Construtor contesta anulação da obra
No seguimento da reportagem publicada na nossa edição anterior, sobre a anulação do projeto da Praça do Românico, soubemos que a empresa construtora (Solidium ACE) pretende impugnar judicialmente a decisão da Câmara Municipal. Recorde-se que esteve projetado para junto do Centro Interpretativo da Rota do Românico (CIR) uma praça que iria custar mais de 3 milhões e 200 mil euros, dos quais 1 milhão e 600 mil euros teriam que ser pagos pela Câmara de Lousada. A obra foi abortada ainda na fase inicial, mas na preparação da mesma foram gastos 300 mil euros dos cofres do Município.
Conforme o nosso jornal noticiou, a firma de construções Solidium ACE reagiu mal à “resolução sancionatória do contrato” de construção da Praça do Românico. A empresa alega que “havia entendimentos com a Câmara”, salientando em sede de resposta à revogação do contrato: “manifestamos a nossa estranheza (…), pois contraria todas as discussões e acordos havidos nas reuniões entre ambas as partes” em reuniões supostamente havidas em junho e julho de 2022.
Em telefonema, um representante daquela firma de Lisboa, Gilberto Jesus, confirmou ao Louzadense que “os nossos serviços jurídicos estão a preparar uma resposta a essa anulação da Câmara de Lousada”, que imputa à construtora lisboeta a responsabilidade pelo incumprimento do contrato. Sem se querer alongar acerca disso, aquele representante da Solidium ACE prometeu “para breve uma tomada de posição pública sobre este assunto”. Ainda assim, Gilberto Jesus levantou um pouco a ponta do véu e disse que vão “contestar e impugnar a decisão de cancelar a obra e o contrato que nos foi adjudicado”.
Inicialmente pensado para arquivo museológico e depósito do espólio que a Rota do Românico tem, a construção que iria estar atrás do CIR seria também um local para eventos, uma espécie de multiusos. Por cima ficaria uma moderna e vistosa praça. A propalada Praça do Românico. À volta desta praça iriam surgir mais de uma dezena de edifícios para habitação e comércio. Esta segunda parte mantém-se mais ou menos conforme previsto, mas para o coração daquela vasta área, permanece uma incógnita. Talvez um centro de serviços públicos, ou um parque subterrâneo para automóveis. Ninguém sabe. A própria Câmara tem isso em aberto. O multiusos parece ser a solução mais premente segundo a maioria das opiniões que se colhem em vários quadrantes sociais locais. Mas não parece estar nos planos da Câmara.
ALTERAÇÕES AO PLANO DE PORMENOR
Entretanto, foi aberto à participação pública o novo plano de pormenor da área em apreço e para onde se prevê um crescimento exponencial do urbanismo da Vila, com muitos prédios e respetivas infraestruturas. Uma das alterações ao plano anterior, que contemplava a caducada Praça do Românico, tem a ver com isso mesmo. Esse projeto caiu e isso obriga a alterar o plano de pormenor.
No aviso da Câmara Municipal, assinado pelo seu presidente, lê-se que foi preciso “rever parâmetros e usos inerentes ao lote destinado à Praça, conferindo-lhe uma maior flexibilidade programática, adequando-os a novas dinâmicas urbanísticas. Os parâmetros previstos no Plano aprovado estavam diretamente relacionados com uma solução urbana decorrente de rigor de projeto, que ficou comprometida face à rescisão contratual, por incumprimento, circunstância que inviabilizou o recurso a financiamento que a Câmara Municipal estimava obter”.
No dito documento de abertura à participação das pessoas neste Plano de Pormenor, conforme obriga a lei, lê-se ainda: “esta situação levou a que a Câmara ponderasse sobre a solução arquitetónica que estava prevista, concluindo da necessidade do seu reajuste à atual realidade urbana de Lousada, uma vez que se pretende que este espaço constitua uma nova referência urbana. Esta alteração pretende apoiar uma solução que defina parâmetros máximos de edificabilidade, definir um faseamento e agilizar a alocação de recursos financeiros à sua execução”. Portanto, está tudo em aberto. O que pensam os lousadenses? Foi o que O Louzadense foi procurar saber.
Créditos foto em destaque: Daniel Couto
INQUÈRITO
Sabe que a Praça do Românico já não vai ser construída? Que construção sugere para aquele local em sua substituição?

Sugiro que a autarquia tenha pulso e concretize esse mesmo projeto tão apregoado! Nessa impossibilidade, façam um lago para ajudar a afogar essa minha expectativa e de muitos Lousadenses!

Uma casa para abrigo para animais seria a minha aposta. Só com voluntários e com ajuda da Câmara, claro. Podia ser uma espécie de hospital também, mas acessível para ser uma alternativa aos hospitais de animais que são caros.

Um silo auto para estacionamentos faz falta a Lousada e aquele local parece-me ser ideal para isso.

Quanto a mim, aquele local deveria servir para o novo Mercado Municipal com uma arquitetura moderna. As instalações do atual mercado bem aproveitadas davam excelentes instalações para associações.

Lousada precisa urgentemente de um pavilhão multiusos, que supostamente era o que ia nascer ali. Mas um edifício que concentre os serviços públicos também é muito necessário.
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