Artes e Ofícios de “Porta Aberta” na Paisagem Protegida

Bordado, cestaria, carpintaria e tamancaria são as artes e ofícios da Paisagem Protegida Local do Sousa Superior. Com o objetivo de conhecer, reativar, renovar profissões, atividades e saberes em “vias de extinção”, a Paisagem Protegida comunica diretamente os seus artesãos, dando ênfase às profissões ancestrais que promovem a oferta e valorizam o produto turístico singular deste território. 

As bordadeiras do Vale do Sousa, geograficamente situadas entre o Porto e Trás-os-Montes, desenvolveram uma indústria regional de elevado valor cultural, representando os motivos da terra, adornando momentos especiais do quotidiano e do lar, num domínio vasto das técnicas de bordados que não encontra paralelo noutras regiões portuguesas produtoras de bordado. As peças produzidas manualmente, gradualmente conquistam gerações mais jovens em produtos mais práticos, sendo comum o seu uso em toalhas americanas e toalhas de mesa individuais.

Associado ao folclore, a tamancaria assume-se como calçado tradicional para homem e mulher ainda encontra um espaço na casa de muitos portugueses (e cada vez mais na casa de quem nos visita) como o parceiro ideal para trabalhos no jardim e no quintal. A utilização de madeira de amieiro, espécie tipicamente ripícola, para a forma dos sapatos faz com que estes sejam praticamente à prova de água.

Os modelos industriais de carpintaria e os novos hábitos de procura por mobiliário à medida reduziram drasticamente a procura por peças produzidas manualmente, outrora bastante presentes. A carpintaria que subsiste na Paisagem Protegida e no Vale do Sousa Superior é responsável por um conjunto extenso de utensílios e mobiliário, sendo ainda possível produzir peças por encomenda e personalizadas. Assume especial destaque o mobiliário regional, como os louceiros, as masseiras, e um sem fim de utensílios para a culinária, brinquedos tradicionais e objetos agrícolas, como os jugos de bois ou cangas.

A cestaria praticada na Paisagem Protegida faz uso das espécies autóctones, valorizando-as e promovendo a sua plantação e salvaguarda. Utilizando matérias-primas como as tiras de madeira de amieiro (Alnus glutinosa), palha de centeio (Secale cereale), vime (plantas do género Salix, da família Salicaceae) e até a casca da silva (Rubus ulmifolius), os produtos criados são variados, entre cestas, caixas e outros trabalhos manuais.

Abel Silva

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