Vítor Fernandes, da Jangada Teatro, revela-nos que o mote desta edição é a memória e que a oferta será transversal e diversificada: “São dezanove anos, a maioridade. Fomos buscar uma programação para várias faixas etárias”.
Sobre o programa, o responsável e também ator revela-nos um pouco do que se pode esperar desta edição: “O Fernando Tordo logo no arranque, no dia 25 de abril, faz todo o sentido, para um público específico e uma faixa etária específica. No dia 26 de abril, a “Fera Amansada”, uma reposição da Jangada Teatro, é uma comédia típica”.
No dia 27 de abril, o programa do Folia cruza-se, como do costume, com o das Noites Acústicas da Autarquia: “Temos então o espetáculo “Misfit”, dos The Legendary Tigerman, para uma faixa etária mais jovem”.
No domingo, o festival segue com uma companhia muito conhecida, o Chapitô, que sobe ao palco com a comédia “Hamlet”.
O primeiro fim de semana de maio inicia-se com a companhia Yellow Star, no dia 3, que apresentará o espetáculo “Faz-te Homem”, “com a prestação de dois amigos de longa data que decidem debater a sempre polémica temática do papel do homem na nossa sociedade e as suas ramificações com tudo o que o rodeia, com tudo o que se mexe, nomeadamente as mulheres. A encenação é de Paulo Sousa Costa e a interpretação de João Didelet e António Machado, atores conhecidos do público. Mais uma comédia”, refere Vítor Fernandes.
No sábado, dia 4, “surge a vertente internacional deste festival”. A peça é premiada, chama-se “Óscar, El Niño dormido” e será apresentada pela companhia El Espejo Negro, “uma das companhias mais premiada em Espanha”, segundo Vítor Fernandes. Trata-se de uma história de superação, amor e amizade, onde são mostrados, de forma positiva e didática, os sintomas do coma, as suas consequências no corpo de uma criança e todos os cuidados médicos, amor e atenção de seus parentes, bem como a complexa reabilitação a que Óscar será submetido depois de acordar de um longo período de sono de nove meses. Segundo Vítor, “é uma peça para todos os públicos, uma história interessante, a não perder, pois é um grande luxo termos trazido esta companhia”.
O FOLIA19 termina com “BOCAge” pelo grupo Magiabrangente, que vai ser apresentado no domingo, dia 5. O mote é o amor e as verdades e mentiras que são ditas. Conta com a interpretação da conhecida Rita Ribeiro, a lousadense Ana Lúcia Magalhães e Alexandra Pato.
O FOLIA conta também com uma exposição, patente no átrio do Auditório Municipal, entre os dias 25 de abril e 4 de maio, intitulada “Logos e Morphe”, de Rodolfo Silva.
Vai realizar-se também um Masterclass sobre cenografia pictórica e composição teatral, com Rodolfo Silva, no Auditório Municipal, no dia 25 de abril, tendo como destinatários alunos e profissionais das artes. A primeira ação tem início marcado para as 10h00 e a segunda para as14h00.
Foliazinho, de 9 a 11 de maio
Os mais novos terão o Foliazinho – Festival de Artes para a Infância e Juventude, que decorre de 9 a 11 de maio. Na quinta-feira, dia 9, é apresentado, para as escolas, “Entre estrelas e estrelinhas, este mundo anda às voltinhas”, de Daniel Completo, José Fanha e Carlos Fiolhais. Sexta-feira, dia 10, também para o público escolar, é apresentado o espetáculo “Os Piratas”, pela Caixa de Palco.
No sábado, pelas 21h30, “A Fada Oriana”, do Teatro do Bolhão, sobe ao palco do Auditório, encerrando o Foliazinho. Ambos os eventos são uma organização da Jangada Teatro e da Câmara Municipal de Lousada.
Vítor Fernandes salienta a aposta no público mais jovem: “É esse que vai no futuro consumir a cultura”.
Quando questionado sobre o facto de o programa do Folia ter sido dividido pela primeira vez em dois fins de semana, Vítor revela que o programa foi construído de acordo com o público, dado que metade do público do Folia vem de fora, fazendo por isso sentido centrar o programa nos dois fins de semana: “O festival torna-se mais democrático, pois é quando as pessoas estão mais disponíveis”.
Ao compararmos o cartaz deste ano com os das edições anteriores, verificamos que o mesmo já foi mais extenso, o que se deve à “conjuntura” e à complexidade de organizar um festival como este: “O nosso objetivo era que ele fosse maior, mas temos de ver a conjuntura. Noutras alturas, tínhamos maiores apoios, agora não. Estamos, concelho, numa zona cinzenta, que não é interior, nem é litoral. Não é fácil fazer alguma coisa nesta altura do ano. Estes eventos são muito caros, ter aqui os grupos a dormir é uma logística muito grande. Estamos na dimensão em que é possível estar”, explica-nos o responsável.
Mesmo assim, Vítor Fernandes mostra-se satisfeito com a evolução. Os públicos do Folia têm aumentado, sendo metade de fora do concelho, na maioria do Vale do Sousa: “A mensagem tem passado, sentimos o apoio do concelho também. A cultura tenta ser o mais democrática possível”.
Questionado sobre se seria possível ter um festival mais agregador, descentralizado, como já aconteceu no passado, com outras associações ou companhias de teatro amador do concelho, explica-nos que têm “sempre que jogar com a Direção Geral das Artes (DGA)”. “O Folia já trouxe grupos daqui, mas temos limites devido à DGA. Não é possível no contexto que ele é financiado, pois só apoiam o evento com companhias profissionais”, esclarece.
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