A CRACS – Coletividade Recreativa de Ação Cultural de Sousela foi a primeira associação a surgir na freguesia após o 25 de Abril. José Pacheco, José Ferreira Neto e Francisco Ferreira Neto foram os fundadores.
Nesta edição especial dedicada à freguesia de Sousela, fomos conhecer o atual momento desta histórica associação.
À espera de nova vida, associação vive tempos difíceis
Foi no sábado passado que a CRACS – Coletividade Recreativa de Ação Cultural de Sousela celebra o seu 43.º aniversário.
Carlos Magalhães, de 49 anos, natural de Silvares, veio residir para Sousela depois do casamento, já lá vão 23 anos e afeiçoou-se a esta freguesia. É também antiga a sua ligação à CRACS, sendo atualmente o responsável da comissão administrativa, que há cerca de um ano gere a coletividade, tarefa que tem sido árdua: “Tem sido muito difícil. Isto começou a cair cada vez mais, a nível de direção e de sócios. Há duas épocas tínhamos aí uma equipa muito jeitosa e até esperávamos que o clube subisse de divisão, mas acabamos por não ter o apoio dos sócios, ou simpatizantes”, desabafa o responsável.
Por falta de uma direção, a CRACS passa atualmente dias difíceis. Por isso, para Carlos, uma nova direção seria a melhor prenda que o clube poderia ter. Com esforço, não desanima e leva às costas este projeto, que lhe diz muito: “Estamos a dar continuidade aos escalões sub9 e sub14. Os primeiros, na primeira época, até foram campeões. Também tivemos bons resultados nos sub14. Estamos nos campeonatos amadores da AFAL Kids, à espera que o campeonato continue. Temos miúdos dos sub9 muito bons, seria uma pena eles não jogarem”.
Se continuar “sozinho”, será muito difícil dar continuidade a este projeto: “Se não houver quem me ajude, não vou conseguir aguentar aqui muito tempo. Estou a contar com os pais dos meninos, será a forma de conseguirmos trabalhar”, afirma, com tristeza.
À procura de companheiros para continuar a sonhar
A constituição de uma direção não tem sido fácil e Carlos Magalhães adianta as razões: “O não querer assumir responsabilidades e não haver o gosto pelo associativismo têm afastado as pessoas e tornado difícil resolver o problema”, adianta.
As eleições para uma nova direção parecem estar longe de ser realidade já que ainda não apareceu nenhuma lista: “Se não acontecer, terei de entregar à Junta de Freguesia”, acrescenta, considerando ser uma grande tristeza ter trabalhado “três épocas seguidas para nada”.
Este resistente sente-se triste por não ter a oportunidade de concretizar alguns sonhos, que vão ficando na gaveta: “Se tivéssemos mais apoio, poderíamos pensar em ir para outras competições. Nelas teríamos mais souselenses a acompanhar o clube, mais gente de fora, e os próprios atletas teriam mais gosto em representar a CRACS. Os seniores dão outra animação”.
Apesar de não terem muitas condições, garante que não são as piores no concelho: “Vejo o Lagoas, que tem uma situação pior e estão, e bem, na AF Porto”.
Os patrocinadores existem, tal como “um grande apoio do presidente da Junta de Sousela”. Carlos conta ainda com o apoio de um dos diretores: “Não pode estar aqui comigo, mas tenho sentido o apoio dele”.
Se Carlos tiver quem se junte a si, certamente não irá desistir, porque se assume como homem de ação: “Tenho orgulho nas coisas e batalho por elas. Gosto muito de Sousela e da CRACS. Visto muito esta camisola”. “Eu vejo miúdos a vir para aqui de fora e isso dá-me muito ânimo. Venha a direção, é isso que é preciso”, remata.
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