Outros Dados Históricos (Volume II) | Casa do Cárcere III – (1ª Parte)
Figuras Ilustres.
Pêro Gaspar de Cásceres. 1
Nasceu no lugar de Sequeiros (Lodares), filho de Domingos Gaspar e Maria Gonçalves. Casou com Adriana Dias (31/7/1594) na igreja de Santa Marinha de Lodares (ADP – Paroquiais de Lousada lv.1, fl.82v). Esta era filha de Gonçalo e Eulália Dias, senhores do casal do Cárcere, no qual lhe viria a suceder. Os nubentes foram morar para o referido Casal: domínio útil de terra agrícola, numa época em que a sua posse evidencia um enorme poder, corroborado com o facto de Pêro Gaspar de Cárceres ser Capitão-mor de Lousada. Este faleceu em dezembro de 1651 e a sua mulher em outubro de 1657.
José Maria Coelho Soares de Moura

Nasceu a 25/4/1807 e faleceu em 11 /!!/1880. Herdeiro universal da Casa do Cárcere por legado de sua tia Ana Albina (irmã de Bernardino Coelho Soares de Moura, Brigadeiro dos Reais Exércitos e Barão de Freamunde). Esta descendente da Casa da Lama (Lodares) casou com José Felisberto de Magalhães (janeiro de 1812). Este era natural da dita freguesia. Filho do Doutor José António de Magalhães e Filipina Clara Pinto, tendo perecido em setembro de 1825.
Era filho natural de Dona Joana Maria Coelho Soares de Moura (irmã de Ana Albina) e de José Leopoldo de Magalhães Barbosa e Meneses (Vilar, Lodares).
Cursou direito na Universidade de Coimbra (AUC–Matrículas): Bacharel (Presidentes da Câmara Municipal de Lousada Desde 1838 até 1900, p. 69), Jurista e Almotacé (A. H. M. F. – Livro de registo das atas, acórdãos e vereações do concelho de Lousada, 1828-1836, fl. 11), integrou a «Comissão para secundar a Direcção do Palácio de Cristal na sua Exposição Internacional.» (Presidentes da Câmara Municipal de Lousada Desde 1838 até 1900…) e foi Conselheiro Municipal (1865).
Luís Pinto Coelho Soares de Moura.

Nasceu a 27/7/1837 e faleceu em 9 de janeiro de 1915, filho natural de Carolina Cândida Pinto de Meireles – nasceu a 10/1 /1811 (Casa de Serradelo) e faleceu a 1/7/1879 (Casa do Cáscere) – e de José Maria Coelho Soares de Moura. Este procedeu à legitimação do filho, aquando do casamento com Carolina Cândida (7/4/1852), na igreja de Nespereira. O Visconde de Lousada contava quinze anos.
Casou em 1866 com D. Maria da Conceição Coelho de Meireles (Casa de Fervença, Paços de Ferreira). Dos oito filhos havidos desse casamento, coube a Afonso Soares de Moura Quintela, o mais novo, suceder na casa dos seus pais.
O título de Visconde de Lousada foi-lhe concedido a 26/10/1887 por D. Luís I. Foi presidente da Câmara de Lousada (1872 a 1875). Obras relevantes: construção da estrada municipal (Lousada-Aparecida), debate sobre a urgência da estrada municipal da Ponte de Sequeiros (Lodares) a Lousada. E em julho de 1875 discutiu-se a premência de edificar um edifício escolar para as duas escolas do sexo masculino e feminino na Vila de Lousada.
Entusiasta e grande impulsionador da construção do antigo e desaparecido Caminho de Ferro de Penafiel à Lixa e Entre-os-Rios, ocupou a vice-presidência da Assembleia Geral da Companhia. Promoveu a edificação do apeadeiro em Gondariz, em Nespereira, por ser o lugar mais próximo da Casa Cárcere, apeadeiro que é um valioso património desse tempo imemorial.
Afonso Pinto Coelho Soares de Moura Quintela.
Nasceu a 2 de janeiro de 1879, filho de Luís Pinto Coelho Soares de Moura (Visconde de Lousada) e de Maria da Conceição Coelho de Meireles. Faleceu a 4 de agosto de 1939.
Licenciado em direito (UC), deputado eleito por Viana do Castelo (setembro de 1910) e presidente da Câmara de Lousada (1927 a 1931, 1935 a 1939).
Promoveu a criação dos símbolos heráldicos do concelho (brasão, bandeira e selo); a introdução da luz elétrica; o serviço telefónico e a retirada da feira do centro da Vila. E foi, também, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lousada e presidente da Assembleia Lousadense.

O funeral deste enclítico, nobre e ilustre Louzadense deu-se num domingo (seis de agosto de 1939), pelas onze horas. Segundo o Jornal de Louzada «constituiu a mais imponente manifestação de pezar a que temos assistido.»2 E refere, ainda, que «Desde a Casa do Cáscere até à igreja paroquial de Nespereira foi o cadáver acompanhado por centenas de pessoas (…).»3

1 – MAGALHÃES, Pedro – A Casa do Cáscere 1479-1859. (Policopiada). Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Coimbra, 2002, p. 18. C. f. MAGALHÃES, Pedro – A Casa do Cáscere – Oppidum, Revista de Arqueologia, História e Património, n.º 1, 2006, p. 96.
2 – Jornal de Lousada. (12 de agosto de 1939), p. 2.
3 – Jornal de Lousada. (12 de agosto de 1939), p. 2.
Bibliografia
– MAGALHÃES, Pedro – A Casa do Cáscere 1479-1859. (Policopiada). Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Coimbra. 2002.
– Oppidum, Revista de Arqueologia, História e Património, n.º 1, 2006, p. 96.
– Presidentes da Câmara Municipal de Lousada Desde 1838 até 1900. Lousada: Edição do Arquivo Municipal de Lousada, 2003.
– A. H. M. F. – Livro de registo das actas, acórdãos e vereações do concelho de Lousada, 1828-1836, fl. 11.
– Presidentes da Câmara Municipal de Lousada Desde 1838 até 1900…,
Fontes Primárias/Documentais
– A. P. C.C. 1953. Casa do Cáscere (Fotografia).
– A. C. C. – «Lembranças a respeito da succefsão da quinta do carcere», elaborado por José Maria Coelho Soares de Moura
– Volume I, II e III da Tese de Mestrado – A Casa Nobre do Concelho de Lousada (José Carlos Ribeiro da Silva), FLUP, 2007..
Siglas
UC-Universidade de Coimbra.
Documentos digitais
José Carlos Silva
Professor / Historiador
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