A participação da mulher no mundo empresarial tem assumido importantes avanços, mas ainda enfrenta significativa discriminação, exclusão no mercado, em virtude do género.
A ausência de igualdade de representação da mulher no mercado empresarial, baseada em preceitos discriminatórios e remotos retratam barreiras, cujos talentos se perdem, e que tem manifestado entraves no avanço profissional feminino, patente na ideia cultural da mulher como sendo um ser frágil e sem autoridade, que não desempenha tarefas de alto impacto com a mesma eficiência que os homens, na “barreira da maternidade”, em que recaí o preconceito de que as mães são mais despreocupadas com o trabalho, em virtude da sua preocupação com os filhos, na “guerra de género”, pela qual as mulheres competem entre si de forma acirrada, sabedoras que as oportunidades para o mundo feminino são reduzidas, e demais.
A busca pela paridade de representação deve ser de acordo com a performance do colaborador, e não atrelado ao seu género, gerando maior satisfação e melhores resultados, retendo nas empresas os melhores talentos, por vezes desperdiçados em virtude do preconceito e da intolerância com as diferenças naturais quanto ao género. Por forma, a superar tais entraves, é crucial a adaptação de políticas, que devem ser sensíveis e apropriadas ao género, tal requer mudanças nas nossas consciências e comportamentos, adotando novos valores, princípios e práticas que ajudarão a construir um núcleo empresarial mais justo, na qual direitos e oportunidades sejam partilhados igualmente.
Em termos de igualdade, os números globais tendem aproximar-se do desejado, por força da lei, porém, menos animador o número de mulheres em cargos executivos. Ainda assim, há um desnível de salários entre homens e mulheres nas empresas.
Temos assistido a uma evolução gradual das políticas e medidas que, visam concretizar o igual tratamento de homens e mulheres, no enquadramento profissional. Contudo, a evolução do lugar da mulher no mundo do trabalho deve promover a igualdade de género ou a igualdade de oportunidades de género? As mulheres apresentam perfis de liderança diferentes, com perceções na componente ética e motivacional, como características e aptidões distintas dos homens. A mulher em posições de liderança de alto nível tende a ter padrões de comportamento semelhantes ao homem. Assim, o esforço posto no empowerment da mulher no trabalho não deverá acontecer no sentido de esbater estas características que lhe são próprias, mas de oferecer igualdade de oportunidades, e potenciar a sua participação, que acautela as diferenças naturais entre estes. Teremos uma combinação de ações propositivas que tem poder de forjar uma nova cultura organizacional propensa à igualdade de género. Esta tem que, promover um equilíbrio de género, não necessariamente numérico, que, não só garantirá a boa gestão, como reforçará o próprio movimento de promoção da igualdade de género.
O alicerce da questão nem sempre é o devaste da mesma. Incumbe uma ambição árdua e um desafio atento no invólucro desta opacidade ainda pouco efetiva e, de uma ausência de paridade até então aquém no mundo empresarial. Cabe a cada um de nós, um papel ativo de fazer vincar o seu propósito e dar vinco a uma realidade que ainda assombra a peculiaridade inerente em tal. Mudar é preciso e é crucial para gerar avanços para as empresas.
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