António Ferreira, de 62 anos, é um empresário que desde a década de 90 está “a dar cartas” na área da assistência com a criação da Reboques Ribas. Hoje, impõe-se como uma das empresas líderes no mercado no respetivo segmento. Saiba mais sobre este empreendedor que prima pela qualidade.
Natural da freguesia de Covas, no concelho de Lousada, António Ferreira, concedeu uma entrevista onde abordou a sua história de vida. Fez a quarta classe em Sousela e, depois, mudou-se para o Colégio dos Beneditinos em Lamego onde completou o sexto ano. A escola não era a sua verdadeira paixão e com 16 anos desistiu da mesma e, após um tempo, começou a trabalhar.
A sua primeira profissão foi como trolha, onde se manteve até aos 19 anos. Enquanto exercia este posto, refere com orgulho e brio que ajudou a construir o Bairro Dr. Abílio Moreira. Após deixar este trabalho entrou na área da tecnologia através de máquinas de jogos, porém, aos 24 anos decidiu abandonar e enveredar por outro caminho pois a parte que mais rendia – o póquer – passou a ser proibido.
Posto isto, transitou para a compra e venda de automóveis e diga-se que tudo mudou aquando desta passagem. “Eu tinha uma oficina e necessitei de comprar um pronto-socorro para ir buscar a Lisboa os salvados”, explica. Após esta compra, a assistência em viagem começou a ser obrigatória nas Companhias de Seguros.
Assim sendo, em 1992 decidiu entrar na área e fundou a Reboques Ribas – uma empresa de prestação de serviços de pronto-socorro e transporte de mercadorias no âmbito internacional. A sua inspiração por detrás do empreendimento foi perceber que havia uma procura muito grande por serviços de assistência.
Quando questionado sobre os desafios iniciais que enfrentou, de imediato, refere que o facto de desejar possuir uma atividade única e diferente dos demais exigiu um investimento e gestão ao pormenor. A oportunidade surgiu e o lousadense procurou ser ímpar e original e, naturalmente, este propósito fez com que o crescimento acontecesse de forma bastante natural. “No concelho de Lousada sou o único, bem como noutros concelhos”, reforça.
De acordo com o próprio, não consegue salientar dificuldades iniciais pois foi um processo natural que, ao fim de 5 anos de presença no mercado das assistências, constatou que a sua postura estava enquadrada e começou a investir verdadeiramente. Hoje em dia, possui uma frota de 110 veículos e, ainda, 3 microempresas que pertencem ao Grupo Ribas.
Conforme o próprio, a sua estratégia desde o começo foi primar pela qualidade em diversos fatores: nos equipamentos, na parte humana … Neste sentido, encontra-se no Top 5 Nacional no segmento das assistências e, ainda, detém a melhor frota de pesados do norte do país.
A diferença, desde o primeiro dia, esteve presente. “Se alguém possui uma qualidade nível 10, obrigatoriamente, vamos ter uma qualidade nível 20”, sublinha ao ressaltar o olhar atento à concorrência com o propósito de melhorar. Os equipamentos de última geração oriundos da Holanda são um dos fatores que permite que a empresa evolua e seja de confiança para os clientes.
“A Reboque Ribas prima pela qualidade e procura clientes que paguem o justo pois sabe aquilo que oferece. Neste momento, é a empresa do país mais valiosa em termos de equipamentos e recursos humanos”, conta.
O call-center do Grupo Ribas situa-se na Rotunda de Ribas, na freguesia de Covas, e detém 4 turnos, pois é um serviço aberto 24h/7. Neste, todas as atividades estão concentradas e toda a informação é distribuída. De ressalvar que o Grupo Ribas alberga 90 funcionários o que exige uma enorme gestão, visto que o facto de tratar-se de um trabalho sobre isenção horária acaba por ser um entrave para arranjar mão de obra que não gosta de folga rotativa e, ainda, de trabalhar aos fins-de-semana.
De acordo com António, este problema é colmatado com um pagamento acima da média. Aliás, por meio deste tópico, refere que existe muita falta de pessoal qualificado em certas áreas pois os jovens preferem ingressar em cursos científicos mesmo não tendo vocação.
António trata da gestão dos carros, da mecânica, das encomendas, da orientação do trabalho de todos os funcionários … e, ainda, vai para a estrada naqueles casos mais complicados. Há cerca de 5 anos que conta com a ajuda dos seus 2 filhos.
Como ocupa os seus tempos livres? Eis a questão que o lousadense, de forma natural, mostra um sorriso com a consciência que estes não existem. Dedica-se de tal forma ao seu negócio que o único momento que o faz desligar de tudo acontece de 15 em 15 dias, durante a época desportiva, ao assistir a futebol no estádio. “Adoro o convívio antes e após os jogos, desde o lanche ao jantar”, sublinha.
António Ferreira assume-se como um ser humano frontal com consciência que, por vezes, origina problemas em sociedade devido a esta forma de ser. Contudo, jamais dispensa desta característica peculiar pois espera que os outros atuem de igual forma consigo. “Lousada, na minha opinião, está a crescer demasiado no centro e a esquecer-se das periferias mas é uma vila muito bonita”, finaliza.


Comentários