por | 30 Set, 2019 | Desporto, Grandes Louzadenses

Costilha consagra lousadenses bi-campeões

Diz-se que depois da tempestade vem a bonança e, com o traçado da Costilha completamente seco, o ritmo e a adrenalina em pista dispararam. Corridas emocionantes e finais impróprias para cardíacos fizeram parte do programa da penúltima jornada do campeonato. A isto, juntaram-se ainda muitas das contas do campeonato em aberto, nesta segunda prova organizada pelo Clube Automóvel de Lousada a contar para o Campeonato de Portugal de Ralicross, Kartcross e Super Buggy.

De salientar que a jornada do CAL serviu para que fossem encontrados os virtuais campeões de Portugal das categorias Super 1600 e Nacional A1.6. João Ribeiro nem precisou de esperar pela vitória na final, para comemorar e Pedro Tiago, na A1.6, comemorou o título, depois de, pela primeira vez, ser segundo, desde que alinhou nesta categoria. O autor da proeza de “bater” o bicampeão, foi José Artur Teixeira, que alinhou com um Citroen Saxo a estrear no Ralicross.

Nas restantes categorias, João Novo fez uma prova em que foi de último, após um toque, até primeiro na Nacional 2RM; Nelson Barata (Power NB) venceu nos Super Buggy; Daniel Pacheco venceu nos Supercars; Rodrigo Correia foi o melhor entre os iniciados e Jorge Gonzaga venceu nos Kartcross.

Pódio Lousadense na Super Nacional A 1.6

O lousadense José Artur Teixeira (Peugeot 106) de início até parecia ter entregue a corrida a Pedro Tiago (Citroën Saxo), quando optou por entrar na Joker Lap ainda com o pelotão demasiado compacto. Ganhou, mas o segundo lugar de Tiago foi mais do que suficiente para sair de Lousada como virtual Campeão. O último lugar do pódio foi assegurado por Leonel Sampaio (Citroën Saxo), consagrando uma jornada pautada pela regularidade.

▲Um pódio lousadense – Em 1.º Artur Teixeira, 2.º Pedro Tiago e em 3.º Leonel Sampaio

João Ribeiro consegue o Tri em Lousada

João Ribeiro (Citroën Saxo) vence a derradeira final de Lousada e parte para a última prova do campeonato já como virtual Campeão entre os Super 1600. José Eduardo Rodrigues (Peugeot S1600), apesar de nas qualificações ter andado arredado das posições cimeiras, acabou por garantir “a prata”. O fecho do pódio foi garantido por Rogério Sousa (Ford Fiesta).

João Ribeiro com o seu Citroen Saxo

Mais uma vitória para o número um, Jorge Gonzaga.

O lousadense Jorge Gonzaga (ASK EVO 18), na consagração, em casa, do título de 2019 voltou a impôr-se face à concorrência. Pedro Rosário (Semog Bravo), tal como aconteceu durante todo o fim-de-semana foi quem mais tentou contrariar o andamento de Gonzaga e assumiu o segundo lugar do pódio. Rui Nunes, também em Semog Bravo conseguiu nunca perder demasiado o contacto com os homens da frente e fechou o pódio de Lousada.

A derradeira jornada do Campeonato de Portugal de Ralicross, Kartcross e Super Buggy vai decorrer no fim de semana de 12 e 13 outubro com o 45º Ralicross Sever do Vouga. Uma prova organizada pelo Vouga Sport Clube, que irá ditar os títulos ainda em aberto.

Lousadense Jorge Gonzaga brilha na sua terra

Jorge Gonzaga

Jorge Gonzaga sagrou-se vice-campeão de Kart Cross pelo segundo ano consecutivo. O Louzadense aproveitou para conhecer melhor o piloto.
“Nós começamos este projeto de kartcross como uma ideia de divertimento. Era um complemento às provas de resistências de ralicross que já fazia. Entretanto, as coisas foram melhorando, foram correndo bem, e acabamos por nos encontrar numa situação muito competitiva. Fizemos uma aposta para o campeonato que deu frutos, acabamos por ganhar em 2018 e repetimos a vitória em 2019”, conta. Relativamente ao futuro, há ainda muitas incertezas: “Não é certa nem a nossa presença nem a continuidade neste projeto kartcross. Vamos aguardar mais algum tempo, definir bem as nossas prioridades”.

