“Lousada foi o lugar que escolhi para viver e trabalhar”
Maria Adelaide Pereira de Lemos Pacheco, nasceu em 1974, no concelho de Guimarães. No entanto, apesar de não ser uma lousadense de gema, observa e estima a vila como de casa se tratasse. Licenciada em Ensino Português e Inglês, tendo lecionado em diversas escolas. Em 2008 mudou-se para a Câmara Municipal de Lousada e, precisamente, para o Departamento de Educação e Cultura. Conheça mais sobre esta ilustre cidadã.
“Cresci numa família numerosa, sou a mais nova de seis irmãos”, principia. Natural da freguesia de Selho (São Jorge), no concelho de Guimarães, os seus primeiros anos de vida foram passados nesta onde guarda as mais belas memórias. Segundo a própria, os seus progenitores trabalhavam na indústria têxtil e, devido às condições económicas difíceis daquela época, o pai emigrou.
Aquando da emigração, Adelaide tinha ainda 6 anos de idade, porém, os seus irmãos mais velhos já trabalhavam e contribuíam nas despesas de casa. Precisamente no ano da mudança do progenitor, os seus avós maternos vieram viver com a família e o núcleo familiar aumentou para 10 pessoas.
Questionada acerca da sua infância, de imediato, refere que foi muito feliz e despreocupada. “Vivia na aldeia, onde todos se conheciam e cuidavam uns dos outros”, declara. Não havia falta de famílias numerosas e, por conseguinte, de crianças para brincar na rua. De ressalvar que os tempos de outrora não são iguais aos de hoje e, portanto, as brincadeiras eram sinónimo de liberdade pois não haviam sobressaltos. Além disso, esta e os seus amigos partilhavam os poucos brinquedos que tinham.
A nível de escolaridade, a sua escola primária funcionava numa antiga fábrica que se situava a cerca de 2km de sua casa. “Tanto eu como os meus colegas fazíamos o trajeto a pé e os mais velhos ajudavam os mais novos a fazê-los”, sublinha a entreajuda existente. Sendo assim, o ensino primário foi feito numa escola muito velhinha. Do 6º ao 9º ano de escolaridade frequentou a EB 2,3 de Pevidém que, ao contrário da anterior, tinha infraestruturas completamente novas e localizava-se a 200 metros de sua casa.
Antítese bem saliente nos primeiros ciclos. Entretanto, foi estudar para a cidade de Guimarães na antiga e apelidada: Escola Secundária Martins Sarmento. Na época, a sua escolha recaiu em Línguas e Humanidades.

Corria o ano de 1992 quando entrou na Universidade do Minho, por sua vez, na Licenciatura em Ensino Inglês e Alemão. Contudo, as perspectivas não estavam a corresponder e mudou de curso, tendo feito Licenciatura em Ensino de Português e Inglês.
Nesta sequência, Adelaide fez estágio na Escola Secundária de Amarante, no ano letivo de 1997/1998. Até 2008, deu aulas em mais outras 14 escolas, referindo: “em cada ano letivo conhecia uma escola diferente e, aliás, houve alguns anos onde lecionei em duas escolas diferentes”.
Celorico de Basto, Baião, Penafiel, Paredes, Guimarães, Lousada … foram alguns dos concelhos em que lecionou. Para mais, trabalhou também no ensino profissional. Até que chegou o ano de 2008, tendo mudado-se para a Câmara Municipal de Lousada, para o Departamento de Educação e Cultura.
Hoje em dia, é Coordenadora da Biblioteca Municipal e as suas principais funções são: coordenar as atividades que são desenvolvidas pela Biblioteca, dentro e fora das suas instalações; e distribuição do trabalho pelo pessoal adstrito à Biblioteca. Além disso, é responsável pelo SABE (Serviço de Apoio às Bibliotecas Escolares) e, ainda, Coordenadora da rede de Bibliotecas de Lousada.
“Gosto muito daquilo que faço e estar na Biblioteca mantém-me em constante ligação com a comunidade escolar, indo de encontro à minha formação como professora”, salienta.
Interrogada sobre qualquer influência do seu núcleo familiar, afirma: “às vezes, este tipo de funções, obrigam a horários mais alargados, trabalho aos fins-de-semana, mas, com gosto e compreensão, tudo se consegue”. Neste sentido, jamais surgiu alguma hesitação ou receio pelo caminho que escolheu porque todas as decisões tomadas revelaram-se acertadas.
Quanto a ligações a movimentos associativos, na sua infância e juventude, fez parte de alguns ligados à igreja. De momento, integra a direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lousada. “A parte cívica é extremamente importante e acho que todos devemos dar algum do nosso tempo aos outros porque abre-nos os horizontes e faz-nos crescer como pessoas”, evidencia.
Adelaide é casada há 25 anos e tem 2 filhas: a Camila com 20 anos que frequenta a Universidade e a Clara com 11 anos de idade que frequenta o 5º ano. “Os meus pais e os meus sogros, felizmente, ainda estão vivos”, salienta feliz ao abordar o seu núcleo pessoal.
“Gosto de ler, ver televisão e estar com a minha família. Os meus irmãos e os meus pais vivem em Guimarães e, sempre que posso, estou com eles”, refere. Adelaide preserva muito a honestidade, a humildade e a sensatez que, de acordo com a própria, são valores que se estão a perder. Contudo, para si, são essenciais para lidar com os outros e viver em sociedade.
Por fim, aborda Lousada como “casa” e gosta de pensar que, com o seu trabalho, contribui para que a vila seja mais e melhor. “Lousada foi o lugar que escolhi para viver e trabalhar”, finaliza Adelaide Pacheco.

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