Todas as famílias surgem, inicialmente, através da convivência de duas pessoas de diferentes origens, com diferentes histórias, temperamentos e comportamentos que cruzam as suas rotinas e círculos de convívio.
No entanto, quando se fala em adotar ou acolher uma criança levanta-se a questão sobre como é que a família se irá adaptar ao novo membro. O curioso é que, e perdoem-me o atrevimento, no fundo, todos somos “adotados” por uma família. Tendo nascido ou não naquela família, todas as crianças têm de ser acolhidas pelos elementos já existentes na família.
Na adoção, sobretudo em crianças mais velhas, existe uma história passada, ligações e talvez alguns traumas, manias e significados diferentes; contudo, sabemos que temos esta incrível capacidade de nos adaptar a novas situações e aprender novos comportamentos.
Nas famílias de acolhimento sabemos que essa situação é temporária e que as crianças estarão apenas a aguardar um novo sítio para iniciar o seu projeto de vida; porém, é sempre preferível uma criança estar inserida num seio familiar criando relações de vinculação mesmo de caráter temporário, como são as famílias de acolhimento, do que num lar / abrigo à espera de ser adotada.
A integração numa família cuidadora, com rotinas consistentes, paciente e carinhosa permite à criança criar um vínculo seguro, adquirindo maior consciência de si em interação com os outros, sendo muito importante a existência de famílias prontas a acolher ou a adotar.
Seja por consanguinidade, afinidade ou adoção, família é sempre família desde que se sintam acolhidos com o coração.
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