Não é a primeira e não será a última vez que alertarei ou elogiarei quem – entidade pública ou privada – tem a preocupação de tudo fazer para cuidar do legado antigo, recente ou novo que nos foi transmitido. O mesmo farei com aqueloutros que alertados reverteram o descuido, fortuito ou não, para com o legado pertença de todos nós.
Num destes dias, de primavera antecipada, visitei um dos lugares que tornaram a minha infância e adolescência num tempo de liberdade e felicidade: os moinhos de Pias e o rio Sousa que dá o nome ao mais esplendoroso vale que adorna Lousada. Nessa piscina natural, que a levada granítica desenhava e ainda desenha, vivi momentos únicos e inesquecíveis.


Lavadouro da Travessa de Sousa (São Lourenço de Pias): Antes e depois do restauro.
Foi na Travessa do Rio Sousa, freguesia de São Lourenço de Pias, que deparei com uma fonte de água límpida e cristalina que se acolhia a um quadrado de pedra, por ele esbordava, e onde me apeteceu lavar as mágoas da vida. Este lavadouro foi reconstruído, restaurado, perpetuando, assim, a memória do tempo em que era primacial para o quotidiano de quem vivia naquele espaço pejado de moinhos e casas que albergavam os moleiros e moleiras e respetiva prole. Um ato que dignifica e enobrece a União de Freguesias de Silvares, Pias, Nogueira e Alvarenga.

Por último, quero congratular a União de Freguesias de Cristelos, Boim e Ordem, que alertada para a necessidade de dignificar o Lavadouro da Sedoura, em Boim, procedeu à limpeza que urgia, tornando-o um espaço apetecível.
José Carlos Silva
Professor / Historiador
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