Opções de competição não faltam a este piloto multifacetado: “Já fiz karting, ralicross, kartcross, já fiz enduro de moto, rádio modelismo… Para mim, se tiver motor está bom, por isso vamos ver. Poderá ser uma outra hipótese, outro desporto, outra classe”, deixa em aberto.

Questionado sobre o segredo do sucesso, o piloto é perentório: “A mestria do condutor conta pouco, é preciso ter uma boa equipa por trás e só um bom trabalho de todos é que faz com que as coisas funcionem. Isso é que é importante”, salienta.

São muitos os admiradores que alimentam a mística criada à volta de Joca Gonzaga, mas o piloto esclarece que é “fruto da exposição que nós tentamos ter e fruto das vitórias que vamos conseguindo ou dos resultados. Quando começamos não atraíamos tanta atenção. Somos as mesmas pessoas, mas na verdade agora somos mais reconhecidos e isso é sempre muito positivo. Com isso, tentamos dar retorno aos nossos patrocinadores, que são fundamentais. Por isso, isto é tudo um efeito bola de neve”.

O piloto lousadense dedica o prémio a “todos os nossos patrocinadores, ao meu mecânico, ao meu pai, à minha namorada, sempre namorada, que é a minha esposa, e a todos os que nos rodeiam. Na verdade, todos juntos dão-me força para seguir”, diz, com emoção.


Prazeroso para si é levar o nome de Lousada a vários locais, pois “foi a terra onde eu nasci e onde fui criado. Levei sempre o logotipo do município no meu carro, não como patrocínio que não havia, mas porque faz parte levar o nome da nossa vila a todo o lado onde estivermos”.


“Até à data ganhamos dois campeonatos. Fizemos 14 provas catorze vitórias”, Pedro Tiago, vice-campeão de Ralicross A1.6

“É preciso muito empenho, muita dedicação, fazer bem o trabalho de casa, inclusive na preparação do carro, ter o carro em condições, fiável, e depois acreditar sempre na vitória.

Na minha maneira de ver, este ano foi mais fácil, pois fizemos algumas melhorias no carro. O nosso carro estava bastante melhor do que no ano passado e, com isso, conseguimos ganhar as provas com mais facilidade.
É sempre bom correr em casa e ganhar aqui, mas gasta-se muito dinheiro para andar aqui, por isso vou parar no próximo ano, depois quem sabe… A nível patrocinadores não tenho patrocínios de ninguém.

Agradeço aos todos os meus amigos, família, equipa mecânica, pois sem eles nada disto seria possível.

Sentimos sempre um arrepio na pele quando ganhamos, pois sentimos que levamos a terra onde nascemos e crescemos a Portugal inteiro.”

“Se Lousada quiser continuar ou avançar novos projetos, têm de ser tomadas outras decisões em relação ao circuito”, Luís Marinho – presidente do Clube Automóvel de Lousada

▲Carlos Pacheco e Luís Marinho – Clube Automóvel de Lousada

“Nesta nossa primeira prova oficial, enquanto direção, há sempre um nervoso miudinho, mas nada preocupante. Ontem choveu, mas hoje o S. Pedro felizmente ajudou. À noite estivemos a compor a pista, o sol voltou e foi muito melhor.
Para nós, é importante consagrar aqui em Lousada os pilotos lousadenses. É importante que a comunicação social promova mais este campeonato e, com isso, poderá haver mais público, sendo mais fácil os pilotos terem apoio.
Estou muito contente por tudo estar a correr dentro da normalidade.”

“Creio que no horizonte de seis meses possa haver boas notícias nesta matéria” – Pedro Machado, presidente da CM Lousada, sobre a necessidade de nova pista

“É um clube que está bem entregue, está em boas mãos, e certamente honrarão os pergaminhos deste clube.
Hoje estamos aqui em mais uma prova e é sempre um prazer ver o ralicross em Lousada, uma das provas míticas, com tantos pilotos de Lousada. Dou os parabéns aos campeões lousadenses, Jorge Gonzaga e Pedro Tiago.
Os próximos tempos serão tempos de continuidade e de muito sucesso.
Temos falado com a anterior e a nova direção e creio que a curto prazo, possa haver novidades a esse nível. É prioritário criar condições para que o desporto automóvel se continue a desenvolver, mas de uma forma mais positiva. Com indefinição é muito complicado para as direções fazerem planos para médio e longo prazo”.

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