Fundada na Idade Média, a atual igreja paroquial é o resultado de uma longa evolução histórica. Algumas alterações são recentes e fazem ainda parte da memória da comunidade. Outras são tão longínquas e desconhecidas que é impossível apurá-las na sua totalidade. Em 1758, o abade da freguesia, Gaspar Teixeira Alvares, na memória paroquial da freguesia, referiu que a igreja não tinha qualquer nave e estava guarnecida com três altares: o altar-mor onde estava colocada a imagem de São João Evangelista, seu padroeiro, o altar da parte da Epístola com a imagem de S. Brás e o altar da parte do Evangelho com a imagem de Nossa Senhora do Carmo.

Em meados do século XX, a paróquia empenhou-se na edificação de uma torre sineira, erguida em 1945, acontecimento que ainda persiste na memória de algumas pessoas da freguesia. Nas recordações de muitos está, seguramente, o processo de obras e remodelações profundas que a igreja foi alvo na década de 60. A reduzida dimensão e o ruinoso estado de conservação em que se encontrava determinou a população para o melhoramento das suas estruturas. Nesta altura, a freguesia viveu um grande dilema em face da opção de se erguer uma nova igreja ou de reformular a existente. Considerando-se que as obras de restauro da igreja paroquial seriam muito dispendiosas, sem que com isso se suprisse as necessidades religiosas da freguesia, a população motivou-se em dotar a freguesia de um novo edifício religioso, para o qual chegou a ser elaborado um anteprojeto. Assim, procedendo-se à escolha de um novo terreno para a sua edificação uma vez que o local onde se encontrava a igreja não oferecia condições consideradas necessárias – área insuficiente e terreno encovado em face da evolução urbanística da freguesia, o que obrigava ao seu acesso por escadas e tornava o edifício consequentemente invisível. A escolha recaiu no terreno situado na margem esquerda da estrada municipal Lousada/Penafiel, em frente do atual Cristo-Rei, considerado um local com ótima visibilidade, visto tratar-se de um monte sem qualquer construção próxima.
Porém, as divergências dos paroquianos da época impediram a concretização da obra, pelo que se optou pela remodelação da igreja já existente. Neste projeto, definiu-se a demolição de toda a ala norte da igreja, removendo-se a sacristia e toda a parede lateral, alargando-se desta forma o espaço da igreja. O alargamento no sentido oposto estava comprometido pela torre sineira e pelos limites do cemitério paroquial. Das obras que se operaram resultou a fisionomia da atual igreja paroquial. As imagens que acompanham este texto referem-se à igreja antes da intervenção que foi operada nos anos 60.

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