No último mês Portugal passou de ter um Governo de maioria parlamentar, para ter um Governo de gestão e um novo líder eleito do PS, radical por natureza, e já em plena campanha eleitoral.
Mas não se engane caro leitor, pensando que Portugal só agora chegou ao pântano, afinal nos últimos 8 anos, Portugal e os portugueses têm, quase impávidos, caminhado enlameados até à cintura enquanto Costa sentado da margem “irritantemente optimista”, foi acrescentando ao lamaçal.
Ao longo dos últimos anos o Partido Socialista encabeçado por Costa e com Nuno Santos no Governo viveu e prosperou das hipocrisias que foi vendendo ao país. Apregoou a ideia do fim da austeridade e das contas certas enquanto esmagou a sociedade em impostos indirectos. Aproximou o salário mínimo do salário médio, empobrecendo o país, enquanto pôs às costas da classe média os custos dessa inflação. Fez passar o Estado por “pessoa de bem” enquanto delapidou os serviços públicos. Rodeou a esfera do poder de “amigos” com duvidoso sentido de interesse público, enquanto afirmava com prepotência: “vão ser 4 anos, habituem-se!”.
Certo é que imediatamente após Marcelo anunciar eleições antecipadas, já o chip Socialista estava alterado e caíram logo do Orçamento as medidas que poderiam prejudicar eleitoralmente o PS. Agora Nuno Santos, participante activo do lodo socialista que nos engoliu durante os últimos 8 anos, vem, agora, num novo volte-face a que o PS já nos tem habituado dizer que, afinal, o país não está bem.
É impressão minha, caro leitor, ou no Largo do Rato muda-se de opinião, quase tão depressa quanto caem em desgraça os amigos de Costa.
Pedro Amaral*
Advogado
*Escreve mediante o anterior acordo ortográfico.
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