Duarte Costa Camelo, de 15 anos de idade, pratica rallycross. Atualmente, encontra-se no final da segunda época e já é oficialmente campeão. Jamais pensou que o título chegasse tão cedo, porém, é fruto do seu trabalho e demonstra o quão bem encaminhado se encontra. A escola é a sua prioridade e, neste sentido, o desporto automóvel é o seu hobbie. Fique a par da história deste jovem piloto.
Com 15 anos feitos este ano, o jovem piloto concedeu uma entrevista ao O Louzadense para falar um pouco do seu hobbie. “Esta minha paixão surgiu desde muito pequeno quando acompanhava as corridas do meu pai e quando fazia karting”, principia. Este depois de ter idade desfrutou da possibilidade de realizar uma prova de rallycross. Desde então, começou a praticar.
Duarte iniciou no karting em 2018 e, dois anos mais tarde, em 2020 no rallycross. Sendo assim, este é o segundo ano que pratica a modalidade. Naturalmente, os progenitores são sempre um exemplo a seguir. “Houve uma influência positiva exercida pelo meu pai que já foi piloto”, afirma. O lousadense seguiu os seus passos e confessa que procura fazer o mais igual possível, mas instituindo sempre algo próprio.
Até ao momento, nunca hesitou do caminho escolhido. Contudo, sempre esteve consciente que não seria tão fácil como parece visto de fora. O karting foi mais acessível e simples em comparação ao atual desporto que pratica, na medida em que este encontra-se num nível mais acima e com mais exigências.
Questionado acerca de habilidades que considera essenciais um piloto jovem aferir, de imediato, enumera três. De acordo com o próprio, é necessário ter consciência das atitudes que se vai tomar e, de seguida, ter sangue-frio para não pensar no que poderá acontecer ao tomá-las. Por último, considera essencial não ir na obrigação de conseguir um certo lugar pois consegue-se desfrutar melhor do momento. E, no fundo, é isto mesmo. “Se aproveitar mais, por conseguinte, tiro melhores resultados”, sublinha.
Neste caminho feito sem expectativas, o piloto encontra-se no seu segundo ano no Campeonato Nacional de Rallycross. “Este vai dos 14 aos 17 anos de idade”, refere acerca do campeonato. A sua primeira época foi pautada pela aprendizagem e não conseguiu ficar no pódio, porém, esteve perto. Aliás, esta também albergava mais carros e o lousadense não se sentia à vontade para arriscar. Hoje em dia, tudo é diferente. A segurança é tanta que subir ao pódio em todas as corridas tornou-se habitual.
“O campeonato é constituído por sete provas com três mangas, cronometrados e final. As mangas dão pontos, a melhor volta dos cronometrados e a final também, bem com a melhor volta da final”, explica. Depois a junção de todos os pontos dita os lugares.
As corridas, por norma, têm a duração de seis minutos. “Há muito espaçamento a nível de horário”, declara acerca dos fins-de-semana. Segundo o próprio, no sábado começa-se com os treinos livres por volta das 14h e depois volta-se a correr às 16h. Por sua vez, o domingo é mais completo. Neste dia, realizam-se duas mangas e a final, inicia às 12h e termina por volta das 17h.
O campeonato começa entre março/abril e finda em outubro, porém, em novembro ainda se realiza a Taça de Portugal. Esta época foi feita de três em três semanas, salvo uma exceção de duas em duas semanas. “No primeiro ano era uma corrida por mês, mas decidiram apertar”, reforça.
De um campeonato para o outro existe uma paragem de cerca de três meses e nesta o piloto confessa que pouco ou nada treina devido aos seus horários escolares não permitirem. Contudo, não quer parar porque caso o faça irá haver uma quebra. Durante o campeonato também treina pouco precisamente pelo mesmo motivo. A sua logística é realizada consoante o seu calendário de testes e apenas se dirige à Pista da Costilha para testar o carro.
“Não é fácil conciliar a escola com o rallycross”, afirma. É complicado, mas graças à sua família consegue gerir melhor as duas coisas. O piloto tem como prioridade a escola onde se encontra no 10º ano de escolaridade.
Quando corre o sentimento é de alegria porque gosta daquilo que faz, mesmo que as coisas não estejam a correr tão bem. “Lido bem com a pressão”, salienta. Este apenas sente nervos no momento de arrancar, mas depois de fazê-lo esquece tudo à sua volta e concentra-se.
O foco, o trabalho, a perseverança … são características que definem o jovem piloto. “Luto pelo que quero e tento trabalhar ao máximo para alcançar o desejado”, afirma. Segundo o próprio, é bastante calmo e concentra-se facilmente. Desta forma, tem tudo para dar certo.
Apesar do campeonato ainda não ter terminado, Duarte já é oficialmente campeão. Esta foi a sua primeira grande conquista e não poderia começar melhor pois o segundo classificado encontra-se a uma distância de 40 pontos. Sem dúvida, uma vitória sólida. “Sinto-me feliz e realizado por ter conquistado um campeonato no meu segundo ano”, sublinha. O lousadense não estava à espera que a sua evolução fosse tão rápida e significativa.

Esta época iniciou em Lousada e, de seguida, por outras terras: Montalegre, Mação e Sever do Vouga. No mesmo sítio que começou também termina e para o piloto não haveria melhor pista para acabar. “Sinto-me em casa”, refere acerca de correr em Lousada. E esta expressão engloba um conjunto de sentimentos diferentes e especiais. Este sente-se mais confortável pois já conhece muito bem a pista e também o público transmite outra energia.

“Nem todos os meus amigos me acompanham. Aliás, há quem não saiba o que é o rallycross. Mas um grupo mais chegado entende e gosta do que faço”, conta. Estes apoiam o lousadense e desejam-lhe boa sorte antes da corrida, além disso, afirmam que o mais importante é participar. Este lema bastante ouvido, adequava-se bem ao seu primeiro ano por ser de aprendizagem, porém, já não é bem assim neste segundo ano pois deseja ganhar.
O piloto pretende continuar no rallycross, contudo não invalida que intercale com outros gêneros de corrida. “Gostava de novos desafios”, declara. Todavia, existe a escola e este possui consciência que um dia não vai conseguir fazer as duas coisas em simultâneo.
Os conselhos do seu pai são bastante tomados em conta por este jovem. “Ele diz-me para ir focado e não me preocupar com o lugar. No fundo, quer que aproveite estes momentos preciosos”, salienta.
“Quero agradecer à minha equipa, Matos Competições, que desde o primeiro minuto sempre me ajudou ao máximo em tudo. Agradeço à equipa Kaxa e Motor, principalmente, ao piloto Joaquim Machado por ter-me proporcionado treinar no seu carro de resistência quando não era possível treinar no meu. Ressaltar o José Artur Teixeira pela sua assistência em vários treinos. Também aos meus amigos e patrocinadores. Por último, o mais importante, agradecer à minha mãe e ao meu pai por permitirem-me praticar este desporto incrível”, conclui Duarte Camelo.

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