A Associação de Solidariedade Social de Nevogilde foi fundada no dia 11 de outubro de 2007 e tem como atividade fundamental o futebol.
Luís Morais, de 28 anos, natural de Nevogilde, é o seu presidente há cerca de dois anos, mas acumula já uma experiência de anos na direção, uma vez que exerceu, no passado, as funções de secretário.
Nesta entrevista, fala-nos do atual momento da associação e das perspetivas para o futuro.
Como surgiu a oportunidade de ser o presidente desta coletividade?
Fui convidado por um grupo de amigos com quem convivia bastante para fazer parte desta associação. Desde logo aceitei com bastante agrado, pois, para além de ser habitante de Nevogilde, sempre gostei muito de futebol e do Nevogilde. Comecei como secretário da direção, onde estive aproximadamente três anos, altura em que considerávamos que o nosso projeto estava concluído, dado que subimos de divisão e, no último ano, tínhamos garantido a manutenção. Assim, optamos por dar vez a outras pessoas com outras ideias. Mas, passados dois anos, regressei de novo porque houve uma sequência um bocadinho má e surgiu a oportunidade de ser presidente. Aceitei, voltei a reunir um grupo de amigos e um grupo de pessoas com vontade de trabalhar em prol desta associação e estou a dar início à minha terceira época como presidente desta Associação.
O que podemos destacar nesta associação?
O que mais podemos destacar é o simples facto de esta associação ter apenas 13 anos de existência e, neste momento, já contar com um recinto desportivo fantástico, com um campo de relvado sintético, umas instalações que estão a ser melhoradas ano após ano.
Em termos de futebol, fomos campeões do campeonato amador e vencemos quatro taças D’Trivela. O único troféu que não conseguimos vencer foi a Supertaça. Destaco também a nossa subida de divisão logo no primeiro ano no campeonato da AF do Porto, um ano em que contou com o AD Lousada e o Aparecida, muitas equipas fortes.
Que implicações teve o surgimento do Covid19?
Aterrou aqui como uma bomba, não só em termos da pandemia em si, como em relação à época desportiva que nós estávamos a realizar. Em relação à época, acredito que nós iríamos conseguir subir de divisão se não houvesse essa interrupção, pois vínhamos da melhor fase da nossa época, com seis vitórias consecutivas e tínhamos o plantel compacto.
Em relação à Covid, não temos nenhum caso entre nós. Estamos a trabalhar dentro dos parâmetros obrigatórios de segurança, com o uso obrigatório de máscara, a todos os atletas à entrada do recinto é medida a temperatura e temos desinfetado as mãos a toda a gente. Dentro do possível, temos feito tudo para levar isto a bom porto.
Ainda não se sabe como é que vão decorrer as competições de futebol?
Sim. É verdade. Ainda esta semana estive na reunião da AF Porto e foi-nos dito mesmo que as incertezas são muitas, tanto a nível de datas como de espectadores, se os vamos ter ou não, se vai ser obrigatório o uso de máscara no banco com os jogadores suplentes e os treinadores… Na próxima semana, será delineado o que irá acontecer, dependendo sempre dos organismos máximos, a DGS e o governo.
De que forma o facto de não terem espectadores prejudica o clube a nível financeiro?
Prejudica, sem dúvida nenhuma. O futebol sem o público não é a mesma coisa. A bilheteira é uma fonte de rendimento muito grande porque um jogo de futebol exige muitas despesas, a GNR, as taxas de jogo, custos básicos de uma associação, tais como, gás, água e luz. Ainda ontem estive reunido com a minha direção e colocamos muitos porquês em cima da mesa, e realmente um deles foi a continuidade em termos desportivos desta Associação no caso de não haver público. Os nossos patrocinadores já não vão contribuir da mesma forma, como aconteceu nos anos anteriores. Está tudo muito complicado.
Relativamente à formação, irão continuar?
Só vamos ter a equipa sénior. Logo em maio coloquei um ponto final na possibilidade de termos formação, devido à Covid19. Eu tenho algum receio, ainda mais agora com o início das aulas. Estou para ver como vai funcionar. Não estou a ver os miúdos a manterem as distâncias, e disse logo que não teríamos capacidade para avançarmos com a formação, porque as exigências serão muitas. A própria AF Porto ainda não disse se vai ou não avançar com as competições nos escalões de formação. Temos um projeto, uma parceria, que está para avançar, se houver condições para isso. Trata-se de uma parceria com a escola do Benfica. Estamos a concluir as negociações e à espera de saber se a AF Porto vai avançar ou não com as competições. Temos tudo delineado para avançar, falta saber se vai haver competições.
O que falta fazer a nível de instalações?
Satisfeitos nunca podemos estar. Queremos sempre mais e melhor. Neste momento, estamos bem, temos condições boas para a prática do futebol. Temos a palavra do presidente da Câmara de que as obras do campo vão ficar totalmente concluídas. Refiro-me ao recinto em volta do campo. A nível de acessos e embelezamento, tudo vai ser concluído muito em breve.
Desenvolvem outras atividades ao longo do ano?
Como o próprio nome indica, esta associação também tem a solidariedade como um objetivo. Por isso, tem o edifício da antiga escola primária de Nevogilde, que neste momento é constituído por quatro salas e uma cantina, espaços esses que a associação dividiu em prol da freguesia. Temos ainda uma sala como objetivo criar um movimento sénior, um projeto que está em andamento, pois, devido à Covid19, os idosos estão confinados em casa, mas esse trabalho está a ser feito e estamos a fazer algumas obras, criando condições para receber essas pessoas.
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