por | 18 Set, 2019 | Sociedade

“Jantares à direita” contra a esquerda que governou nos últimos quatro anos

Realizou-se, no passado dia 7 de setembro, a segunda edição de “Jantares à direita”, uma iniciativa que aconteceu no restaurante A Ponte, em Cernadelo, Lousada, e que juntou cerca de 100 pessoas, de vários partidos políticos, PSD, CDS, Aliança, Chega entre outros partidos todos com uma ligação ideológica à direita.

Paula Montenegro, responsável pela organização, explica como surgiu a ideia destes jantares: “Foi uma brincadeira. Eu tinha a ideia de realizar uns jantares com uns blogers. Tentamos, mas aquilo morreu. Um dia, lembrei-me de criar estes jantares à direita, com membros da direita política. Comecei em Lisboa. Tinha medo que não desse em nada, mas acabei por ter lá cerca de cem pessoas. Este é o segundo e tem noventa e tal pessoas”. O balanço é, por isso, positivo: “Tem sido gratificante ter o Carlos Abreu Amorim, o João Gonçalves e inúmeras pessoas da direita”. Por isso, o evento é para prosseguir, da próxima vez em Setúbal.

Carlos Abreu Amorim com Francisco Rodrigues do Santos

Assinalar pontos de convergência à direita

Carlos Abreu Amorim, deputado do PSD, sintetiza os objetivos do evento, que passam por assinalar pontos de convergência entre as “vozes de direitas”, para delinear caminhos futuros: “O que nos une é muito mais do que aquilo em que possamos divergir. É importante que, com o diálogo, consigamos fazer algo para o futuro. Da direita entendida como um espaço não socialista, uma direita democrática moderada e que não se reconhece no Partido Socialista, no Bloco de Esquerda e no Partido Comunista, que governou Portugal nos últimos quatro anos”.

A união à direita surge, assim, contra a governação da Geringonça, mas Carlos Guimarães garante que não estão centrados nas eleições do dia 6 de outubro, mas sim em encontrar um projeto alternativo e “isso só acontece quando as pessoas pensam em conjunto e não metidas no seu canto. Portanto, este movimento de reflexão comum é fundamental para que a direita saiba encontrar uma alternativa à Geringonça, se não for em seis de outubro, depois”, garante.

Este desígnio nasce da constatação de que as pessoas estão “desgostosas”, segundo o deputado: “A direita sente uma certa crise de identidade, mas julgamos que há muita esperança”.

A presença do PSD neste jantar responde a todos os critérios do convite para jantar: “faz parte do espaço não socialista, está na direita e a direita está em crise”, sustenta. Sem fugir à crise do seu partido, admite “alguns problemas”, mas acredita que os resultados destas eleições serão bem melhores do que aqueles que estão nas sondagens.

Geringonça “apresentou programa experimentalista do ponto de vista social” – Francisco Santos

Francisco Rodrigues dos Santos, líder da Juventude Popular, é um estreante neste evento, que considera importante: “Considero que é importante esta plataforma. É fundamental para apelar ao entendimento e ao espírito de compromisso de todas as direitas, sejam aquelas que são mais conservadoras sobre o ponto vista social, como aquelas que, do ponto de vista económico, defendem a iniciativa privada, a participação das empresas como motor e alavanca da nossa economia”. O futuro passa, segundo o líder Popular, por “uma síntese de ambas”: “A direita deve apresentar-se reformista, para construir um novo país, e assim resgatá-lo do socialismo das influências da extrema esquerda e conquistar um futuro de crescimento económico, de liberdade das famílias e o respeito do legado tradicional herdado pelas gerações anteriores”.
Francisco Santos desferiu duros golpes contra a governação da esquerda, que acusa de apresentar “um programa experimentalista do ponto de vista social e de, no plano da economia, querer acrescentar impostos, entupir as empresas e hostilizar as famílias com a maior carga fiscal de sempre”. A “mudança de paradigma” de que fala é caracterizada da seguinte forma: “valores do bom senso, acima das ideologias, moderação na mudança e o respeito pela pessoa humana, antes do próprio estado”.

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