A edição deste ano esteve para contar apenas com a vertente religiosa. Foi eleita uma comissão de festas, com cerca de 40 pessoas que completavam 40 anos neste ano, mas as mesmas acabaram por não assumir essa responsabilidade, ficando dessa forma a responsabilidade na Irmandade da Nossa Senhora de Guadalupe, na pessoa de Maria Luísa: “Posso durar vinte anos e faço sempre a festa, mas só a missa e a procissão. A parte da igreja eu assumo, mesmo com as limitações da minha saúde. Para mim, também é a parte mais importante da festa”. Uma responsabilidade que já vem do seu trisavô, tendo passado pelo avô e pelo pai: “Já o padre Mota dizia que esta festa era o menino de Deus dele, e para mim também o é. Espero que seja para o meu filho também”, diz, com emoção.
Afinal, vai haver noitada!
Mas o que seria apenas uma festa religiosa passou a ser uma festa bem maior, com noitada. Joaquim Dias, um dos organizadores, explica-nos como tudo aconteceu: “O principal era então a festa da igreja e a senhora pediu-me se eu a ajudava. Entretanto, começamos a fazer o peditório. Chegou a casa de uma senhora que lhe deu a ideia de fazer um leilão e assim fizemos, no domingo de Ramos”. O evento rendeu algum dinheiro, que tornou possível concretizar outros projetos: “Contratamos a Banda para a parte de tarde, pois assim ficaria mais barato, conseguindo poupar algum dinheiro para fazer uma noitada mais pequena”. Conseguiram, assim, ter um grupo, os LM. E, porque uma noitada tem mais exigências, como a iluminação e as licenças, “trabalhamos um pouco mais, conseguindo fazer uma noitada mais bonita, com alguns foguetes. No domingo, teremos a missa e, depois, a Banda de Música de S. Cristóvão de Rio Tinto que entra pelas duas horas e na procissão teremos o Grupo de Bombos “As Amigas da Terra de Covas”, refere.
O resultado é fruto de muito esforço, ainda mais porque foi tudo organizado em dois meses, o que trouxe ainda mais dificuldades.
Joaquim Dias recorda que a festa, no passado, descreveu uma curva ascendente, “tendo orçamentos muito elevados para esta freguesia, que é muito pequena”. Tendo sido festeiro no passado, recorda que, em 2013, gastaram 50 mil euros na festa, mas “tivemos de trabalhar muito e procurar dinheiros por fora”. Para o próximo ano, está garantida a comissão de festas: “Já tivemos uma reunião com eles, serão sete elementos que nos garantiram que iriam assumir as festas do próximo ano”, revela.
Para Maria Luísa, esta festa é uma responsabilidade “terrível”. Todo o ouro da Nossa Senhora é guardado por ela e só no dia da festa é que é colocado. “Pelas quatro horas, vem uma pessoa de propósito colocar o ouro na Nossa Senhora. Além disso, quase tudo o que pertence à confraria está em minha casa, é da minha responsabilidade”, explica. Uma da curiosidade é a sagrada relíquia: “Só há duas no país. A relíquia tem um bocadinho da madeira da cruz de Cristo. Foi o padre Mota que ma entregou e que me disse que só havia duas no país”, explica.
Comissão de Festas: Maria Luísa, Abílio Ribeiro, Teresa Moreira, Olga Ferreira, Ildo Cunha (todos da Irmandade) e Joaquim Dias.
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