.

Diferenças e semelhanças com… Ovar

Por ser natural de Ovar, terra de grande religiosidade e festividade, quisemos saber quais são as diferenças maiores nesses aspetos em relação a Lousada: “Esta parece uma pergunta fácil mas não…é complicado responder, já que cada terra tem as suas tradições e os seus costumes que a definem na sua essência e no modo de viver das suas gentes, daí ser complicado estabelecer comparações e muito mais quando se tratam de duas terras que me são muito importantes e que valorizo imenso. Se tivesse que encontrar uma semelhança eu diria que tanto Ovar como Lousada gostam de «festejar», de trazer as pessoas para a rua, de dar cor e vida à terra e isso é muito bom”.

Por fim, o reverendo entendeu deixar uma mensagem aos seus paroquianos e aos forasteiros que nos vão visitar: “Espero e desejo para toda uma ótima Festa e que a sua vivência nos faça despertar para a importância que tem o Bem Comum e o zelo pelo mesmo. Que o Senhor dos Aflitos a todos mova a fazer da vida um caminho carregado de amizade, de paz e espírito solidário”.

Padre Paulo Godinho

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