Aos 25 anos, José Luís Teixeira não tem dúvidas sobre o melhor destino para ser consultor fiscal na área de investimento. Optou por ir para a Alemanha e dá por ganha a aposta nessa escolha. Portugal não tem capacidade para segurar jovens com aptidões únicas em várias áreas chave do desenvolvimento e este louzadense é um exemplo disso.
“Vim para a Alemanha devido, sobretudo, às melhores condições de vida, nomeadamente a nível de salário e de oportunidades profissionais. Infelizmente, Portugal continua a não saber aproveitar a excelente formação que tem e acaba por perder para o exterior muitas pessoas com grande potencial e qualificação”, lamenta o jovem natural de Cristelos. Portugal está a nível salarial muito abaixo quando comparado com os restantes Estados-Membros da União Europeia, mas isso não foi o único motivo que levou José Luís para terras germânicas: “foi também a possibilidade de viver numa cidade como Berlim, com mais de 3,5 milhões de habitantes e cheia de possibilidades, diferentes culturas e mentalidades”.
Essa empatia pela Alemanha aconteceu em 2019 quando integrou um estágio em Berlim através do programa europeu Erasmus, durante seis meses, “o qual me permitiu conhecer a cidade e perceber o seu potencial”.
Por muita vontade que se tenha de ir viver, estudar ou trabalhar para um determinado país, nem sempre a adaptação é fácil. “É algo que dá trabalho, pois estou num ambiente diferente daquele em que cresci. Mas compensa imenso passar por este interessante e desafiante processo, pois tem-me obrigado a desenvolver bastante a nível pessoal”, afirma José Luís Teixeira.
Quando se fica é porque as condições agradam e o país atrai. Acerca das vantagens de viver e trabalhar na Alemanha este emigrante declara que gosta bastante “da cultura, da qualidade de vida, da diversidade e da localização central na Europa. A Alemanha é um país mais equilibrado, que não está centralizado numa cidade ou região. Na grande maioria do país há muito boa qualidade de vida, muita oferta cultural e boas infraestruturas”.
Sobre o reverso da medalha ou dos contras, há alguns que enumera: “eu diria que as condições climatéricas e a cozinha. As condições climatéricas não são tão agradáveis como em Portugal, não há tanto sol no Inverno. A cozinha alemã também não é tão boa, embora isso seja compensado com uma grande oferta gastronómica proveniente de todas as partes do Mundo”.
Falar de projetos e de futuro implica falar sobre ficar ou regressar, ou até mudar de país. Confrontado com estas possibilidades, o jovem afirma: “é difícil prever o futuro. Sinto-me muito bem aqui em Berlim e na Alemanha. Tenho excelentes perspetivas a nível profissional e pessoal, numa grande empresa a nível mundial. O facto de estar no centro da Europa também é bastante atrativo a nível de viagens que posso vir a realizar”. E acrescenta que “passagens de curto prazo por outros países, através do meu trabalho, também é algo que não descarto”.
Para concluir este testemunho de louzadense num país estrangeiro, José Luís falou das saudades: “aquilo de que tenho mais saudades são a minha família e os meus amigos. Além disso, também sinto muito a falta da nossa comida, de Lousada, do Porto, de um pouco mais de sol, e, claro, das idas ao Estádio do Dragão”.
Alles gute, junger drache (muitas felicidades, jovem dragão).
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