A qualificação superior é um ponto alfa do mercado de trabalho, edificada com o conhecimento e a experiência que, serve de pilar para um progresso continuo e cooperativo entre o profissional e a empresa, sendo o profissional um ator relevante em vários interesses estratégicos da empresa, que se travam no mercado de trabalho.
Quando os profissionais com qualificação superior ingressam no mercado de trabalho, os salários não permitem a sua necessária realização e progresso, ao não ajustar o salário de acordo com as suas habilitações/funções, assim como, perante a ausência de reconhecimento e equidade de encaixe. Indiretamente os empresários estão a tornar aquele profissional um mau profissional, com impacto no seu (des)empenho, na sua luta de fazer mais e melhor. Premente à realidade presente, abona precariedade, trabalho mal pago. Porque a não existência de um salário mínimo para estes profissionais? Não obstante, temos qualificações/habilitações e pouca experiência ou até nenhuma, porque o mercado é falho na resposta, logo o défice da experiência. Temos os estágios remunerados e não remunerados, como resposta à aquisição de experiência, nem sempre suficientes e garante de aceitação e de empregabilidade, sendo apenas metodologias impostas, revelando desvio e preenchimento constante da escassez de mão-de-obra, como resposta às empresas e não aos profissionais, não gerando emprego, oriundo de tais situações. Existindo a contratação do estagiário, a empresa incorre no “abuso” do valor a pagar ao profissional, como se estágio tratasse.
Ainda assim, é injetado e recrutado quem tem qualificações e mais qualificações ou quem tem uma “cunha” direta e nem sequer precisa de passar por uma série de requisitos? Há uma insatisfação presente e uma génese sem fim e atuação descuidada e avessa ao cerne da sua concretização. A política tem aqui um papel nutre, o perceber que existem fatores indiretos, que tem valor direto à posterior. Existem vários “porquês” na desfasagem entre qualificação superior, emprego e salário, como a escolha do curso, a quantidade de alunos que frequentam determinado curso e não outro, a falta de experiência, os salários não competitivos, entre outras. As vagas dos cursos devem abrir não em função do interesse das organizações de ensino, mas em reporte à viabilidade do investimento dos jovens/dos pais e do garante da sua aplicabilidade. Mais tarde, estes profissionais deparam-se com uma realidade ofusca e diferente do imaginário de que tanto anseiam e barra-se o descontentamento, pela luta constante e ausente de concretização, porque o mercado de trabalho não se preocupou em aproveitar e dar as condições devidas a estes profissionais, que mais tarde terá impacto na saúde mental, psicológica, na vida pessoal e fuga de talento-emigração. A ausência de emprego é justificada pelo mercado estar saturado em determinados setores, o que conduz a uma discrepância entre a oferta e a procura em determinadas áreas, um “desencontro complexo” de necessidades de mão-de-obra, logo reporte indevido ao valor pago aos profissionais. Porém, o emprego também é inexistente, dado que, as empresas procuram profissionais com qualificação e experiência, e diante da respetiva falta, as vagas não são preenchidas. Aqueles que possuem formação superior/maiores níveis académicos, nem sempre é fundamental, se a sua formação não for específica, não sendo garante de emprego.
O Estado deve aprimorar tais situações que são o alavanque no futuro e resposta ao mercado de trabalho, ter em alerta e articulação entre a Educação/Economia, resultando num mercado mais coeso, correspondendo às necessidades do mercado do trabalho. Precisamos de estimular o capital humano e incorporar soluções.
Comentários