O reavivar do que foi o 25 de abril e os motivos que levaram a que esta data fosse tão marcante na história recente do nosso país é motivo suficiente para nunca deixarmos passar em claro o que foi o nosso concelho, a região e o país antes de 1974.
Infelizmente há uma certa tendência natural de relativizar os factos ou, pior ainda, reescrever a História. É precisamente por isso e para que ninguém seja enganado por novos estilos comunicacionais que tendem a promover a idolatria a certas figuras ditatoriais como foi Salazar que é tão necessário relembramos a população os tempos de obscurantismo que vivemos no passado, subjugados a um país em que era promovido o analfabetismo, a ignorância, em que a esmagadora maioria da população passava fome, a censura politica era uma realidade e eram enviados milhares de jovens para uma guerra impiedosa que ceifou milhares de vidas.
A democracia atual tem os seus defeitos, mas o simples facto de podermos dizer o que pensamos sem sermos detidos e enviados para um campo de trabalhos forçados a milhares de quilómetros de distância, ou ser possível ao mais simples e humilde cidadão, através da educação pública e do apoio social de toda a comunidade, ter á sua disposição um caminho mais livre e digno a nível educativo e laboral, faz-nos lembrar que, com estas pequenas coisas que agora são completamente garantidas, antes eram vedadas ao comum do cidadão.
A Liberdade para pensar. A Liberdade para dizer o que se pensa. A Liberdade para discordar e decidir o nosso futuro democrático.
Com isto surge também a liberdade de imprensa e toda a corrente informativa que hoje em dia não prescindimos diariamente e que antes da Revolução de Abril nos era sonegada, censurada e proibida.
É por isso que neste 25 de abril, damos também as sinceras felicitações ao jornal Louzadense pelo seu aniversário. Para além disso, cumpre salientar todos os aqueles que ainda hoje estão entre nós e que, no passado, muito lutaram por esta Liberdade que conseguimos conquistar.
Que nada estrague nem deturpe ou reescreva por outras linhas extremistas, o que foi Portugal antes e depois daquela “Madrugada” que Sophia de Mello Breyner e milhões de Portugueses “esperavam”.
Emergimos da noite e do silêncio para um dia inicial inteiro e limpo
Viva o 25 de abril