A palavra “Deficiência” está diretamente associada à existência de uma diferença nos indivíduos (e.g. diferente forma de se deslocar, de compreender, de comunicar,..), sendo que a essas “diferenças” atribuímos o nome “deficiência” salientado a “falta de eficiência” do indivíduo.
De facto, não somos todos iguais e não funcionamos todos da mesma forma. Mas vivemos todos em sociedade, pelo que deveríamos conseguir incluir toda gente, colocando de parte as nossas atitudes e presunções “capacitistas”. Este conceito, «Capacitismo», define a “presunção” de que a deficiência deverá ser “superada” ou “corrigida” pela própria pessoa com deficiência e seus familiares, de forma a promover uma adaptação do indivíduo à sociedade.
Mas se pararmos por uns instantes percebemos o quão descabido é este argumento: se a sociedade foi criada por indivíduos com diferentes formas de se deslocar, pensar, falar; porque insistimos que deverá ser o indivíduo a adaptar-se em vez de ser a “criação” a adaptar-se ao seu “criador”?
Colocar a ênfase nas (in)capacidades das pessoas com deficiência permite que se se desvalorize a importância da construção de uma sociedade, efetivamente, inclusiva.
Urge construir esta sociedade inclusiva não só para beneficiar as pessoas com deficiência e os seus cuidadores, mas para acolher e incluir as pessoas, independentemente das suas capacidades físicas, cognitivas e sociais. A verdadeira inclusão surge através da aceitação, valorização e respeito para com as diferenças dos indivíduos e não na forçosa adaptação do indivíduo à sociedade.
Uma sociedade inclusiva é uma sociedade onde se respeita a diversidade na eficácia e eficiência de cada um.
Andreia Moreira, Psicóloga

(D)eficiência: a eficiência diversificada

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