por | 10 Mar, 2021 | Educação

CNL e Plano Municipal unidos para promover hábitos de leitura nos jovens
A Fase Municipal do Concurso Nacional de Leitura (CNL) aconteceu nos dias 22 e 24 de fevereiro, onde foram escolhidos três alunos de cada ciclo de ensino, num total de 12, que vão representar o concelho na fase intermunicipal. Para promover a leitura e a literacia ambiental, o Município criou o Plano Municipal de Leitura Ambiente, onde já foram oferecidos cerca de 26 mil livros. 

O Concurso Nacional de Leitura e o Plano Municipal de Leitura Ambiente têm um objetivo em comum: promover e estimular os hábitos de leitura. Margarida Pinto Nunes e Maria Clara Pereira do Agrupamento de Escolas Dr. Mário Fonseca, são duas dos 12 alunos que vão representar o concelho na próxima fase, em Cinfães, no dia 22 de abril.  

Os alunos fizeram as suas prestações perante um júri composto por três elementos, nomeadamente: Rui Festa, coordenador interconcelhio das bibliotecas escolares, Adelaide Pacheco, da Biblioteca Municipal de Lousada, e Luiz Oliveira, encenador do grupo Jangada Teatro.

Margarida Pinto Nunes, 11 anos, frequenta o 6.º ano e adora ler desde muito nova. “A minha mãe tinha de me contar sempre histórias antes de ir dormir, sempre gostei muito. Mesmo quando ainda não sabia ler”, conta. 

Gosta de ler todo o tipo de livro, mas adora os de mistério e aventura, “porque cria uma expectativa, dá vontade de ler até ao fim para descobrir o que vai acontecer. Entro num mundo que é só meu. Onde posso imaginar tudo, voar, viajar”. 

“Cria uma expectativa, dá vontade de ler até ao fim para descobrir o que vai acontecer.”

Margarida Pinto Nunes
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Como apaixonada pela leitura, conseguiu, em 2019, um 2.º lugar a nível nacional, com o “Diário de Anne Frank”. “Continuei para saber os meus limites no mundo da leitura e fiquei muito contente por saber que cheguei até ali”, revela. 

Já Maria Clara Pereira, 9 anos, frequenta o 4.º ano e aos seis anos já lia. “Gosto de ler porque me deixa feliz e aprendo muitas coisas”. Prefere os contos de fadas para conseguir imaginar o que se passa na história. 

“O que mais gosto é de saber como as histórias se passam, onde, quando e o que se sente.” 

Maria Clara Pereira

Nesta altura de confinamento, já leu quatro livros. “O que mais gosto é de saber como as histórias se passam, onde, quando e o que se sente”. É a primeira vez que participa no Concurso Nacional de Leitura, mas isso não a assusta. “Não é difícil participar. Gostava de ganhar”, afirma. 

Maria Clara Pereira

Plano Municipal de Leitura Ambiente 

Em 2015, nasceu o Plano de Leitura Ambiente, de forma a promover os hábitos de leitura e a literacia ambiental. Em articulação com os parceiros locais, como as escolas, bibliotecas, famílias e coletividades. 

“Quando o projeto nasce, em 2015, nasce para combater a iliteracia, seja ela qual for. Mas em bom rigor, quando temos alguma iliteracia, ela acaba por se refletir em todas as áreas e, portanto, não é apenas na questão ambiental. Embora seja um programa direcionado para as questões científicas e do ambiente, é também um plano, em suma, cultural, porque ao elevar o nível de conhecimento e formação, eu capacito as crianças e jovens para conhecerem o mundo à volta delas”, afirma Manuel Nunes, vereador do ambiente e cultura. 

A dinâmica estabelecida incorpora a edição e divulgação de obras literárias, conhecimento do território local e reforço do fundo documental das bibliotecas escolares e dos espaços de leitura disponibilizados em todo o concelho por estabelecimentos comerciais e coletividades.

Biodiversidade, alterações climáticas e sustentabilidade dos recursos naturais são assuntos versados nas diversas obras que são oferecidas anualmente a todos os alunos do sistema público e privado que, em Lousada, frequentem o ensino pré-escolar, o 3.º e 4.º anos do 1.º ciclo de ensino, o 6.º ano do 2.º ciclo de ensino, o 9.º ano do 3.º ciclo de ensino e o 10.º e 12.º anos do ensino secundário.

“Decidimos abarcar os vários tipos de literatura associados às escolas e aos jovens, daí termos exemplos com textos dramáticos, prosa, epístolas, contos, romance e, num próximo passo, a poesia. Para dar a conhecer as diferentes áreas de trabalho e permitir aos jovens contactar com estas realidades. À medida que contactam com elas, desenvolvem mais o gosto pela leitura, adquirem hábitos de leitura e tornam-se mais capazes do ponto de vista da literacia”, reflete. 

“Dizer que isto é suficiente para pôr os jovens a ler, não é. Temos de encontrar outras ferramentas.”

Manuel Nunes

Ao longo dos seis anos, o programa publicou 11 obras originais. “Dizer que isto é suficiente para pôr os jovens a ler, não é. Temos de encontrar outras ferramentas. Em cinco anos, já quase 26 mil pessoas foram tocadas, só da comunidade escolar. Se virmos isto do ponto de vista das famílias, cada criança com a sua família, já são mais três ou quatro pessoas. Não haverá grandes famílias em Lousada que não tenham, pelo menos uma vez, contactado com alguns destes livros. Quando falamos em pôr os jovens a ler, falamos também em envolver a família e a comunidade”, refere.

Mas acredita que o desafio não se esgota na produção do livro: “esgota-se quando o número de livros requisitados nas bibliotecas escolares, o número de alunos a levar livros para a escola ou a partilhar livros e o número de alunos que mantém o hábito de ler vai aumentando”. 

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